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segunda-feira, setembro 25, 2017

Abstencionista Por Convicção

No próximo Domingo são as eleições autárquicas na terra onde nasci, em Loulé. Não vou pôr os pés nas urnas de voto. Sou um abstencionista convicto. Em nome da minha memória, são mais que muitas as razões para que eu não vá votar. Roubado brutalmente no salário que resulta do esforço do meu trabalho por PS, PSD e CDS, roubado no subsídio de férias e de natal e afins, a ouvir um discurso de que "viveria acima das minhas possibilidades" que me entrou pela casa dentro todos os dias da semana, a humilhação diária e contínua. O PSD local ao lado deste discurso que destroçou milhões de vidas. Depois veio o PS de Vítor Aleixo e foi de pasmar a rede clientelar que rapidamente se ocupou dos recursos da autarquia. Membros do partido, familiares, amigos, amigos dos amigos, o regabofe foi total. Levanto a hipótese de nunca como neste mandato de Vítor Aleixo o clientelismo se ter instalado com tão rápida velocidade. Depois não esqueço as comemorações do 25 de Abril em Loulé onde uma tal Dália Paulo, representante distrital do PS, me tentou impedir, a mim e à minha família, de entrar no Cine-Teatro Louletano, para assistir às comemorações do Dia da Liberdade, invocando que os que lá estavam dentro já me representavam (a boa sociedade) e que por isso eu não poderia entrar. Entrei, mas entrei porque protestei. Foi um fait-divers disse publicamente o senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé. Como não esqueço o dia que Vítor Aleixo me telefonou para o telefone pessoal para me informar que, em revanche de eu ter protestado de uma decisão de um seu vereador não me receberia na Câmara Municipal numa reunião que eu já tinha agendado e marcado com a sua secretária. Do Bloco de Esquerda guardo como recordação os brutais ataques de carácter vindo de candidatos a estas eleições, como Tiago Grosso, Carlos Martins e do inenarrável líder do Bloco Algarve, João Vasconcelos, que não se coíbem de utilizar as posições partidárias e os cargos políticos que ocupam para ostracizar os cidadãos no espaço público. As tropelias foram muitas e até lhes perdi a conta. Os outros partidos em Loulé são praticamente inexistentes e não me sinto representado em nenhum deles. Depois há ainda os orçamentos nacionais que têm que ter a aprovação de Bruxelas (democracia?), o Tratado Orçamental que mata as políticas públicas e o Estado Social e a paupérrima qualidade dos candidatos locais que fazem campanha a fotografar-se uns aos outros numa espécie de "selfie política". Domingo logo verei o que fazer, entre o futebol, uma ida à praia, ou as leituras dos jornais de fim-de-semana. Alguma coisa se há-de arranjar. Abstenção convicta, em protesto e consciente. E aposto que não serei o único.

Acrescento: Um membro da comitiva do Dr. Vítor Aleixo abordou-me para passar a sua propaganda enquanto eu almoçava tranquilamente em Loulé. Cumprimentei-o, disse-lhe que já não votava e desejei-lhe boa campanha. Perante a sua insistência em querer vender o seu peixe fui obrigado a perguntar se já nem podia almoçar descansado.

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