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domingo, janeiro 17, 2010

Com Abrigo

Gare do Oriente - túneis de acesso ao metro

Lisboa, 16 de Janeiro de 2010. Um quarto para as cinco da manhã. Dezenas de sem-abrigo protegem-se do inverno rigoroso, nos túneis de acesso ao metro, junto ao Centro Comercial Vasco da Gama. Os destroços do capitalismo neoliberal procuram um mínimo de repouso condigno junto à grande catedral do consumo. Debaixo de terra são minimamente tolerados. A minha costela Marxista não imagina um sistema alternativo ao capitalismo. Gosto do viajar de automóvel, autocarro, avião e comboio. Não prescindo do telemóvel, da internet e da TV Cabo. Preciso dos alimentos congelados em frigorificos sofisticados. Não vejo como destruir de uma assentada uma civilização que nos trouxe ganhos na qualidade de vida inestimáveis. Mas não tenho dúvidas que é preciso dar um novo rosto a esta forma de capitalismo selvagem. Se isso for humanamente possível...

7 comentários:

  1. João: Quanto ao Vitorino pode-se dizer que tem um reportório dificil de igualar. Há uns 10 anos atrás quando a CML trazia a Loulé pelo 25 ABR os melhores cantores nacionais ainda tivemos por duas vezes em Loulé o Vitorino e muitos mais. Infelizmente as Rádios apenas passam sempre as mesmas. Um Bom dia de Domingo. Palma\\\ Bom post esse dos sem-abrigo.

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  2. Vítor Aleixo8:55 da tarde

    Boa noite João !

    Gostaria de perceber a sua afirmação : " A minha costela Marxista não imagina um sistema alternativo ao capitalismo."

    Uma braço amigo

    Vítor Aleixo

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  3. Caro Vitor Aleixo,

    Antes de mais nada os meus melhores cumprimentos. É claro que ao correr da tecla numa rápida elaboração de um post saem-nos às vezes destas coisas. Mas o que quero efectivamente dizer é que não acredito na revolução proletária (já quase não há proletários, ou pelo menos eles ganharam outros contornos)nem na apropriação colectiva dos meios de produção, mas efectivamente acho que devemos reinventar o sistema capitalista numa lógica mais justa e em direcção a uma maior igualdade de oportunidades. Esse é o papel do Estado. A expressão que utilizei é efectivamente contraditória nos seus termos. Diria que foi a forma de dizer que não é possível compreender o mundo de hoje nas suas contradições sem essa costela marxista, sabendo que o marxismos nas suas limitações e terrivés aplicações e apropriações não resultaram em coisa boa. De toda a forma, não penso que o sistema capitalista seja o fim da história. Apenas acho que no actual estádio de evolução, não encontro alternativa, sem ser a sua intensa reforma em direcção a um rosto mais "humano", se assim quiser. Sobretudo penso que é importante combater a visão neoliberal de sociedade e (re)introduzir a social democracia adaptada aos grandes problemas do momento.

    Abraços cordiais
    João Martins

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  4. Vítor Aleixo10:44 da tarde

    João!

    O que o amigo sugere é que é possível voltar a regenerar o actual modelo económico e social que evidencia à saciedade maleitas e bloqueios que são trágicos para muitos milhões de cidadãos por esse miundo fora.Por mim não há remendo possível.E gostaria que houvesse.Eu não acredito que a social-democracia volte a ter outra oportunidade.Deixou-se, aos poucos, colonizar pelo neo-liberalismo,descaracterizou-se,e defraudou a esperança que muitos nela depositaram.A gestão com ética e humanismo do actual sistema capitalista é coisa em que deixei de acreditar.É deprimente assistir à degradação acelerada do actual sistema e não ver emergir as forças sociais capazes de colocar na defensiva aqueles que nos conduziram à situação em que nos encontramos.Há aqui muito pano para muitas mangas ...

    Bom fim de semana

    Vítor Aleixo

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  5. Caro Vitor Aleixo,

    Sobreudo este é o debate que deveria ser intensificado. Não é a "ética e o humanismo" na gestão do capitalismo que eu proporia, mas o regresso da política. E essa política passa inevitavelmente por uma redefinição do papel do Estado tendo como prioridade a redistribuição da riqueza, o "combate" às desigualdades sociais e a todas as formas de pobreza. Ao fim e ao cabo uma reinvenção das prioridades económicas e sociais.Decididamente o reforço do papel das políticas públicas. Olhemos pois para o Norte da Europa. Totalmente de acordo com o facto de que aqueles que nos conduziram a esta situação não são os que nos podem tirar dela. E esses continuam no mesmo sítio. Muitos panos e muitas mangas que são demasiado extensas para a blogosfera...

    Um grande abraço
    João Martins

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  6. Pois é: "mangas extensas"! Mas, se não for aqui, onde imaginam que vamos conseguir definir os novos paradigmas a tempo de evitar que as ruas conheçam a revolta dos pobres e esquecidos?
    Ah... João, tentei esclarecer o mau estar!

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  7. Caro Almeida,

    No que a mim me toca não há mau estar algum. Quando não estamos de acordo é natural que a coisa seja menos pacifíca. Pior que os desacordos são os acordos interessados e não quantas vezes interesseiros.
    Abraço
    João Martins

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