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quarta-feira, março 31, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

21 de Março de 2010 - Dia da Árvore

Abate de árvores junto da Câmara Municipal de Loulé



Movimento Porto Alegre Resiste solidário com a defesa das árvores de Loulé. Obrigado caros amigos de Porto Alegre. Como vocês bem sabem, as árvores do nosso planeta não têm pátria. Esta é uma causa de todos nós!

"O Dia da Árvore em Portugal, assim como em todo o hemisfério norte, é comemorado no dia 21 de março.

Parece um “primeiro de abril” antecipado, mas não é…

Estranhamente o Dia da Árvore na cidade portuguesa de Loulé coincidiu com a derrubada de inúmeras árvores em seu centro urbano!"

Ver aqui o blogue do movimento Porto Alegre resiste: http://poavive.wordpress.com/2010/03/29/dia-da-arvore-2/

E para ver mais informação sobre o abate de árvores, no dia da árvore, sob as ordens da Câmara Municipal de Loulé, aqui:

http://ssebastiao.wordpress.com/2010/03/21/dia-da-arvore-a-moda-da-tianica/

http://sombra-verde.blogspot.com/2010/03/no-dia-que-deveria-ser-das-arvores.html

http://contrasensus.blogspot.com/2010/03/abate-de-16-tilias-na-cidade-de-loule.html

http://www.arvoresdeportugal.net/2010/03/loule-abate-alameda-de-tilias-no-dia-da-arvore/

http://www.louletania.com/?p=549

terça-feira, março 30, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Jornalismo Cor de Rosa

Aquilo que deveria ser o comportamento normal de uma autarquia tem valor de notícia http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=104357

O jornal é o Região Sul e diz assim:

"Nos dias 22 e 23 de Março, realizaram-se acções de plantação em três estabelecimentos de ensino do concelho de Loulé, com o objectivo de assinalar o Ano Internacional da Biodiversidade.

Numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Loulé, que contou com o envolvimento de 300 pessoas, entre alunos, professores, técnicos da autarquia e executivo municipal, as Escolas EB 2,3 Padre João Coelho Cabanita, Dr. António de Sousa Agostinho e Integrada de Salir foram o palco destas acções de plantação no âmbito do projecto “Plante Uma Árvore” – Ano Internacional da Biodiversidade 2010."

O abate de Tílias no dia da árvore, em frente à Câmara Municipal de Loulé e da Assembleia Municipal de Loulé é uma não notícia. Inverte-se a regra dominante do jornalismo actual. Se o homem mordeu o cão não é notícia. Se o cão mordeu o homem já é notícia. Assim não há árvores que resistam.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Parque Municipal de Loulé

Antes...




Depois...

Loulé, 28 de Março de 2010



Sem mais palavras.

segunda-feira, março 29, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Caros amigos de Porto Alegre, não há palavras para agradecer a vossa solidariedade. Muito obrigado a todos vós!

Aproveito para pedir ao dr. Seruca Emídio o maior cuidado na "requalificação" do Parque Municipal de Loulé

Ver aqui o apoio de peso na defesa das árvores do concelho vindo de Porto Alegre: http://goncalodecarvalho.blogspot.com/2010/03/pelas-arvores-de-loule.html

Pelas Árvores de Loulé

Em virtude do verdadeiro "arboricídio" que está ocorrendo na cidade portuguesa de Loulé, amplamente denunciado por diversos blogues, especialmente "A Sombra Verde" e "Movimento Apartidário da Cidade de Loulé", foi enviado um e-mail ao Presidente da Câmara Municipal de Loulé e Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos.

Caro Dr. Sebastião Seruca Emídio
Presidente da Câmara Municipal de Loulé e Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos

Faz algum tempo acompanhamos sítios e blogues portugueses na internet, que se dedicam a preservar o nosso Meio Ambiente, pois bem sabemos que essa não é uma ação local, é global, todos nós temos a necessidade de sermos responsáveis com nosso ambiente pois só temos este planeta para habitar.

Através do excelente blogue "A Sombra Verde", que é referência na conscientização, divulgação e preservação de árvores não apenas em Portugal, mas para todos os países lusófonos, descobrimos vários blogues que expressam a cidadania de Portugal, especialmente em defesa do direito à livre expressão dos cidadãos e em defesa das árvores.

Assim, descobrimos e acompanhamos a intransigente defesa que o blogue Movimento Apartidário da Cidade de Loulé tem desempenhado na defesa das árvores do Concelho de Loulé. Sabedores do verdadeiro "arboricídio" cometido recentemente, decidimos enviar nosso veemente protesto indignado pelo que vem ocorrendo. Nossas árvores são um legado que gerações anteriores nos deixaram e que devemos deixar para as futuras, especialmente as que ainda nem nasceram! Árvores são seres vivos, não se fabricam num canteiro de obras. Elas tem ciclos de vida e uma árvore plantada hoje, muito tempo precisará para dar seus frutos e/ou sua sombra. Defender a qualidade de vida dos cidadãos é também preservar nossas árvores. Somos solidários aos cidadãos de Loulé e de todas as cidades que protestam contra o abate de árvores.

Sabemos bem como é difícil usar argumentos lógicos contra a falsa lógica do "progresso" feito apenas com cimento, aço e plástico.Também passamos por isso por aqui. Mas temos plena convicção que nossa luta, aqui e em Loulé, não é nem será inglória. O futuro certamente a reconhecerá.

Por favor, parem com a derrubada de árvores e com as podas radicais nas árvores de Loulé!

Respeitosamente
Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Associação de Moradores e Amigos do Bairro Independência
Associação Moinhos Vive
Movimento Reviver Independência
Associação de Moradores e Amigos da Cidade Baixa
Fórum Municipal de Entidades de Porto Alegre
Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba
Comitê Multidisciplinar de Planejamento Urbanístico da Orla do Guaíba
União pela Vida
AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural

Foi assinado também por diversas pessoas ligadas a entidades em defesa ao Meio Ambiente, Cidadania e Cultura de Porto Alegre.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

27 de Março de 2010

Presidente da República recebe Manifesto contra Abate de Árvores em Loulé



27 de Março de 2010. Presidente da República, Aníbal Cavaco e Silva, recebe o manifesto contra o abate de árvores em Loulé das mãos do Presidente da Associação Árvores de Portugal, dr. Pedro Santos. Aqui vos deixo o manifesto redigido.

“Exmo. Sr. Pre­si­dente da Repú­blica
Exmo. Sr. Pre­si­dente da Câmara Muni­ci­pal de Loulé
Exmo. Sr. Pre­si­dente da Assem­bleia Muni­ci­pal de Loulé
Exmos. cida­dãos da Cidade de Loulé

O movi­mento de cida­dãos de Loulé pelas árvo­res do Con­ce­lho, do qual fazem parte auto­res de diver­sos blo­gues e a Asso­ci­a­ção Árvo­res de Por­tu­gal, apela à sen­si­bi­li­dade de Vos­sas Exce­lên­cias para os pro­ble­mas paten­tes neste mani­festo conjunto.

As árvo­res fazem parte da vida das cida­des. Estão vivas e criam vida à sua volta. Guar­dam his­tó­rias e criam memórias.

É tam­bém certo que há quem as des­preze. Seja por­que as folhas ento­pem as sar­je­tas, por­que sujam os pas­seios, por­que tapam as vis­tas, por­que ser­vem de abrigo aos pás­sa­ros que nos sujam o carro, por­que isto e por­que aquilo. O ódio à árvore chega ao ponto de criar mitos como o de serem as árvo­res as prin­ci­pais res­pon­sá­veis pelas nos­sas aler­gias, logo elas que eli­mi­nam mui­tos dos polu­en­tes em sus­pen­são no ar e pro­du­zem o oxi­gé­nio que res­pi­ra­mos, enquanto fixam o polu­ente dió­xido de carbono.

A uma câmara pede-se que tenha vis­tas lar­gas e que per­ceba e res­peite a impor­tân­cia das árvo­res em meio urbano. Os nos­sos ante­pas­sa­dos plan­ta­ram as árvo­res à som­bra das quais des­can­sa­mos hoje. Foi esse o seu legado para o futuro. É esse patri­mó­nio, parte da nossa iden­ti­dade regi­o­nal e naci­o­nal, que que­re­mos ver defen­dido no presente.

