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segunda-feira, junho 21, 2010

A Pequenez de Um Presidente

Quem cumpre as suas funções a mais não é obrigado. Assim se explicou Cavaco e Silva. Até porque um Chefe de Estado não se comporta como os amigos e os conhecidos. E ele até nunca teve o priivilégio de privar com Saramago. Cavaco estava de férias nos Açores e a Constituição da República garante que o presidente deve fazer férias até ao fim. Cavaco não fez mais do que isso. Cumprir um direito que a constituição lhe conferiu. A névoa ficará para sempre no ar. As especulações tudo podem agora permitir. A Igreja já não gostou da homologação do casamento das pessoas do mesmo sexo. A sua presença seria sentida pelos Policarpos deste mundo como um sacrilégio que o Papa não poderia jamais suportar. A pequenez do pequeno burguês saído da província algarvia nunca chegará à dimensão do pequeno burguês saído da aldeia de Azinhaga. Ao não comparecer no funeral de Saramago, justificando-o com as formalidades legalistas, Cavaco mostrou o quanto está nos antípodas da dimensão que se exige a um grande chefe de Estado. À morte de um sábio com uma estatura do tamanho do mundo, Cavaco e Silva, respondeu com a pequenez, daquela careca de doutor, que como em qualquer porcaria, poisa uma mosca sem valor. No fundo, nós compreendêmo-lo, senhor presidente. Quando se refugia, seja lá no sinistro Pulo do Lobo, ou no paraíso dos Açores, o país pára e o Presidente Cavaco transforma-se, apenas e só, no esposo de Maria.

4 comentários:

  1. Cavaco igual a si mesmo. O que se esperava dele? Algo de diferente? Seria uma surpresa!!! Além de economia o homem sabe falar de mais alguma coisa? De qualquer forma lamentável a ausência desse senhor na cerimónia fúnebre de Saramago. A Espanha, ao fazer-se representar pela vice-presidente do governo e ministra da cultura deu uma lição a Cavaco...

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  2. Lua Cunha5:53 da tarde

    Sem comentários, João!
    Será muita a especulação à volta da ausência de Cavaco Silva nas cerimónias fúnebres de uma das maiores personalidades públicas portuguesas... mas as razões são bem conhecidas. Era preciso deitar um pouco de água na fogueira que acendeu(na óptica do sector conservador do centro/direita) quando aprovou a legislação sobre o casamento dos homossexuais.
    Escolheu, então, o malogrado José Saramago para se redimir do seu grande pecado perante a Instituição conservadora da Igreja.
    Tinha assumido, no recôndito familiar, o compromisso com os seus "netinhos" de lhes mostrar as belezas dos Açores... e recusou-se a cumprir o compromisso, assumido e declarado perante a Nação, de que seria o Presidente de todos os Portugueses.
    Talvez a História lhe faça uma partida... não tenhamos nós, portugueses, memória curta.

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  3. E mesmo essa lenda da Economia que se levantou quando da sua campanha para a Presidência resultou numa pobreza franciscana. Para lá de não ser governo não soube dar nos momentos necessários qualquer ajuda que fosse na matéria que ele se diz ou dizem que é um herói. O Rei vai nu ! Tristemente nu embora os subditos ceguetas o proclamem já Rei do próximo trono . Manuel H.

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  4. Se Saramago era português... eu quero ser Espanhol!
    Ao escolher abandonar o país, deu a entender o que dele pensava.
    Fala mal da pátria e depois esperar dela um funeral de Estado só porque um grupo de intelectuais estrangeiros lhe deu um prémio é ridículo! O homem era uma besta e o Estado Português não lhe deve nada! RIGOROSAMENTE NADA!

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