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segunda-feira, novembro 19, 2012

Lido Em Assembleia Popular a 12 de Novembro Em Loulé

Basta Desta Merkel De Vida!

 A chanceler Merkel está hoje em Portugal. Em Loulé, um grupo de cidadãos junta-se às milhares de pessoas que por todo o país quiseram dizer bem alto que com estas políticas de austeridade a senhora Merkel não é bem vinda aqui!

Basta de austeridade. Há poucos dias Merkel disse-nos a todos que para a sua solução final resultar eram precisos mais cinco anos de austeridade. Deixo-vos aqui o meu testemunho. Eu não aguento nem mais um ano de austeridade. É preciso parar já. Temos que ir imediatamente para eleições antecipadas. O Governo PSD/CDS deve ir já para o olho da rua. Quem vier por bem que ponha as políticas de austeridade trancadas à chave nas portas do Inferno e desça à terra em busca de alternativas. Já o disse e repito, não há austeridade digna, nem austeridade inteligente e muito menos uma austeridade fofinha. Quem se mete com a Troika leva. O caminho da Troika é o caminho de destruição das nossas vidas.

Há poucos dias, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, veio-nos dizer que ao contrário da Grécia não há miséria em Portugal, que não podíamos continuar a comer bifes todos os dias e que era preciso que aprendessemos a viver mais pobres. Tudo isto seria um fait divers se Isabel Jonet fosse apenas Isabel Jonet. Mas não é. As palavras de Isabel Jonet são o espelho de uma boa parte do pensamento das classes dominantes que nos querem ver mais pobres, que fazem a apologia da pobreza e que nos querem ver resignados com isso. É por isto que esta gente que quer destruir o Estado Social e instituir um Estado De Miséria e de Caridade tem que ter uma resposta à altura. Pedros Passos Coelho quer refundar o Estado. Esta semana António José Seguro disse-nos que quer fazer uma “Reforma Profunda do Estado”. Estas são duas expressões da novilíngua que sabemos quererem dizer o mesmo. A Troika mandou cortar 4 mil milhões no Estado Social e isso não é mais do que a delapidação do Estado que o mesmo é dizer, a destruição do Sistema Nacional de Saúde, do Sistema de Educação Pública e do Sistema de Protecção Social. É preciso dizer basta. É preciso que saibam que não queremos um Estado de Caridade, queremos um verdadeiro Estado Social que funcione efectivamente de suporte aos cidadãos num contexto económico e político que destrói as suas vidas.

É preciso continuar a sair à rua. É preciso intervir. É preciso que não nos demitamos de enquanto cidadãos activos exigirmos a construção de políticas alternativas. É preciso que nos juntemos. Sendo essencial não basta o protesto de sofá nas redes sociais e nem sequer já basta apenas sair à rua. Temos que nos organizar. Em Assembleias Populares. Em movimentos de cidadãos. Na construção de associações que defendam a democracia e as nossas vidas. Se necessário vamos ter que ocupar. Se necessário vamos ter que gritar ainda mais alto. Querem-nos resignados mas vamos afirmar a nossa cidadania na rebeldia. Querem-nos submissos mas a defesa da democracia também passa pela desobediência civil. Querem-nos calados mas estamos aqui a demonstrar-lhes que não calarão a nossa voz. A aprovação do Orçamento de Estado 2013 pelo governo PSD/CDS gera mais desemprego, leva milhares de pequenas e médias empresas à falência, empobrece brutalmente as classes médias e espalha por todo o país a miséria mais absoluta. Em Janeiro, quando muitos de nós, aqueles que ainda conseguirem ter o privilégio de manter o seu emprego olharem para o recibo do seu vencimento vão ter a oportunidade de se confrontar com a verdadeira brutalidade de destruição das suas vidas. As opções que estão em cima da mesa não nos deixam alternativas se quisermos continuar a ter uma vida digna. Resistir! O contra-ataque não se teme se toda a gente se juntar! Basta desta Merkel de Vida!

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