A minha Lista de blogues
sábado, outubro 31, 2009
Fragmentos de Vida
Sete horas da manhã de Segunda-feira, apanho o Alfa Pendular para Lisboa. Algures na planície Alentejana, o comboio parou. Uma voz anúncia: " Senhores Passageiros, por motivos de avaria de um comboio de mercadorias, vamos ter que aguardar que se resolva o problema. Está previsto a resolução do problema para daqui aproximadamente quarenta e cinco minutos. Se o problema não se resolver poremos autocarros à vossa disposição". Lá fui eu, num velho autocarro da rodoviária, para a Gare do Oriente. Tinha previsto chegar às dez da manhã ao destino. Cheguei quase três horas depois.
O que vale é que desta vez não tinha encontro marcado. Para azar meu, num país em que a pontualidade é qualquer coisa de geometria variável, quem me espera é muito (e bem) British. A "normalidade" da construção social dos atrasos tão tipíca dos portugueses não dá para pôr aqui a funcionar. Eu penso, que o meu parceiro pensa, que eu penso, que ele pensa, que ambos vamos chegar um "pouquinho" atrasados. Não, aqui é mesmo para chegar a horas. A felicidade, que habitualmente resulta, do atraso de ambos, não é aqui aplicável.
Resultado disso, hoje fui para Lisboa no autocarro das duas da manhã. No Vale do Paraíso é onde todo o sofrimento começa. Desta vez cheguei com cinco horas de "avanço". Para surpresa minha, o autocarro chegou quase meia hora antes. Azar dos diabos. Desta vez, queria mesmo, era sofrer, a dormir, ao sabor do movimento do autocarro.
As viagens chamam-nos sempre a atenção para a vitalidade da vida social. Tudo é movimento. Uns chegam. Outros partem. Outros cruzam olhares de curiosidade. Outros evitam-se. Alguns temem-se. Todos circulam. Ficar quieto é perder a possibilidade de observar uma boa parte do movimento.
Há dias, dava comigo a pensar, que seria um inferno, para mim, ser motorista da rodoviária. Sempre em movimento, com a responsabilidade, de nada deixar parar. Tempos depois, espantava-me, com a "profissão" de empregado de bar do comboio. Aqui não é só o estar sempre em movimento. É a responsabilidade pela manutenção do equilíbrio em movimento. Se dúvido que algum dia aguentasse tanto movimento, talvez me fosse mesmo impossível aguentar o equilíbrio.
Desta vez cheguei ao "Oriente" de Lisboa e vi gente (quase uma dezena) que procurava repousar do movimento. Ali mesmo, no local de "paragem" dos autocarros. Perto de dez sem-abrigo, deitados ao frio e ao relento, sem um tecto que os abrigasse da dureza da vida. Sem abrigo, todo o regresso ao movimento, é provável, que seja mais sofrido. A minha deslocação levava-me até ali, até ao testemunho directo dos destroços do capitalismo. Quem não aguenta o movimento passa a ser lixo, ou a viver no lixo. O lixo é aquilo que não tem lugar na vida social. As impurezas são para varrer para debaixo do tapete da vida de todos os dias. E se incomódas de mais, são mesmo para eliminar. Longe da vista, longe do coração.
Ao mesmo tempo, no "intervalo" da sua viagem, mesmo à minha frente, uma adulta, ainda adolescente, ligava-se ao mundo através da internet; e mesmo ali parada, libertava-se do espaço e do tempo, que habitualmente nos prende ao local de onde sempre se encontra o nosso corpo. Ali sentada à minha frente, mas com a mente noutro "lugar".
Dei comigo a pensar que o caminhante, talvez seja aquele, que melhor pode compreender, o mundo à sua volta. Ao levantar do Sol, fui "apanhar" o metro. Neste momento em que escrevo, teclo do computador do "ninho" doméstico. O "voltar" para casa é o voltar para o "aconchego" protector.
sexta-feira, outubro 30, 2009
Elevar o Gosto
Bom fim de semana!
