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domingo, junho 02, 2013

Lido em Assembleia Popular a 1 de Junho à Porta da CML

Aqui estamos de novo, nas ruas de Loulé, para exigir a demissão do Governo PSD/CDS. Para quem não tenha reparado esta é a sexta manifestação organizada na nossa terra desde 3 de Agosto de 2012, há 10 meses atrás, dia em que obrigámos este governo fascista a não encerrar os serviços de urgência da cidade de Loulé. Depois disso saímos de forma massiva em 15 de Setembro quando juntámos perto de quase meia dezena de milhares de pessoas contra as medidas bárbaras deste Governo e saímos ainda à rua a 13 de Outubro de 2013, a 12 de Novembro de 2012 e a 2 de Março de 2013. Prometemos na altura que não sairíamos das ruas enquanto quem nos governa não parasse com as políticas que destroem as nossas vidas e o nosso país. É isso que estamos aqui a fazer. Ao contrário dos políticos aldrabões que prometem uma coisa em campanha eleitoral para depois fazerem o seu contrário quando no poder, nós cumprimos as nossas promessas. Não descansaremos enquanto não corrermos com quem nos trouxe até aqui. Caro doutor Pedro Passos Coelho. Siga o bom conselho do seu pai. Demita-se rapidamente e em força, vá de uma vez por todas trabalhar para a Goldman Sacks. Não o queremos cá. Rua! Esta semana um relatório da OCDE revelou um dado arrasador. Portugal tinha que cortar 6 mil milhões de euros por ano até 2030 para conseguir pagar a sua dívida. A evidência é clara. Pagar a dívida é condenar a quase totalidade da população portuguesa a morrer de fome. Insisto neste ponto. É urgente criar um movimento nacional forte que exija um perdão de dívida. Os credores tudo vão fazer para o evitar. Temos de ser nós a decidir se vamos morrer de fome e de medo ou vamos a ter a coragem de lutar com unhas e dentes pela recuperação das nossas vidas e da nossa dignidade. Estamos confrontados com a escolha entre um fim de horror e um horror sem fim. Que ninguém pense que esta é uma crise passageira como as outras. É bom que se leve muito a sério a hipótese forte de uma saída do euro como caminho a seguir. Vou insistir também noutro ponto desta missa que já se vai tornando rotina aqui junto do Mercado Municipal. Desde o início que o disse e cada vez mais é evidente que as políticas de austeridade conduzem à barbárie. Mais austeridade leva a mais recessão. Mais recessão leva a mais austeridade. Mais austeridade leva a mais recessão e não vai sobrar nada do país se não travarmos estas políticas. Travar a austeridade é fundamental para que se possa voltar a dinamizar a economia. Sem poder de compra e capacidade de consumo não há recuperação económica. Não há empresas sem consumidores. Com excepção da economia dos swaps e do casino financeiro de lixo que funciona há base do roubo de quem trabalha para engordar especuladores e banqueiros. Travar a austeridade custe o que custar é decisivo. Fica a sugestão. Não votar nos partidos que defendem a austeridade. Vem aí as eleições autárquicas. Não perdamos a oportunidade de varrer do mapa essa gente que nos (des) governa. Face à catástrofe que se abate sobre as nossas vidas não basta fazer desfiles aqui na avenida de quando em vez. Sair à rua nas manifestações é fundamental. Mas temos que nos organizar para confrontar cada vez mais os poderes políticos a governarem em nome do serviço público e combater a corrupção. Basta de roubo. As palavras de ordem têm que assentar na revolta organizada, na desobediência civil e na insubordinação. Querem-nos rebeldes. Rebeldes nos terão. Num contexto em que nos roubam os salários, lançam intencionalmente milhões de pessoas no desemprego e na pobreza e nos roubam a felicidade e o futuro fica aqui a nossa mensagem. Não obriguem gente honesta e pacífica a caminhar em direcção à violência. Vão embora. Deixem de ser palhaços. O palhaço maior da República que ressona tranquilamente no Palhácio de Belém tem que nos ouvir. Senhor Residente da República, demita imediatamente o Governo PSD/CDS e devolva a palavra ao povo. Nós sabemos bem que do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento mas que ninguém chama violentas às margens que o comprimem. Alargue as margens do rio senhor Presidente. Para que não se arrependa em breve de ser o principal responsável pelos destroços da corrente de fúria que já não aguenta mais tanta agressão.

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