Vendo esse patri­mó­nio peri­gar a passo ace­le­rado, ape­la­mos a que a Câmara Muni­ci­pal de Loulé (CML) torne públi­cos os rela­tó­rios téc­ni­cos que sus­ten­tam a deci­são de pro­ce­der aos aba­tes de árvo­res que têm ocor­rido, de forma recor­rente, nos últi­mos anos, no con­ce­lho. Dado todo o secre­tismo de que estes aba­tes se têm reves­tido, é justo que os cida­dãos de Loulé se ques­ti­o­nem sobre o con­teúdo des­tes rela­tó­rios que, supos­ta­mente, sus­ten­tam algu­mas inter­ven­ções recen­tes, como o corte de árvo­res na Ave­nida José da Costa Mea­lha, em algu­mas arté­rias de Quar­teira ou a desas­trosa rola­gem da arau­cá­ria situ­ada nos claus­tros do Con­vento do Espí­rito Santo, espé­cime monu­men­tal que mar­cava e defi­nia o per­fil da cidade.

Se esses estu­dos exis­tem, e são tec­ni­ca­mente ina­ta­cá­veis, não seria do pró­prio inte­resse da CML, torná-los públi­cos, con­tri­buindo para a dis­si­pa­ção de qual­quer dúvida sobre as inten­ções por detrás des­tas inter­ven­ções da autar­quia? O que receia a Câmara de Loulé?

Mais bizarro é todo o pro­cesso que con­du­ziu ao abate de 16 tílias com cerca de 60 anos, na Praça da Repú­blica. Sendo certo que uma empresa de arbo­ri­cul­tura ates­tou a neces­si­dade de aba­ter 12 des­ses exem­pla­res, cabe aos cida­dãos de Loulé per­gun­tar ao seu Presidente:

a) Tendo os deci­so­res polí­ti­cos conhe­ci­mento deste pare­cer téc­nico, por que motivo não escla­re­ce­ram as pes­soas e as pre­pa­ra­ram para este des­fe­cho, a bem da sua segu­rança?
b) Quais os moti­vos téc­ni­cos que leva­ram a não se optar por um abate fase­ado e que per­mi­tisse sal­var 4 das tílias que, do refe­rido rela­tó­rio, se infere não repre­sen­ta­rem perigo para os tran­seun­tes
e seus bens?
c) Pelo con­trá­rio, por que motivo se sone­gou toda esta infor­ma­ção e se pro­ce­deu a uma inter­ven­ção apres­sada, aba­tendo todos os exem­pla­res em 36 horas, com o supremo mau gosto de ter coin­ci­dido com as cele­bra­ções do Dia da Árvore? Acaso a autar­quia tem os seus muní­ci­pes em tão baixa con­si­de­ra­ção que os jul­gava inca­pa­zes de não se indig­na­rem com o desa­pa­re­ci­mento des­tas árvo­res, sem qual­quer explicação?

Mui­tas ques­tões e pou­cas ou nenhu­mas expli­ca­ções. Basta! As pes­soas que­rem ser ouvi­das e que as suas opi­niões e sen­ti­men­tos, face à cidade que amam, sejam con­si­de­ra­das por quem governa os des­ti­nos do concelho.

Se é tarde para cor­ri­gir os erros do pas­sado, ainda vamos a tempo de evi­tar a sua repe­ti­ção no futuro. Loulé e os lou­le­ta­nos exi­gem saber se ama­nhã, ao acor­da­rem, as suas árvo­res ainda esta­rão de pé ou se cai­rão, ao som de uma motos­serra, víti­mas de um pecado que nunca che­ga­rão a conhecer.

Por último, con­vém relem­brar a Câmara Muni­ci­pal de Loulé que todos os dias são o Dia da Árvore e que de nada serve, em ter­mos de edu­ca­ção ambi­en­tal, plan­tar uma árvore a 21 de Março se, nos res­tan­tes dias, se des­trói em minu­tos o que levou deze­nas de anos a crescer.

Seria ainda inte­res­sante se esta edi­li­dade se tor­nasse, com a ajuda e cola­bo­ra­ção dos seus muní­ci­pes, num exem­plo naci­o­nal daquilo que é obri­ga­tó­rio fazer ao nível das autar­quias para pro­mo­ver e pre­ser­var os arvo­re­dos das nos­sas cida­des, con­di­ção impres­cin­dí­vel para a saúde e bem-estar das popu­la­ções que nelas habi­tam e patri­mó­nio que deverá ser legado aos que, no futuro, irão jul­gar os nos­sos actos segundo aquilo que tiver­mos a capa­ci­dade e inte­li­gên­cia de lhes deixar.

Com os res­pei­to­sos cum­pri­men­tos dos abaixo assi­na­dos.
Loulé, 27 Março 2010

Antó­nio Almeida, pro­fes­sor, Blo­gue “seBas­tião“
Hél­der Rai­mundo, pro­fes­sor, Blo­gue “Contra>senso“
João Mar­tins, pro­fes­sor, Blo­gue “Movi­mento Apar­ti­dá­rio da Cidade de Loulé“
Manuel Costa, Enge­nheiro Agró­nomo
Miguel Rodri­gues, pro­fes­sor, Blo­gue “Árvo­res Monu­men­tais do Algarve e Baixo Alen­tejo” e
Asso­ci­a­ção Árvo­res de Por­tu­gal
Pedro San­tos, pro­fes­sor, Blo­gue “A Som­bra Verde” e Asso­ci­a­ção Árvo­res de Portugal.


Ps: A foto em cima foi copiada do blogue Louletania.

domingo, março 28, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Abate de Árvores no Parque Municipal de Loulé

28 de Março de 2010



Se alguém pensa que as manifestações de alguns cidadãos em Loulé travam a selvajaria ambiental ocorrida nos últimos anos no concelho de Loulé, está redondamente enganado. Hoje, Domingo, dia 28 de Março de 2010, pode-se constatar pela foto tirada em cima que os abates prosseguem em bom ritmo. A tese de Francis Fukuyama do fim da história, não passa mesmo disso, de uma aberrante tese situada num determinado momento da História. Como comprova a foto acima, a História parece não ter fim.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé


Hoje, é dia Internacional da Subida às Árvores, infelizmente ontem não pude estar presente. Aproveito hoje para subir ao que ainda resta delas. Obrigado a todos os que num acto digno de cidadania ambiental lutam pela nossa qualidade de vida.

Ver aqui a entrega do manifesto pelas árvores de Loulé: http://www.arvoresdeportugal.net/2010/03/manifestacao-pelas-arvores-de-loule-entrega-manifesto-a-presidente-da-republica/

E aqui: http://ssebastiao.wordpress.com/2010/03/28/um-alerta-de-cidadania-ao-pr/

E ainda aqui: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/cidadaos-de-loule-pelas-arvores-do.html

Ao oitavo dia após o abate das tílias na Praça da República os jornais da região consideram este facto, a indignação dos cidadãos e a entrega do manifesto pelas árvores de Loulé, uma não notícia. As não notícias também nos dizem muito sobre os órgãos de comunicação social que temos e as suas relações com os diferentes poderes.

sábado, março 27, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

A propósito desta acesa discussão aqui nos comentários: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/dezasseis-tilia-abatidas-no-dia-da.html

Não sei porquê lembrei-me desta passagem de Ulrich Beck "Para variar uma frase célebre: sem racionalidade social, a racionalidade científica está vazia; sem racionalidade científica, a racionalidade social é cega" (Beck, 1998, p. 36).
In Ulrick Beck, La Sociedade del Riesgo, 1998, Barcelona, Paidós.

Livro essencial para se ficar mais esclarecido sobre estas coisas da relação entre a pericialidade técnico-científica e a sua intervenção sobre a vida dos cidadãos.

sexta-feira, março 26, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Abate de Árvores em frente à CML no dia da Árvore

Foto copiada do Blogue Sombra Verde

Hoje, 27 de Março de 2010, o Presidente da República Portuguesa vai subir a Praça da República. O blogue macloulé faz um minuto de silêncio a essa hora, em homenagem a todas as árvores abatidas, ao longo dos últimos anos, no Concelho de Loulé.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, Praça da República

Foto tirada em Junho de 2008




"Os estudos servem para pagar a uns amigos advogados e defender o que nós quisermos",
Afirmação de Seruca Emídio na última Assembleia Municipal de Loulé.


Fonte: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/dezasseis-tilia-abatidas-no-dia-da.html

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé



Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um Mundo novo a sério.

quinta-feira, março 25, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Abate de Árvores em frente à Assembleia Municipal de Loulé

Um acto de afirmação de poder...