quinta-feira, outubro 29, 2009
Diminuir as diferenças de partida para igualizar as oportunidades sociais
"O novo governo elegeu a justiça social como uma das suas prioridades. Isso é uma boa notícia. Mas é também necessário pensar sobre o real significado desse propósito. Nisto, como noutras coisas, creio que existe uma divisão entre a esquerda e a direita. Para a esquerda, a justiça social implica maior igualdade de oportunidades e redução das desigualdades sociais medidas pelo índice de Gini. A direita não pensa exactamente da mesma forma. Esta considera que é importante promover a igualdade de oportunidades, mas não costuma prestar grande atenção à diminuição das desigualdades sociais (apenas à assistência aos muito pobres - o que é diferente). Para a direita, a igualdade de oportunidades é importante, mas não a igualdade de resultados. A disjunção entre igualdade de oportunidades e de resultados é atraente porque corresponde à visão do senso comum. Tendemos a pensar que se deve ensinar a pescar em vez de oferecer o peixe. O importante é que cada um tenha oportunidade de pescar, embora uns possam obter melhores pescarias do que outros. Mas será que esta disjunção é conceptualmente satisfatória? Vejamos. Aquilo a que chamamos "igualdade de oportunidades" requer, em primeiro lugar, a ideia de "abertura das carreiras às competências", isto é, a não-discriminação em função das hierarquias sociais, da raça, do sexo, etc. Em segundo lugar, a igualdade de oportunidades, para ser substantiva e não meramente formal, implica o efectivo acesso de todos, inclusive dos mais desfavorecidos, à educação e formação profissional e a cuidados de saúde básicos. Até aqui não fugimos da intuição do senso comum: uma igualdade de oportunidades ao mesmo tempo formal e substantiva é uma forma de "ensinar a pescar" e não de "oferecer o peixe".
Mas será que pode existir uma verdadeira igualdade de oportunidades numa sociedade que seja profundamente desigual em termos de rendimento e riqueza?
Claro que não. Os mais favorecidos estarão sempre numa posição privilegiada para aceder a mais oportunidades - educativas e outras - para si mesmos e para os seus filhos. Portanto, o aprofundamento da igualdade de oportunidades implica sempre a diminuição da desigualdade social medida pelo índice de Gini. Não basta ensinar a pescar. Para que as oportunidades sejam verdadeiramente iguais é também necessário que não haja uma grande disparidade entre os recursos de que dispõem os diversos pescadores - o peixe que cada um tem à partida e serve de isco, por assim dizer. O tema da igualdade de oportunidades e a sua relação com outros aspectos da igualdade social estará em discussão a partir de hoje e até sábado na Biblioteca Nacional, numa conferência internacional organizada em conjunto pela Universidade do Minho e pela Universidade Nova de Lisboa. O tema é complexo. Para além dos aspectos meramente conceptuais, será necessário explorar as suas muitas ramificações com a economia, os sistemas de saúde, a escola e a família."
Professor universitário de Teoria Política
quarta-feira, outubro 28, 2009
Da Liberdade de Imprensa ou da Falta Dela
Ora aqui está uma pesada herança do governo de Sócrates. Afinal, a tese da "asfixia democrática" parece que sempre faz sentido...
Ver aqui: http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=19847
"Portugal caiu 14 lugares no ranking de países que respeitam a liberdade de imprensa. Descendo pelo segundo ano consecutivo, partilha a 30ª posição com o Mali e a Costa Rica. Em contrapartida, o Brasil e Moçambique sobem no ranking. Pelo segundo ano consecutivo, Portugal desce no ranking dos países que mais respeitam a liberdade de imprensa. Em 2007 desceu 8 pontos, passando do 8º país do mundo onde mais se respeitava a liberdade nos meios de comunicação social para o 16º. Este ano, segundo análise feita pelos Repórteres sem Fronteiras (RsF), Portugal desce do 16º para o 30º lugar, ficando a par com o Mali e Costa Rica."
