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sábado, março 02, 2013

2 de Março, Loulé, Lido Em Assembleia Popular

Grândola Vila Morena Terra Da Fraternidade O Povo É Quem Mais Ordena Dentro De Ti Ó Cidade

Estamos de novo na rua a manifestar a nossa dor, através da nossa voz porque não aguentamos mais austeridade. Estamos de novo na rua porque sabemos que temos que nos fazer ouvir. Estamos de novo na rua porque sabemos que ao contrário do que nos disse um certo Banqueiro Sem-Abrigo que vive à custa do nosso dinheiro, não aguentamos mais tanta destruição nas nossas vidas. Estamos aqui neste lugar de novo porque sabemos que estar na rua a erguer a nossa voz já não é só um dever de cidadania mas um imperativo de resistência e porque não admiti-lo, de sobrevivência. Estamos aqui porque sabemos que somos governados por políticos sem escrúpulos que nos querem levar à maior miséria. Estamos aqui porque não abdicamos de defender o Estado Social, o direito à saúde, à educação, à protecção social, o direito a ter uma vida digna. Estamos aqui porque este é um governo sem vergonha que nos está a tirar tudo. Estamos aqui porque só um governo de bandidos pode transformar um corte gigantesco de quatro mil milhões de euros em “poupanças” do Estado. Estamos aqui porque o Relvas não sabe cantar o Grândola Vila Morena. Estamos aqui para mandar este governo embora.

Estamos aqui porque não se podem roubar de forma indecente reformas de miséria. Estamos aqui porque não temos que andar com o esforço do nosso trabalho a engordar os banqueiros. Estamos aqui porque recusamos o empobrecimento por decreto. Estamos aqui porque nos roubaram a água. Estamos aqui porque há crianças com fome que faltam às aulas para ir pedir esmola. Estamos aqui porque não admitimos que se recusem o tratamento a doentes com cancro. Estamos aqui porque já não há medicamentos nas farmácias. Estamos aqui porque há políticos corruptos que continuam a brincar às eleições humilhando a democracia. Estamos aqui porque há gente que já não tem dinheiro para fazer uma refeição por dia. Estamos aqui pelo mais de um milhão de desempregados a quem mais nada resta do que o desespero. Estamos aqui porque estão a roubar os filhos aos pais pelo simples facto destes serem pobres. Estamos aqui por todos aqueles a quem estas políticas conduzem ao suicídio. Estamos aqui porque nos roubaram o futuro. Estamos aqui porque não temos alternativa. Estamos aqui porque quem já nada tem a perder só lhe resta vir para a rua lutar. Estamos aqui porque se não mudarem de políticas nós não mais sairemos daqui.

Estamos aqui porque é preciso acabar com toda e qualquer espécie de austeridade. Estamos aqui porque a austeridade é o problema. Estamos aqui porque a austeridade mata. Estamos aqui porque é preciso acabar não só a austeridade do custe o que custar mas também com a austeridade fofinha do doutor António José Seguro. Estamos aqui porque sem o fim das políticas de austeridade o país não se levanta. Estamos aqui para afirmar que não mais votaremos nos partidos que defendem a austeridade.

Estamos aqui porque é preciso que haja um perdão de uma parte significativa da dívida. Estamos aqui porque não podemos ficar exangues a pagar uma dívida que não é nossa. Estamos aqui porque só a renegociação da dívida nos pode devolver a vida. Estamos aqui porque recusamos ser escravos eternos da dívida.

Estamos aqui porque é preciso prender os políticos e os banqueiros que nos trouxeram até aqui. A ideia de criminalizar os políticos pela destruição da vida de um povo é, pasme-se lá, defendida pelo ladrão Pedro Passos Coelho e pelos jotinhas da JSD. Aproveitemos essa ideia. Que se lance uma petição para prender os responsáveis pelo nosso trágico destino. Se os Islandeses o fizeram, nada nos impede de pensar que os portugueses não o possam fazer.

É preciso continuar a sair à rua as vezes que forem preciso para derrubar este governo. Não vão na lengalenga dos vencidos da vida que vos dizem que as manifestações não dão em nada. Este governo se não for travado irá levar a destruição até ao fim. Este é um governo dos banqueiros que governa contra o povo. É preciso ocupar, acampar, dizer cara a cara a quem detém o poder, nas ruas que não admitimos mais ser desrespeitados. É preciso resistir. Volto a frisar, resistir, em cada casa, em cada rua, em cada bairro, em cada região, em cada nação, resistir também à escala internacional. Resistir a cantar o Grândola Vila Morena. Resistir a dar o número de contribuinte de quem quer que seja. Resistir nos mais pequenos actos da vida. Resistir a todas as horas em todos os lugares. Juntarmo-nos aqueles que querem construir alternativas. E na hora do voto se tivermos a infelicidade de lá chegarem, resistir e dizer em voz bem alta, utilizando as palavras sábias do ex-Secretário de Estado da Cultura deste Governo e que me desculpe o Doutor Mendes Bota, que o respeitinho é muito bonito, vão, vão para bem longe, vão tomar no cú!

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