Bloco de Esquerda reage ao Abate de Árvores em Loulé:

21 de Março de 2010: Dia da Árvore em todo o mundo menos em Loulé…

No passado fim de semana, a Câmara Municipal de Loulé mandou abater um conjunto de árvores antigas que ladeavam a Praça da República. As árvores abatidas foram plantadas aquando da inauguração do Monumento a Duarte Pacheco, em 16 de Novembro de 1953. Eram tílias com mais de 50 anos e cujo porte já considerável era, ou devia ser, motivo de orgulho da nossa terra. Na verdade, poucas cidades do Algarve se poderiam orgulhar de ter umas árvores daquele porte no espaço público.

As tílias não estavam velhas, pois estavam longe de atingir a maturidade da espécie que ultrapassa os 200 anos, não estavam doentes, como se pode ver pelos cepos, nunca apresentaram perigo para o espaço público e contribuíam para amenizar o clima da Praça da República com a sua sombra e frescura. Este Verão todos vamos sentir a falta das suas copas frondosas e do murmurar da sua folhagem, quer sejam os habituais utentes da Praça, os visitantes e obviamente o comércio local.

Ironicamente as tílias foram abatidas no Dia Mundial da Árvore, estranha forma de celebrar a data e sem qualquer explicação que não a de que as árvores estariam doentes. Esta acção constitui um autêntico atentado ambiental, uma prova da falta de escrúpulos, de insensibilidade ecológica e de desprezo pela educação ambiental das gerações futuras.

O Bloco de Esquerda, que em breve tomará uma posição pública, manifesta desde já total repúdio e expressa a sua vontade de desenvolver, em conjunto com todos os interessados, uma acção em defesa das árvores do concelho de Loulé, que têm vindo a ser alvo de um abate sistemático e planeado.

Ver aqui o texto original: http://loule2009.blogspot.com/2010/03/camara-abate-arvores-no-dia-da-arvore.html

quarta-feira, março 24, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Para mais tarde recordar

Foto de Junho de 2008




Confesso-vos que a primeira página do jornal "O Louletano" da edição da semana passada causou na cozinha da minha casa alguma indignação. Depois de uma reportagem muito bem conseguida no interior do jornal sobre o Antão que espezinhou a democracia na casa da democracia louletana, a primeira página anunciava que os "Vereadores do PS viram costas à Sessão da Assembleia". A "culpa" afinal era dos malandros dos vereadores do PS que não quiseram saber da assembleia para coisa nenhuma.

Esta semana a edição volta com o assunto à primeira página sobre a forma de rectificação para dizer que "não foram os vereadores do PS que abandonaram a Assembleia Municipal de Loulé mas sim os deputados do PS". O pedido de desculpas é consumado, mas o significado semântico agora avançado, pouco muda a interpretação das coisas. Em Loulé, está a ser cada vez mais difícil chamar os bois pelos nomes. Especialmente no que às coisas do dr. Emídio se trata. Todo o cuidado é pouco, não vá o diabo tecê-las.

No mesmo sentido, mas agora sobre o abate de árvores da cidade, vem agora a terreiro a Almargem. Com uma nota informativa certeira que põe os pontos nos is, borra depois a opa, quando passa a culpa para a divisão de espaços verdes, e lava as mãos do dr. Emídio, responsável político máximo da autarquia. Em Loulé, está a ser cada vez mais dificil chamar os bois pelos nomes. Especialmente no que às coisas do dr. Emídio se trata. Todo o cuidado é pouco, não vá o diabo tecê-las.

Ainda em relação ao abate de árvores em Loulé, é fantástico perceber como na imprensa local e regional isso é uma não notícia. A notícia é a nota oficial da Câmara Municipal de Loulé que anuncia a gloriosa requalificação e que é agarrada acriticamente em todos os meios jornalisticos.

Abate de árvores em frente à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal de Loulé, no próprio dia das Árvores. Queixas e críticas dos cidadãos ao vivo e na blogosfera, esse espaço profano do ponto de vista jornalistico, são do ponto de vista do jornalismo local, uma realidade que não passa de uma não notícia. Em Loulé, está a ser cada vez mais dificil chamar os bois pelos nomes. Especialmente no que às coisas do dr. Emídio se trata. Todo o cuidado é pouco, não vá o diabo tecê-las.

Em Loulé, quando o assunto se cruza com as coisas do poder, não se entrevistam cidadãos, não se cruzam informações, não se questiona os autores dos abates, engole-se a informação oficial. Assim é difícil de respirar. Assim não é preciso censura. Assim basta só a auto-censura.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Abate de Árvores na Praça da República - Loulé

21 de Março - Dia da Árvore




Face à frágil cidadania ambiental do reino louletano, o César, um dos mais carismáticos defensores da rua Gonçalo de Carvalho em Porto Alegre, indignado com o que se está passar com as árvores de Loulé, solidariza-se com todos os moradores de Loulé que repudiam os abates sequenciais de árvores a que temos vindo a assistir.

Deixo-vos com a mensagem do César:

Pessoal,

Segundo consta no Blog do Movimento Apartidário da Cidade de Loulé, está ocorrendo um verdadeiro "arboricídio" na cidade portuguesa. Cidadãos indignados com o que está acontecendo protestam junto a municipalidade, mas parece que não estão sendo ouvidos. Enviem e-mails protestando e pedindo que parem imediatamente com o Abate de Árvores em Loulé! Pois com protestos de tão longe, certamente o impacto na municipalidade será muito importante para que algumas árvores que ainda não foram abatidas, continuem VIVAS.

Mandem e-mails para:
Presidente da Câmara Municipal de Loulé - Dr. Sebastião Seruca Emídio
presidente@cm-loule.pt

Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos
dasu@cm-loule.pt

Caso não queiram enviar e-mails diretamente, mandem seus nomes e/ou de suas entidades para que sejam incluidos em uma mensagem que os Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho e o Movimento em Defesa da Orla do Guaíba estarão enviando.

Cesar
Link do Blog Mac Loulé:
http://macloule.blogspot.com/

Obrigado César. Obrigado amigos de Porto Alegre. Os cidadãos de Loulé e do planeta Terra agradecem!

Visite aqui uma das mais belas ruas do mundo: http://goncalodecarvalho.blogspot.com/

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, 20 de Junho de 2008

Para mais tarde recordar...




Tirei fotografias a quase todas as árvores da cidade. Não porque seja doente mental, mas porque pressenti que havia um padrão de comportamento na sequência desta estória dos abates das árvores da cidade. Ficará melhor como está agora?

terça-feira, março 23, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé Abate Alameda de Tílias no Dia da Árvore



Texto retirado da Associação Árvores de Portugal

É uma espe­ci­a­li­dade algar­via. Enquanto o país inteiro planta árvo­res no 21 de Março, Loulé abate-as (ver vídeo).

Dezas­seis tílias foram aba­ti­das este fim-de-semana na Praça da Repú­blica. A inter­ven­ção foi anun­ci­ada numa nota de imprensa pou­cos dias antes de come­çar o abate. Em vários blo­gues da cidade (...) deu-se conta do que estava anun­ci­ado, sem se sus­pei­tar que iria come­çar logo no Sábado seguinte, prolongando-se os tra­ba­lhos para o Domingo, 21 de Março. Como é óbvio, e dada a quase total falta de infor­ma­ção, por parte da Câmara Muni­ci­pal de Loulé (CML), as opi­niões, tanto dos auto­res como dos lei­to­res des­tes espa­ços, onde me incluo, foi de cons­ter­na­ção e revolta.

Loulé tem um longo his­to­rial no que res­peita a abate de árvo­res com pouca ou nenhuma infor­ma­ção pres­tada aos cida­dãos, quer na sede de con­ce­lho, quer em Quar­teira, o que cons­ti­tui um ter­reno fér­til para a des­con­fi­ança das pes­soas. Para pio­rar a situ­a­ção, na notí­cia do jor­nal Bar­la­vento On-line pode ler-se:


Após uma aná­lise dos ser­vi­ços téc­ni­cos da autar­quia, no pro­jecto foi con­tem­plada tam­bém a subs­ti­tui­ção das árvo­res, já que a mai­o­ria está doente

não se refe­rindo qual­quer estudo rea­li­zado por espe­ci­a­lis­tas em arbo­ri­cul­tura ou pato­lo­gia vegetal.

Ape­sar de alvo de algu­mas crí­ti­cas, por parte de comen­tá­rios anó­ni­mos, a Árvo­res de Por­tu­gal só hoje mani­festa a sua posi­ção, pois ape­nas no dia de ontem, segunda-feira, 22 de Março, nos foi pos­sí­vel obter as infor­ma­ções e opi­niões dos res­pon­sá­veis da CML, neste caso do Vice-Presidente da autarquia.