terça-feira, outubro 27, 2009
Do Desemprego No Algarve
"O número de desempregados inscritos nos centros de emprego do Algarve registou um aumento de 88,2 por cento, face ao mesmo mês de 2008, sendo esta a região com a maior subida do país. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Algarve tinha, no final de Setembro, mais 8.306 inscritos do que há um ano atrás, totalizando os 17.721 indivíduos. Em relação ao mês de Agosto, o Algarve registou um acréscimo de 6,6 por cento no número de desempregados, que era de 16.617. O aumento homólogo do desemprego foi observado em todas as regiões do país, destacando-se, além do Algarve, a subida na Madeira, de 54,3 por cento, para 12.625 inscritos, e nos Açores, de 51,8 por cento, para 4.744 pessoas. No Norte, a região do país que concentra o maior número de desempregados (44,7 por cento), o número de inscritos nos centros de emprego subiu 27,4 por cento para 228.318. Em Lisboa e Vale do Tejo, onde se localizam 29,6 por cento do número de inscritos, existiam, no final de Setembro, um total de 150.838 pessoas desempregadas (mais 28,5 por cento em termos homólogos). No Alentejo, o número de desempregados inscritos subiu 25,4 por cento, para 22.250 pessoas face ao mesmo mês de 2008, enquanto que no Centro aumentou 22,7 por cento, para 73.860 inscritos."
in http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=32621
Essa coisa dos Ambientalistas que só atrapalha o crescimento
Quem quer RAN ou REN quando se tem PIN? O saque ao território nacional continua. Ninguém tem aqui nada contra a criação de riqueza, pois ela tem que ser criada, para ser distribuída de forma o menos injusta possível. Mas será que tem que ser sempre à custa do património natural da humanidade? Parabéns mais uma vez à Almargem, que tem mostrado uma intervenção civíca activa, extremamente salutar.
domingo, outubro 25, 2009
Imagens das Terras de Loulé
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão
sábado, outubro 24, 2009
Ascensão e Queda do PS Loulé
sexta-feira, outubro 23, 2009
Onde para o partido Socialista?
Deixo-vos aqui para lerem, o último post, do candidato independente António Almeida, apoiado pelo partido Socialista, na freguesia de São Sebastião, em Loulé. O blogue macloulé está totalmente em sintonia com a opinião emitida por António Almeida. Os Louletanos precisam do partido Socialista. Mas não desta maneira. Assim passa a ideia que já não há partido. Passa mais a ideia de haver, qualquer coisa como, um aproveitamento do partido.
"Maiorias e minorias representam escolhas de cidadãos; substanciam posicionamentos políticos de eleitores; traduzem o tecido social que eleitoralmente se expressou nas urnas.
Damos parabéns aos Vencedores e confirmamos a sua legitimidade para Governar a coisa pública e, do mesmo modo, reconhecemos e exigimos o exercício pleno da Oposição, enquanto vigilante avalista da Legalidade dos actos da Maioria, ou quando necessário, arauto dos seus desmandos e erros. Construímos alternativa com conhecimento das realidades!!!
É, ou deve, ser assim em Democracia! Todos os votos contam e dão legitimidade representativa às sensibilidades existentes na Sociedade!
Tudo isto para dizer que o “sebastiao” lamenta que nenhum dos eleitos pelo Partido Socialista para a Câmara Municipal de Loulé tenha comparecido à tomada de posse convocada para hoje. Por muito difícil que se advinhasse a convivência com uma maioria ufana e de “peito cheio”, mandaria a coerência com os princípios defendidos e o respeito pelos votantes que se respeitasse o sufrágio e se desse “a cara” na luta pelas causas que se defenderam na contenda eleitoral.
A menos que se esconda um “golpe de mestre” do velho “animal político”(!?). Tal, dificilmente deixaria de ser subversivo, ficando Joaquim Vairinhos e sua lista com o rótulo de cobardes e nós, que os apoiámos, cobertos de vergonha e sentindo-nos parvos ao descobrir que só a vitória interessava!"
Via: http://ssebastiao.wordpress.com/
Parque Municipal de Loulé
quinta-feira, outubro 22, 2009
Que Deus lhe perdoe
Deus Morreu!
Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência, 1887.
quarta-feira, outubro 21, 2009
Suicídio ou Homicídio?
Porque Incomoda Tanto a Blogosfera?
