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quarta-feira, julho 21, 2010

PPC

Cada vez que PPC avança com uma ideia luminosa, escreve um artigo "inédito" num qualquer jornal nacional ou apresenta um qualquer pré projecto de revisão constitucional "não fechado", o mais feroz dos ferozes opositores de Sócrates e do seu governo, treme, só de pensar, no que vem por aí. PPC não sabe que o Estado Providencia em Portugal se começou a institucionalizar quando o Estado de Bem Estar na Europa começava a sua "crise". PPC não sabe que o 25 de Abril de 1974 foi crucial na criação de um Quase-Estado Providência que garantiu os mínimos serviços públicos dignos ao nível da saúde, da educação e da protecção social dos portugueses. Na sequência desse não saber, PPC defende um autêntico canibalismo do ainda frágil Estado Social Português. Mas PPC não aparece por obra e graça do espírito santo. Depois de cinco anos de retórica socialista a camuflar práticas políticas de direita, PPC tinha que se encostar mais à direita para conseguir estabelecer diferenças face ao espaço "ocupado" pelo partido que se disse todo este tempo socialista. Ao contrário dos socialistas de algibeira, que disfarçam as políticas de direita com retóricas ideológicas de esquerda, PPC sabe ao que vem, o que quer, e vem com o objectivo claro de o pôr em prática. Suspeito que este discurso ultraliberal de PPC vem ao arrepio das expectativas dos portugueses e que o resultado das futuras votações eleitorais possa vir a acrescentar ainda mais pântano ao pântano já instalado. É que se por um lado os Portugueses estão fartos do socialismo do licenciado em engenharia José Sócrates, por outro lado, não me parece que a maioria dos portugueses se reveja num programa total de canibalização dos serviços públicos, do Estado social e da democracia portuguesa. PPC já afirmou que não quer apenas ser mais um a substituir por "vassourada" popular quem está. Mas não tenho a certeza de que tenha meditado seriamente sobre o assunto.

3 comentários:

  1. Cuidado, muito cuidado com este senhor!!! Considerá-lo de ultraliberal é pouco. Penso que Salazar iria corar ao ler e ouvir as ideias de PPC!!! A única coisa que, até ao momento, tem apresentado ao país, é a destruição do 25 de Abril. Nenhuma ideia construtiva. Apenas oportunismo e ganância pelo poder. Deus nos livre deste indivíduo!!! Um autêntico Ken (como alguém já o apelidou neste blogue). Totalmente vazio de ideias.

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  2. Pelo contrário, o que me apraz em Passos Coelho é que traz ideias novas ao Partido e ajuda-nos a separar as águas ideológicas, pois obriga a que os restante partidos tomem os seus lugares. Sobre as propostas de Passos Coelho ainda não me posso manifestar, mas é de salutar o facto de, talvez, o povo tenha ido ler a nossa constituição e, talvez, se tenha apercebido do quanto ainda temos que fazer para a respeitar.

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  3. PPC quer ser muito coerente. Tão coerente que já recuou nos pontos mais polémicos: a possibilidade do Parlamento se autodissolver e provocar eleições através da aprovação de uma moção de censura; A possibilidade do Presidente da República dissolver livremente a Assembleia da República; e, finalmente, a substituição dos motivos de despedimento: "por razão atendível" (que ninguém sabia o que era a não ser PPC). Vão procurar uma nova expressão...

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