Afi­nal, as dezas­seis árvo­res foram ava­li­a­das por uma empresa de arbo­ri­cul­tura, per­fei­ta­mente habi­li­tada para rea­li­zar este tipo de tra­ba­lho, ao con­trá­rio do que foi noti­ci­ado. Coloca-se ime­di­a­ta­mente a prin­ci­pal ques­tão: por­que não foram infor­ma­dos os muní­ci­pes deste facto? É a pri­meira vez que o actual exe­cu­tivo muni­ci­pal recorre a uma empresa espe­ci­a­li­zada em arbo­ri­cul­tura, pois nos ante­ri­o­res casos de aba­tes o acon­se­lha­mento téc­nico ficou a cargo de um enge­nheiro agró­nomo, da Direc­ção Regi­o­nal de Agri­cul­tura do Algarve. Incri­vel­mente, nada disto foi vei­cu­lado para os canais de infor­ma­ção, locais ou regi­o­nais, ou da pró­pria câmara, como é o caso do bole­tim municipal.

Con­sul­tei o rela­tó­rio de ava­li­a­ção do estado das árvo­res, pro­du­zido pelos téc­ni­cos da empresa e com data de 17 de Novem­bro de 2009, e as reco­men­da­ções para cada um dos exem­pla­res nele cons­tan­tes. Doze das dezas­seis tílias teriam que ser aba­ti­das devido a pro­ble­mas sani­tá­rios (podri­dões de ori­gem micó­tica, mai­o­ri­ta­ri­a­mente) e bio­me­câ­ni­cos, prin­ci­pal­mente ao nível da parte aérea (das per­na­das e ramos). O sis­tema radi­cu­lar não apre­sen­tava pro­ble­mas de maior.

Tam­bém é refe­rido, para vários exem­pla­res, que estes pro­ble­mas se deviam a inter­ven­ções desa­jus­ta­das como, por exem­plo, podas mal exe­cu­ta­das e rola­gens. Esta parte do rela­tó­rio é par­ti­cu­lar­mente sig­ni­fi­ca­tiva, pois reforça a culpa, ainda que indi­recta, da autar­quia neste triste epi­só­dio, uma vez que foram as inter­ven­ções mal con­du­zi­das, no pas­sado, que leva­ram a este des­fe­cho no presente.

As res­tan­tes 4 árvo­res neces­si­ta­vam de dife­ren­tes graus de inter­ven­ção, nome­a­da­mente de podas de redu­ção da copa e de remo­ção de ramos doen­tes, no sen­tido de pro­te­ger as pes­soas e bens. Assim, os auto­res do docu­mento afir­mam que não lhes repug­na­ria o abate da tota­li­dade dos indi­ví­duos. A opção final da CML por esta solu­ção, segundo o Vice-Presidente da autar­quia, deveu-se ainda ao facto de estas árvo­res irem ficar fora do ali­nha­mento das outras que vão ser plan­ta­das, aquando da requa­li­fi­ca­ção do Praça. A subs­ti­tui­ção das árvo­res aba­ti­das será em número igual e da mesma espé­cie, mas num ali­nha­mento dife­rente, ficando mais afas­ta­das das facha­das dos edi­fí­cios. A minha opi­nião pes­soal, quanto aos moti­vos apre­sen­ta­dos para o abate des­tes 4 exem­pla­res em con­creto, é que difi­cil­mente são sufi­ci­en­tes para jus­ti­fi­car tal opção. Teria sido pre­fe­rí­vel a opção de con­ser­var estas árvo­res, com as inter­ven­ções míni­mas neces­sá­rias para garan­tir a sua con­ser­va­ção, pelo menos até ao desen­vol­vi­mento das novas árvo­res que vão ser plan­ta­das. Este facto refor­ça­ria ainda a men­sa­gem que a autar­quia ape­nas teria aba­tido árvo­res com gra­ves pro­ble­mas de sus­ten­ta­ção, garan­tindo a con­fi­ança das pes­soas nos deci­so­res téc­ni­cos e políticos.

Fica ainda a ques­tão da data esco­lhida que, qual acto de supremo humor negro, coin­ci­diu com a Dia da Árvore. A jus­ti­fi­ca­ção que me foi avan­çada prende-se com ques­tões de trân­sito (menor ao fim de semana) e com o facto de a requa­li­fi­ca­ção do espaço ter iní­cio na pró­xima semana. Na minha opi­nião, a faci­li­dade com que se tomou esta opção não res­peita, de forma alguma, a sen­si­bi­li­dade das pes­soas e parece indi­car total desin­te­resse por essa questão.

A ver­dade é que, ainda que todo o apres­sado pro­cesso possa ter sido feito na maior boa fé, a CML será sem­pre cul­pada de vários “peca­dos”, a saber:

1) Não infor­mou, nem pre­pa­rou, a popu­la­ção da sua cidade (excepto numa reu­nião com os comer­ci­an­tes da Praça) para o abate de árvo­res que mar­ca­ram a infân­cia e a vida de milha­res de pes­soas (em tem­pos havia, inclu­si­va­mente, uma escola pri­má­ria neste local); basta con­sul­tar os blo­gues refe­ri­dos no iní­cio deste texto, para com­pre­en­der a fun­da­men­tada indig­na­ção de várias pes­soas que, de um dia para o outro, e sem qual­quer expli­ca­ção, viram desa­pa­re­cer árvo­res que fize­ram parte das suas vidas durante vários anos.

2) Não publi­cou os resul­ta­dos da ava­li­a­ção rea­li­zada a estes exem­pla­res, de forma a faci­li­tar a con­sulta por qual­quer pes­soa, o que teria per­mi­tido uma dis­cus­são mais escla­re­cida e fun­da­men­tada desta inter­ven­ção (o que é, inclu­si­va­mente, nefasto para a pró­pria ima­gem des­tes res­pon­sá­veis). Dis­cus­são da qual, por exem­plo, pode­ria ter resul­tado a opção de pou­par os 4 exem­pla­res refe­ri­dos que não apre­sen­ta­vam perigo imi­nente de queda. A autar­quia mani­fes­tou uma estra­nha pressa na rea­li­za­ção da acção, o que impe­diu a dis­cus­são do pro­cesso e o evi­tar do mal-estar gene­ra­li­zado entre boa parte da opi­nião pública louletana.

3) No fundo, e para con­cluir, na minha opi­nião, os deci­so­res téc­ni­cos e polí­ti­cos desta câmara mani­fes­ta­ram grande sobran­ce­ria rela­ti­va­mente às pre­o­cu­pa­ções dos seus pró­prios muní­ci­pes. A pressa e falta de escla­re­ci­men­tos, o supremo mau gosto na data esco­lhida, leva­ram à trans­mis­são de uma pés­sima men­sa­gem de dese­du­ca­ção ambi­en­tal com danos, even­tu­al­mente irre­pa­rá­veis, na capa­ci­dade dos muní­ci­pes acre­di­ta­rem, de futura, na boa von­tade de qual­quer inter­ven­ção da CML nos espa­ços ver­des da cidade.

Na entre­vista com o Vice-Presidente da autar­quia, e como é nosso hábito em várias situ­a­ções como esta, fiz ques­tão de dei­xar algu­mas suges­tões, aco­lhi­das com inte­resse, prin­ci­pal­mente no que refere à infor­ma­ção e pre­pa­ra­ção das popu­la­ções para situ­a­ções deste tipo. As câma­ras muni­ci­pais pos­suem vários supor­tes de infor­ma­ção, aos quais recor­rem com frequên­cia e que seriam de toda a uti­li­dade para vei­cu­lar estas infor­ma­ções, nome­a­da­mente os bole­tins muni­ci­pais, pági­nas Web e imprensa local, entre outros.

Seria exce­lente que esta situ­a­ção pudesse ser­vir como um caso de refle­xão para outras loca­li­da­des do país, onde cons­tan­te­mente as pes­soas são con­fron­ta­das com aba­tes e podas de todos os tipos, em grande parte injus­ti­fi­ca­das e não fun­da­men­ta­das tec­ni­ca­mente, sem a mais mínima infor­ma­ção por parte de quem decide.

Ver a fonte aqui:
http://www.arvoresdeportugal.net/2010/03/loule-abate-alameda-de-tilias-no-dia-da-arvore/#more-2303

segunda-feira, março 22, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, 20 de Março de 2010

Abate de Árvores junto da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Loulé


Pedro, tu és pedra. E sobre ti edificarei a minha igreja...


