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sexta-feira, janeiro 28, 2011

Da Mercadorização da Democracia

Eu sei que os políticos face à pressão a que estão sujeitos, via brutal descontentamento popular, procuram por todos os meios a sua relegitimação face aos olhos do eleitorado. Mas a decisão do Presidente da República, tomada esta semana, de abdicar do seu vencimento, na condição de mais alto magistrado da nação, em nome, concerteza, da moralização da repartição dos sacrifícios, só desprestigia ainda mais a democracia e as instituições que a fazem viver. Os políticos devem ganhar bem, aliás, devem ganhar muito bem; ao nível da responsabilidade que lhes foi conferida (a que nenhum "mercado" pode atrever-se a atribuir um valor) e o Presidente da República deve ganhar mais que todos os outros eleitos, assim como ao Primeiro Ministro esta regra se deve aplicar. A decisão tomada por Cavaco Silva pode agradar a uma boa parte do Zé Povinho, que poderá esfregar as mãos de contentamento, mas a democracia, essa, sofreu mais um revés. No dia que a salvação do país da bancarrota financeira, depender do vencimento do Presidente da República Portuguesa, isso é um claro sinal, que o país, já entrou em bancarrota.

2 comentários:

  1. O nosso PR não abdicou. Teve, à luz da lei, de escolher se queria 10 mil euros/mes de reformas acumuladas, ou um ordenado de 7000 euros/mes. E também discordo bastante do que escreve. Aquele que for influenciável pelo dinheiro, será sempre, independentemente do que ganha. Pessoas que deviam ganhar bem são por exemplo os polícias, que dão a sua vida pela segurança pública. Não sei. Enquanto fizermos do dinheiro a questão central e dos valores um mero adorno...

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  2. Olá Domingos,

    Completamente de acordo no nosso desacordo. Mal andaria o mundo se tivessemos todos de acordo. Eu mantenho a minha convição. A política é pode demais importante para que nos demos ao luxo dos políticos serem mal pagos.

    Abraços
    João Martins

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