Ontem, dia 21 de Março, foi Dia da Árvore. Por todo o país, acções de sensibilização ambiental, discursos, palestras e plantações procuraram despertar os cidadãos do nossos país para a importância da preservação da natureza. Este ano, é também, o Ano Internacional da Diversidade Biológica. A criança da foto, na casa onde vive, os seus pais procuram desde que nasceu, à cinco anos atrás, procurar educá-lo nos melhores valores do respeito pelo ambiente e pela natureza.

Em Loulé, isso é difícil. As crianças são expostas constantemente a mensagens e acções altamente contraditórias, o que não deve ser muito bom para a construção da sua personalidade social. Se em casa, os pais do Pedro lutam para que ele seja no futuro um ser social ambientalmente consciente, quando saiem para a rua com os seus filhos, a realidade prática da governação da cidade desmente qualquer boa intenção de educação ambiental. Nos discursos, ouvem coisas bonitas sobre a importância das árvores e do património arbóreo no desenvolvimento durável da humanidade. Nas práticas, assistem à mais bárbara destruição do património ambiental do concelho de Loulé.

Com exemplos deste tipo, da parte de quem tem a responsabilidade maior no simbolismo das mensagens que envia à sociedade, como fazer com que as crianças lidem diariamente com as mais brutais injunções paradoxais. Só vejo um remédio. Que lhes expliquem que vão ser elas que terão que educar os seus pais e avós. Talvez seja a única solução. Ontem foi dia da árvore e aqui em Loulé, a terra onde nasci, eu não sei como dizer isso ao Pedro.

domingo, março 21, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, 21 de Março de 2010 - Dia da Árvore

Abate de Árvores junto da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Loulé




Para quem não sabe, hoje é dia 21 de Março, dia da Árvore. A Câmara Municipal de Loulé, como que num acto simbólico de comemoração da data, leva a cabo o abate das árvores da Praça da República, junto aos Paços do Concelho e da Assembleia Municipal. Mais palavras para quê? Valerá a pena ensinar os nossos filhos o valor sustentável do ambiente que nos rodeia? Valerá a pena as horas que como formador de Cidadania perdi a transmitir a importância dos valores ambientais às pessoas com quem trabalhei? Não terá sido um trabalho em vão? Valerá a pena ainda lutar pelas questões ambientais? Eu dou a resposta. Vale sempre a pena se a alma não é pequena. As futuras gerações, eu tenho a certeza absoluta que nos ficarão gratas. E não deixarão de no tribunal da moral julgar o legado que a actual geração lhe deixa.

sábado, março 20, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, 20 de Março de 2010

Abate de Árvores em Frente à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal




Loulé, 20 de Março de 2010. Nada no cenário bate certo com a atrocidade ambiental ali cometida. A Praça tem o nome de Praça da República. De um lado da estrada, o edifício da Câmara Municipal de Loulé, lugar de trabalho do Presidente do Município e dos vereadores eleitos. Do outro lado da rua, a casa da Assembleia Municipal de Loulé e pasme-se, a Casa da Cultura. Acabado de almoçar num restaurante do centro da cidade, oiço o barulho de uma motosserra. Estão a cortar as árvores avisa-me um familiar. Fiquei desconcertado.

Os planos para a tarde, entre os quais adiantar trabalho para a semana, ficaram em suspenso. A tarde foi passada a assistir impávido, sem serenidade alguma e impotente face à destruição massiva das árvores da cidade. No dia anterior tinha feito um apelo ao bom senso do Presidente Seruca Emídio, aos Vereadores, aos deputados da Assembleia Municipal, às Associações Ambientais e à Associação Árvores de Portugal, que agora é apoiada pela Câmara Municipal que destrói as árvores de Portugal. De nada serviu.

Aviso em cima da hora e os "defensores" do ambiente na Câmara Municipal, não estão pelos ajustes. Antes que os protestos aumentem vamos pôr mãos à obra. O Dr. Emídio sabe-a toda. De João Semana tem pouca coisa. A verborreia angelica que alega frequentemente os interesses da cidade de Loulé, é só isso mesmo, verborreia. Que eu saiba as árvores ainda não votam, nem sequer têm partido político. Não conheço nenhuma árvore do Partido Comunista, do PSD, do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda, nem do CDS/PP. Ao contrário da maior parte dos políticos que governam a cidade e de outros que vegetam na Assembleia Municipal de Loulé, as árvores da cidade são (eram) essenciais à nossa qualidade de vida.

Enquanto as árvores eram abatidas, um gordo estúpido com ar de engenheiro ou de arquitecto, falava ao telefone com alguém a quem referia que o trabalhinho estava a correr bem. Interrompi a conversa e disse-lhe que o abate de árvores era uma indecência ambiental e moral. Respondeu-me que as árvores estavam todas podres e que se quisesse, eu é que tinha que comprovar que não era mesmo assim. Contive-me para não lhe dar um murro nos cornos. Nem me ficava bem a mim e nem a minha vida pessoal e profissional me aconselha a isso. Faltou pouco. Mas não faz o meu género de vida. A vontade essa andou por lá.

Entretanto, zelosos funcionários retalharam consecutivamente quantas àrvores o tempo da tarde lhes permitiu retalhar. Em frente à porta da Câmara e da Assembleia Municipal de Loulé. Se a ignorância pagasse imposto nós eramos dos países mais ricos da Europa. Como vou eu explicar este exemplo aos dois filhos que comigo estavam a presenciar a cena? Amanhã continua a destruição. Logo pela manhã, aposto eu.

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Derrube Arbóreo - Video elaborado pelo autor do já extinto blogue Quiosque da Camila



O blogue macloulé, com o intuíto de sensibilizar o senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé, os Senhores Vereadores eleitos, os deputados da Assembleia Municipal de Loulé, os representantes dos partidos políticos, as associações ambientais do concelho, a blogosfera louletana, os cidadãos em geral e as crianças e os mais jovens em particular, vai levar a cabo uma exposição ao longo do próximo mês sobre o abate de árvores levado a cabo no concelho ao longo dos últimos anos. Fotografias, videos e discursos serão recuperados, para que as estórias da nossa história ambiental recente possa ficar registada na nossa memória. O macloulé deseja sinceramente que a exposição seja do agrado de todos e que vos possa sensibilizar para a importância do património arbóreo na qualidade de vida de todos os habitantes do nosso concelho.

Bem hajam pelas vossas visitas à exposição!

sexta-feira, março 19, 2010

Abate de Árvores na Praça da República em Loulé

O blogue macloulé soube hoje através do blogue Calçadão de Quarteira que a Câmara Municipal de Loulé, governada pelo dr. Emídio, vai levar a cabo o abate das árvores na Praça da República a pretexto de mais uma "requalificação" do espaço urbano e alegando que as Tílias em causa estão "doentes".

Neste sentido e considerando que chegou a hora dos cidadãos de Loulé dizerem basta, apelo a todas as forças partidárias do Concelho de Loulé; Bloco de Esquerda, Partido Socialista, CDS/PP e Partido Comunista; a todas as associações ambientais que se preocupam com a qualidade de vida dos cidadãos do concelho, Almargem e Quercus, entre outras; à Associação Árvores de Portugal; aos senhores jornalistas e aos jornais do concelho, que se mobilizem para em conjunto, pôr um travão a um padrão de comportamento ambiental que tem levado à destruição progressiva do património arbóreo do concelho de Loulé. Da parte do blogue macloulé, eu João Martins, considero que chegou a hora de dizer basta!

Os melhores cumprimentos
João Martins

Pode saber mais aqui: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/remodelacao-da-praca-da-republica-loule.html

Afinal ainda há socialistas?

De repente, na sequência da aprovação do Plano Para Enganar os Contribuintes, o milagreiro PEC, que nos vai ajudar a afundar a todos, emergiram, sabe-se lá vindos de onde, umas timídas consciências socialistas. João Cravinho, não é novidade, esse é dos bons e sempre se pautou pela coerência dos principios e valores que defende a boa tradição socialista. Soares, a gente já não sabe lá muito bem o que é. Face à miséria que anda pelo mundo é anti-neoliberal. Face à miséria socialista portuguesa, é pró-Sócrates. De toda a maneira Soares também parece já ter percebido o que é o PEC. Paulo Pedroso, regressou agora ao socialismo. Ana Gomes, mantém-se como voz crítica e ainda bem. Alegre, que já deve ter percebido que a probabilidade de chegar a Presidente da República é igual à minha de passar as próximas férias em Pequim, saiu timidamente do silêncio de uma noite de Verão pois ainda deve sonhar com a aliança com o camarada Trocas-te. E pasme-se, a Câncio, no DN de hoje, agora que já não namora o dito cujo, já vê no PEC um conjunto de medidas nada socialistas. As voltas que a vida dá. E ainda o PSD não tem líder. Como não será daqui a um mês. O rebanho de cordeiros passará a uma matilha de lobos e o PS fica definitivamente sem o S. Por mim podiam todos ir ao fundo da vida partidária que bem fizeram por o merecer. Socialistas destes é que nunca mais. Livra. Eu até gosto mesmo é de magnólias.

Lugares de Transição

quinta-feira, março 18, 2010

Da "Requalificação" do Parque Municipal de Loulé

Quem puder passe por lá e veja com os próprios olhos. É digno de ser visto. É mais uma "requalificação" típica das autarquias portuguesas. Neste caso, a louletana.

quarta-feira, março 17, 2010

A Almargem e o IKEA

A Almargem saiu do silêncio a que esteve submetida sobre a implementação do IKEA em Zona de Reserva Agricola Nacional e saiu a terreiro tarde e a más horas. Saí em resposta a "insinuações" lançadas na blogosfera de alguma nebulosa relação entre os interesses pessoais de um seu colaborador, na condição de proprietário de um terreno vendido à multinacional, "insinuações" essas de que nos demarcamos em absoluto e deixa atrás de si um lamentável precedente para uma Associação Ambiental. Diz a Almargem que apesar dos terrenos onde o IKEA vai construir, estarem em Reserva Agrícola Nacional, os mesmos são, passo a citar, de localização "ecologicamente pouco relevante". Que pena a opinião da Almargem estar tão distante da opinião da associação ambientalista Quercus, que pede veementemente que as autoridades públicas responsáveis defendam a zona classificada como Reserva Agrícola Nacional. Já bastava os abutres do cimento e os pedradores económicos fazerem tábua rasa do desenvolvimento durável. Já bastava os presidentes de câmara fazerem da RAN e da REN aquilo que todos nós sabemos que fazem. Uma associação ambiental vir agora desvalorizar as zonas do território classificadas como de interesse público nacional é que não lembraria ao diabo. Não sai nada bem a Almargem desta estória e que bem que ela vinha a andar nos últimos tempos. Tal como para a mulher de César, nestas coisas não basta sê-lo, é preciso parecê-lo.

Ver mais aqui:
http://loule2009.blogspot.com/2010/03/associacao-almargem-comenta-ikea.html

De Tanto Mentir Dá Nisto

José Trocas-te



Há alturas da comédia nacional em que um indivíduo já não sabe se há-de chorar a rir ou de rir a chorar. Entrámos na fase em que a loucura colectiva se normalizou...

Do Não Reconhecimento

Poema dum funcionário cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só

Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão

Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado

Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Porque me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço?
Soletro velhas palavras generosas

Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música

São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo uma noite só comprida
num quarto só

António Ramos Rosa

terça-feira, março 16, 2010

Do PEC dos Socialistas

Começamos agora a conhecer mais em pormenor o Plano para Enganar os Contribuintes (PEC) e é espantoso as coisas socialistas que vamos constatando. As mais valias bolsistas serão tributadas quando houver condições para isso, ou seja, quando já não for possível deixar de fazê-lo aos olhos de todos os que observam estes ilustres que se dizem socialistas. Os desempregados vão ser objecto desde já, 2010, de um plano bem apertado de vigilância e de perca de direitos. Estes socialistas são o máximo. Estão é enganados na designação que utilizam. Que, diga-se de passagem não merecia a humilhação pela qual a fazem passar. Apertar o cinto aos desempregados. Boa medida socialista. Quando a crise aperta transforma-se a vitíma em culpado.

Oh Diabo que isto não tem fim

O Dia em que a Rússia não invadiu a Georgia

30 de Outubro de 1938. Orson Welles anúncia a invasão dos Marcianos ao planeta Terra. Milhões de pessoas em pânico saiem para a rua. Uma grande parte da população Norte-Americana que ouvia rádio nesse dia não tinha ouvido o início do programa, onde se anúnciou que tudo não passava de uma adaptação da obra A Guerra dos Mundos do escritor inglês H. G. Wells. A ficção tornou-se realidade. Quando uma situação é definida como real ela é real nas suas consequências. Esta semana a história repetiu-se. Um canal privado da Georgia avançou com uma simulação das tropas russas a avançarem para Tbilisi, com a informação que o presidente Georgiano estaria morto e o país a ser invadido pelos russos. Milhares de pessoas entraram em pânico, os serviços de emergência médica ficaram atolados em chamadas telefónicas, algumas pessoas desmaiaram e outras entraram em situações críticas do ponto de vista cardiaco. Perante o logro informativo, a população georgiana reagiu indignada e canal Imedi já veio a público pedir desculpas procurando reparar o sucedido. Na Era em que aconteceu a mentira do século, a partir da montagem das imagens das supostas armas de destruição maciça que estiveram na origem da invasão do Iraque, não podemos deixar de pensar no enorme poder dos media e na sua capacidade potenciadora de manipulação das massas. Junte-se o poder dos media aos aldrabões da política que andam por aí e o resultado desse jogo não pode ser coisa boa.

domingo, março 14, 2010

Março de 2010: Proibido Criticar

Maio de 1968 distinguiu-se pelo célebre é proibido proibir. Março de 2010, na casa do PSD, distingue-se pelo é proibido criticar. Nada a fazer. Apenas o cheiro é diferente. Vou pensar sinceramente em emigrar. Setenta e cinco mil portugueses já o fazem anualmente. Seria apenas mais um. No meu caso pessoal, em busca de sanidade mental.

Ver por exemplo aqui: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/psd-deitou-as-malvas-o-termo-democrata.html

Rotinas

sábado, março 13, 2010

O Grande Aldrabão

Numa sondagem recente do jornal Público, 59,8 por cento dos portugueses inquiridos considerou que o grande aldrabão, tinha mentido em plena Assembleia da República, quando afirmou taxativamente que o governo não sabia da intenção da PT em comprar a TVI. O Zé Povinho não é nada parvo. Se algum governante julga que pode aldrabar o chico esperto que há em cada um de nós desengane-se. Ainda está para nascer o primeiro governante aldrabão que seja capaz de nos passar a perna. Mas uma coisa é a nossa inteligência tão especificamente portuguesa, que faz de cada um de nós, um chico esperto, impossível de enganar, outra coisa, totalmente diferente desta, é a importância que cada um de nós dá a essas mesmas aldrabices. Do mesmo conjunto de inquiridos que acham que o primeiro ministro é um aldrabão, 40 por cento votaria no PS, o partido que é "chefiado" pelo aldrabão mor.

E isto leva-nos a pensar sobre o país que nós somos e sobre a importância que damos à mentira como factor de credibilidade social das instituições e do país em que vivemos. Ao fim e ao cabo todos nós já mentimos nas nossas vidas. A pequena e a grande infidelidade às namoradas, aos namorados, às mulheres e aos esposos. A mentirinha ao colega de trabalho que nos permite ficar de bem com ele e com o nosso superior hierárquico. A mentira aos nossos filhos que nos permite estar tranquilos face às grandes chatices da verdade familiar. A mentira no acto da compra da casa, que ao fim e ao cabo quase toda a gente compra pelo preço superior ao que declara na escritura. A mentira partilhada com o canalizador, ao Estado, quando não se passa recibo do serviço prestado, mas que também nos dá muito jeito, pois afinal, assim, a coisa até saí mais barata. Resumindo, em cada um de nós há um grande aldrabão em grande potência.

E se isto é assim, por que carga de água haveria o mais comum dos mortais, José Carvalho Sócrates Pinto de Sousa, primeiro ministro de Portugal, um par entre cada um de nós, certamente, esse porreiraço que até faz jogging um pouco por toda a parte do mundo, um tipo tão duro e determinado, à semelhança de cada português, não ser mestre na arte da grande mentira? Não se vê razões para isso. Mais vale um mentiroso que um coxo, que isto da política não é coisa destinada a gente séria.

Esta semana foi aprovado o PEC. O Plano de Extermínio dos Contribuintes, segundo o grande entrevistador da nação, Miguel de Sousa Tavares, no Expresso de hoje. Programa de Instabilidade e Empobrecimento, segundo Fernando Madrinha, no mesmo jornal do mesmo dia. Ou ainda, o Plano para Enganar os Contribuintes, segundo a minha própria interpretação, porque o post afinal é de aldrabice que trata, plano este, que em meu entender, vai provocar a maior intabilidade política e social das últimas décadas da vida democratica portuguesa.

O Grande Aldrabão, chegou ao poder, com a grande mentira, em directo na RTP do governo, de que não iria aumentar os impostos. Alguns dias depois, o goveno anunciou o aumento dos impostos. O grande aldrabão fez toda a última campanha eleitoral centrada sobre a necessidade de investimento público. O investimento público em Portugal tem vindo a ter um decréscimo significativo. O grande aldrabão anunciou um plano anti-crise para combater o sofrimento dos mais desfavorecidos. Mais de metade desse plano não saiu da propaganda anunciada. O grande aldrabão, atacou ferozmente Ferreira Leite, face às afirmações desta última, no sentido da necessidade de adiar os grandes projectos de investimento, tais como o TGV e companhia. O grande aldrabão anunciou agora o adiamento desses mesmos projectos. O grande aldrabão mente descaradamente numa mera lógica estratégica de utilização da mentira como instrumento de manipulação das massas. O grande aldrabão conseguiu a aprovação do Plano Para Enganar os Contribuintes com a conivência tácita da direita portuguesa. O grande aldrabão quer convencer-nos de que é socialista e de que o seu partido representa a esquerda da vida partidária. O grande aldrabão não percebe que os portugueses fingirão que acreditam nessa mentira, até ao momento em que essa mentira lhes der ainda um minímo de jeito para a sua vida do dia a dia. No dia em que isso deixar de acontecer e já não falta tempo nenhum, o grande aldrabão vai-nos deixar a todos a pensar como foi possível acreditar que a política é feita de mentira.

Da Alquimia Extra-Escolar

sexta-feira, março 12, 2010

Interesses Privados e Prejuízos Públicos

Desde sempre acreditei que em muitas situações da vida política, económica e social é possível e desejável a compatibilização entre os interesses privados e um suposto "interesse geral" dos povos e das colectividades humanas.

A atracção de investimento externo como é o caso do IKEA seria uma dessas excelentes possibilidades para os poderes económicos e os poderes políticos procurarem o equilíbrio entre os interesses privados que dizem respeito apenas à vida de alguns poucos e o interesse geral que diz respeito, segundo se diz, à vida de todos nós.

Bastaria para isso que o IKEA manifestasse a sua intenção de investir na região Algarvia e que os poderes públicos criassem as melhores condições dentro das regras estabelecidas de mercado e do Estado de Direito democrático, para que o investimento ganhasse as melhores condições de rendibilidade possível e que se criassem algumas centenas ou mesmo milhares de postos de trabalho nos concelhos de Loulé e Faro. Dou de barato até, e não deveria fazê-lo, no que toca à discussão, se este é um investimento que trará só vantagens à região em que vivemos. Se haverá concerteza vantagens, haverá também, efectivamente, riscos acrescidos de agravamento da destruição de algum do tecido produtivo e comercial localmente estabelecido.

Eis senão, o poder político nacional e local se une, ou não fosse quase sempre assim, quando é o poder do capital que levanta a sua voz, e discute-se na praça pública a necessidade de alterar o PDM local. O senhor presidente da Câmara Municipal de Loulé vem afirmar nos jornais locais, que nos terrenos anteriormente comprados por especuladores privados, antes da decisão da localização do IKEA estar decidida, apenas uma percentagem menor dos terrenos está classificado como Reserva Agrícola Nacional, chutando autenticamente para canto, para utilizar a linguagem da política, os avisos pertinentes, dos provavelmente "fundamentalistas" e ambientalistas, que fazem parte dessa organização nacional, que ninguém (oficialmente) ouve e que parece que só atrapalha a vida dos portugueses e que dá pelo nome de Quercus.

E eis que, é precisamente aqui, que os interesses privados, colidem, com o interesse público, já que os poderes públicos, que deveriam agir segundo as regras do Estado de Direito, não podem (devem é a expressão mais correcta) alterar essas regras de forma arbitrária e ao sabor do tamanho da carteira apresentada pelos candidatos à destruição do ordenamento do território nacional.

É pena, que uma excelente oportunidade para agir politicamente no interesse de todos os cidadãos do Algarve, venha a ser mais uma vez, aos olhos de todos os que observam, um negócio em que as tomadas de decisão deixem muito por explicar. Mais uma vez estudos foram feitos e os peritos se pronunciaram. Mais uma vez se faz da opinião dos técnicos especializados tábua rasa na hora da decisão política. Mais uma vez os estudos vão para a gaveta para apodrecer até criarem o tradicional odor a bolor. E com tanto bolor em tão pouca densidade orgânica, nenhum cirurgião resolve a infecção que gera a cangrena no doente. Muito menos o faria um médico de clínica geral. É que a melhor medicina, sempre foi e continua a ser, a de prevenção.

quarta-feira, março 10, 2010

IKE Ambiente?

1. O que é um problema ambiental importante?

2. Quem define o que é importante ou não do ponto de vista ambiental?

3. Porque é que são as definições do agentes económicos que sempre prevalecem naquilo que se define como problema ambiental importante? Não será espantoso, que seja um tipo qualquer, de um qualquer grupo económico poderoso, a definir o que é importante, ou não, do ponto de vista do que é ambientalmente adequado ao ordenamento do território?

4. Os projectos ditos estratégicos deixariam de ser estratégicos se deixassem de violar as mais elementares regras do ordenamento do território?

5. Na minha família temos uns terrenos em zona de Reserva Agrícola Nacional (RAN), com uma horta, que tem uma laranjeiras, que dão umas laranjas, que devido aos preços de mercado, a dona, uma pobre senhora idosa, oferece com o melhor do seu coração. Este é um terreno de interesse estratégico para a qualidade de vida de toda a família e penso que também para a região do Algarve.

6. Agradeço que os poderes públicos sigam o critério a definir para o ordenamento do território na instalação do IKEA: Alterações de PDM's, etc, etc. e alterem o PDM na reserva agrícola onde os meus familiares querem construir uma casa, de forma a que possam vender os terrenos por uns poucos milhões de euros e assim a família enriquecer de um dia para o outro e em consequência, passar a pertencer ao clube daqueles que fazem das regras de aplicação geral do Estado de Direito, as regras da Joana.

7. No reino da arbitrariedade, em época de crise económica e com a justificação da criação de algum emprego, vale tudo. É também por isso que os países do Sul da Europa são rotulados de PIGS. É que ao agir como tal, a profecia realiza-se por si mesma.

Ver mais aqui: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/03/ikea-leva-sua-avante.html

Postagens Em Atraso: O Jornal da Minha Vida

O Público fez 20 anos a semana passada. O meu jornal de sempre. As minhas práticas de leitura começaram pela banda desenhada. Zé Carioca, Tio Patinhas, Pato Donald, Gastão, Mónica e Cebolinha, Super Pateta, entre muitos outros, fizeram as delícias da minha infância e adolescência. Também devorei o Tintim, o Lucky Lucky, o Homem Aranha, o Super Homem, o Batman e todos os super heróis que marcaram a minha geração. Depois houve os Cinco e os Sete e tudo o que era aventura para um jovem da altura ler. Livros do Faroeste e estórias da 2º Guerra Mundial, devorei centenas. Nos jornais, comecei pelo que a maioria dos portugueses lê. Os desportivos. A Bola, o Record e o Jogo acompanhavam as minhas leituras diárias. Depois veio o gosto pelas coisas do "social" e da política. O Correio da Manhã, o Diário de Notícias, o Independente, o Expresso e o Público. O Público foi aquele namoro que pegou de estaca e ficou para toda a vida. Nem a deriva neoliberal da direcção de José Manuel Fernandes conseguiu destruir a minha relação amorosa. Resisti e fiz bem. Depois de José Manuel Fernandes a qualidade do Público já se voltou a fazer sentir. Na era dos divórcios em massa e do amor líquido, é preciso alguma resiliência e alguma paciência para não partir de forma volátil e imediata para outra aventura, sem se saber bem para onde estamos a caminhar. Arrisco-me a dizer que aprendi mais com as leituras do Público, do que com alguns bons anos de escola secundária. No dia que fez vinte anos, a edição coordenada pelo seu director por um dia, António Barreto, foi de uma qualidade extraordinária. O Público continua a ser hoje um jornal de referência à escala internacional. Parabéns a todos aqueles que fazem o jornal acontecer todos os dias. É com profissionais desta qualidade que o país pode fazer o seu caminho com dignidade. Obrigado a todos vocês.

segunda-feira, março 08, 2010

Dia da Mulher

Nota: Foto da última reunião do Conselho de Estado. Mulheres só lá está uma sentada.

Hoje é dia do género feminino. Como todos os dias sempre o são. Vão disparar as tradicionais análises da discriminação de género. Sim, as desigualdades existem transfiguradas sob outras formas e algumas delas, como as do mundo do trabalho, da política, da religião e da divisão do trabalho doméstico são plenamente injustas. Mas é bom que não falte ao bom senso analítico a introdução do olhar das comparações diacrónicas e aí o século foi manifestamente das mulheres. Neste dia da mulher, dedico a minha homenagem, à mais importante mulher da minha história pessoal. A minha querida mãe. É que por "detrás" dos pequenos e dos grandes homens muitas vezes, ela lá está, invisível, a grande mulher.

sábado, março 06, 2010

Do Racismo Ambiental

O racismo ambiental é definido pelos estudiosos do ambiente como o resultado de "injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre essas etnias e populações mais vulneráveis, tenham elas ou não intenção explicitamente racista". E é de racismo ambiental que falamos, aqui e agora, mesmo ao pé da nossa porta, quando avivamos a memória ao ler hoje, dia 06 de Março de 2010, numa página inteira do jornal Público, que o aterro sanitário do sotavento algarvio foi plantado junto das populações pobres do interior, pois concerteza que esta coisa de depositar o lixo junto da burguesia urbana confortavelmente instalada, seria certamente um atentado à sua saúde pública. Acontece que o aterro rebentou, como bem avisou o Bloco de Esquerda Loulé, derramando lixiviados e resíduos sólidos para os afluentes da ribeira do Vascão, que desagua no Rio Guadiana. Quando toca à defesa dos interesses fundamentais das populações e sobretudo das mais pobres e vulneráveis, infelizmente é a incúria política que reina. O mais espantoso é que o aterro está situado numa zona classificada de sítio de Rede Natura 2000, o que só revela que a sensibilidade ambiental dos nossos políticos é igual ao gelo que ainda resiste, firme e hirto, no antártico. Como diz e bem, Adérico Cavaco, da Associação de Defesa da Serra do Caldeirão: "A serra recebeu o lixo que o litoral produz, que não quis ao pé da porta", esta "infraestrutura veio acentuar a desertificação do interior". Se isto não é racismo ambiental, não é coisa nenhuma.

Ver aqui mais informação no jornal Público:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/06-03-2010/aterro-sanitario-rebentou-no-algarve--e-comecou-a-despejar-lixo-para-ribeira-18939271.htm

Elevar o Gosto

Blogosfera Louletana

O blogue Sebastião do António Almeida fez seis anos esta semana. A política louletana, que nos partidos quase já se resume ao pensamento dos chefes de orquestra e que vai tenuamente sendo discutida em alguns cafés da cidade e em alguns poucos lares domésticos, saltou para a discussão pública através da blogosfera. Não há política no verdadeiro sentido da palavra, discussão das questões que dizem respeito à vida da polis e portanto, da vida de cada um e de todos nós, sem o debate, o contraditório, o envolvimento e a participação dos cidadãos. Com o Sebastião a política saíu para a rua. O mérito desta arruada já não é pouco. Que fique na blogosfera por muitos e bons anos.

Mais velho do que o Macloulé dois anos e uns poucos meses, nunca deixaram estes dois camaradas de partilhar uma discussão fecunda. Juntos pelas árvores da cidade. Do lado oposto da barricada em relação aos posicionamentos face à desgraça que é o partido socialista nacional. Por vezes de acordo nas pequenas e nas grandes coisas da vida. Outras vezes em total desacordo. Algumas vezes investindo em ataques violentos mútuos porque quem não se sente não é filho de boa gente. Um afirmando-se "independente", outro recusando essa suposta "independência", mas afirmando-se apartidário, sem recusar a importância fundamental dos partidos para a vida democrática local e nacional. Ambos, juntos, na recusa de um poder local que não consegue convencer os cidadãos de Loulé mais atentos à prática política local, da sua competência na gestão de um dos mais ricos e complexos concelhos nacionais.

A democracia é isto. Ao contrário do que pensam algumas almas conservadoras que encarnam ainda o espírito de outros tempos, a ordem social não se funda a partir de falsos consensos pastosos, mas sim a partir da pluralidade de perpectivas, da diversidade de pontos de vista, da negociação permanente e do jogo da busca do consenso a partir das situações conflituais inerentes a toda a vida social. O Sebastião está pois de parabéns. Que sirva de estímulo ao crescimento da blogosfera Louletana. Ela está a precisar de mais vida.

Visite aqui o blogue de São Sebastião http://ssebastiao.wordpress.com/2010/03/05/6%c2%ba-ano-de-sebastiao/

quinta-feira, março 04, 2010

O Grande Roubo

A estória pode ser contada mais ou menos assim. Era uma vez uma crença cegamente imposta por alguns a todos os outros, com o objectivo de enriquecer alguns e empobrecer esses mesmos outros. Essa cegueira baseada nessa crença que se convencionou designar de neoliberalismo, defendia que a economia de mercado deve ser deixada a si própria e funcionar de forma desregulada, pois parte-se do pressuposto que se cada indivíduo prosseguir com afinco os seus interesses particulares, isso vai resultar num efeito agregador, que só poderá culminar com o crescimento de mais riqueza para todos os interessados. Esta crença deu mau resultado. O desemprego estrutural de massas massificou-se ainda mais, a precarização do trabalho intensificou-se, os salários batem recordes de congelamentos, a protecção estatal na saúde, na doença e na velhice foi progressivamente sendo substituída pelo "quem pode pode, quem não pode que vá ao Totta", a educação mercadorizou-se e tem dificuldade em produzir mobilidade social ascendente e as classes ditas "médias" caminham para o seu geral empobrecimento. Em finais do início da primeira década do presente milénio chegou a crise do subprime nos EUA. Para dizer o que se passou de forma simplória, as casas atingiram um valor no mercado para os quais os americanos não tinham dinheiro para fazer funcionar o mercado. A bolha imobiliária estoirou. Depois, o resto é conhecido, as bolsas cairam a pique, grandes monstros sagrados da banca internacional estoiraram, Estados entraram em bancarrota e na economia real, empresas centenárias como a General Motors, cujo PIB anual ultrapassava em muito o PIB anual somado de dezenas de Estados nacionais, foram, perante o espanto internacional, à falência. O desemprego cresceu exponencialmente para números nunca vistos e o pânico instalou-se nas praças financeiras mundiais. Face ao descalabro provocado pelos grandes senhores da finança internacional qual a solução encontrada? O Estado, através do dinheiro dos contribuintes, o mesmo é dizer o meu e o vosso dinheiro, injecta, em massa, quantias que o cidadão comum nunca imaginará o que significam e nem nunca sequer terá uma noção do seu valor em termos do milagre da multiplicação dos pães. O "Estado", essa entidade amaldiçoada pelos neoliberais de esquerda e de direita, sempre que se fala em pôr mais dinheiro na saúde, na educação e na protecção social, arranjou de uma dia para o outro o dinheiro para "salvar" os grandes senhores da finança internacional. Em Portugal Cavaco e Silva promulgou em tempo recorde o diploma legal que aprovaria o empréstimo aos pobres capitalistas financeiros da banca nacional. Nacionalizaram-se bancos impossíveis de salvar, para vergonhosamente uns poucos meses depois haver gente sem vergonha a defender a sua reprivatização. Banqueiros inúteis que nada regularam e nada supervisionaram foram promovidos a vice-presidentes do Banco Central Europeu. Madoff foi preso pelo maior roubo da história financeira mundial e; por cá, os escândalos das grandes fraudes financeiras iam demonstrando que o nosso dinheiro estava entregue a gestores sem escrúpulos, piores na subtileza das suas trafulhices que a conceituada Dona Branca. Mas esta estória que aqui hoje vos conto já não cabe na memória dos portugueses. Os tempos premeiam o esquecimento. E é com o esquecimento que os políticos sem escrúpulos, sem honra e sem vergonha, vão jogando o jogo do poder e da produção da miséria. Como dizia há dias Rui Tavares, numa crónica do jornal Público, não é de bom tom dizer agora, que são os de sempre, os pobres e as classes médias remediadas, aqueles que vão pagar a crise. Estão aí todos os sacrificios do mundo pedidos a esses mesmos de sempre. Perante o retorno em força das receitas neoliberais, a justificação avançada é que se "os esforços" não forem feitos, os mercados reagem. Dizia e bem o Daniel Oliveira, esta semana; sim, os mercados e as agências de ratting reagem, mas felizmente, as pessoas, os sindicatos e os trabalhadores também reagem. A conflitualidade instala-se, os trabalhadores revoltam-se e a "produtividade desmotivada" não produz competitividade. É que ninguem gosta de ser roubado. Ainda por cima em grande e de forma descarada.