Horácio Piedade, Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, em declarações ao jornal O Louletano em 20 de Outubro de 2009
Que grande confusão que vai por aí, no rescaldo das eleições, entre legitimidade do voto popular e razão governativa. Valentim Loureiro tem a legitimidade do voto popular. Isaltino Morais tem a legitimidade do voto popular. Hitler foi eleito com a democraticidade do voto popular (tragédia que acabou em holocausto) . Hugo Chavez foi eleito com a legitimidade do voto popular. Isso será suficiente para a razão governativa? Porque incomoda tanto a blogosfera? Não será a blogoesfera um mero suporte mediático que dá voz aos cidadãos? A eliminação da crítica e da denúncia pública será salutar numa sociedade democrática? Não será a democracia precisamente o reino da opinião? Terão os cidadãos necessariamente de se converter em súbitos e abdicarem do seu direito de cidadania e de intervenção na esfera pública, através da palavra? Ficam as interrogações para reflexão.
Adenda: Não se está aqui a fazer, nem é essa é nossa intenção, juízos morais sobre o carácter das pessoas. Apenas se está a defender que legitimidade popular e razão governativa são coisas diferentes. E convém não misturar alhos com bugalhos. Dizer que se tem o mandato do povo e a legitimidade para exercer o poder não significa que este seja imune à crítica e muito menos que esteja a ser exercido com competência. Lamento dizer isto, e sei que vai ser muito mal aceite pelas boas almas, mas nem sempre a maioria tem razão. Afinal, Galileu Galilei, era o único que estava certo. Afinal, a Terra não era o centro do Universo. Afinal, a condenação de Galileu pela Igreja, sabe-se hoje, foi de uma tremenda injustiça.
terça-feira, outubro 20, 2009
Da Invisibilidade dos Riscos Mortais
Ver aqui: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1405843
segunda-feira, outubro 19, 2009
A Erosão da Costa Algarvia: Lucros Privados e Gastos Públicos
domingo, outubro 18, 2009
Ambiente e Poder Local no Concelho de Loulé
A Associação Almargem num acto de cidadania ambiental em prole da defesa dos interesses dos cidadãos do Algarve elaborou em véspera de eleições um conjunto de questões sobre o desenvolvimento sustentável da região Algarve e enviou-as aos 70 candidatos à Presidência das Câmaras da região para que manifestassem a sua posição. Colocou quatro questões a todos os candidatos. Em Loulé também o fez. Nem o candidato do PSD, nem do PS, nem do Bloco de Esquerda, nem do CDS/PP, nem do PCP, responderam. Ficamos a saber que as questões ambientais no concelho de Loulé, para os principais partidos políticos, ou são inexistentes, ou indiferentes, ou desprezíveis, ou são mesmo um problema dos "outros". Nesta última semana, cientistas de renome mundial, avançavam com 10 anos, o limite temporal, para derreter algumas das mais importantes zonas glaciares do Pólo Norte. Uma catástrofe global. Hoje, o jornal Público divulgava que as alterações climáticas vão fazer, pura e simplesmente, desaparecer do mapa as Maldivas, entre outras zonas do globo terrestre. O presidente das Maldivas reuniu com os seus ministros no fundo do mar, a alguns metros de profundidade para que o mundo se sensibilize e ataque a sério o problema das alterações climáticas. Por cá, no Concelho de Loulé, parece que as questões ambientais não entraram ainda na agenda dos partidos. O Ricardo Tomás tem razão. Não há ambiente que resista a tanto provincianismo.
Ver aqui as perguntas da Almargem e os candidatos que se dignaram a responder: http://almargem.org/index.php?article=166&visual=2&id_area=3
Ver aqui a tese do provincianismo local: http://opinionshakers.blogspot.com/2009/10/do-provincianismo-em-portugal.html
Elevar o Gosto
Boa semana para todos!
Do Vale do Paraíso às Portas do Céu
sábado, outubro 17, 2009
(Re) Leituras...
Alfredo Bruto da Costa
sexta-feira, outubro 16, 2009
(Re) Leituras...
Assistimos hoje a um formidável movimento de refeudalização do mundo. Na verdade, o 11 de Setembro de 2001 foi mais do que uma boa oportunidade para George W. Bush alargar o domínio mundial dos Estados Unidos: serviu mesmo para os grandes empórios transcontinentais partilharem entre si os povos do hemisfério sul. Para conseguirem impor este regime inédito de submissão dos povos aos interesses das grandes companhias privadas, há duas armas de destruição maciça que os senhores do império da vergonha sabem esgrimir de forma admirável: a dívida e a fome. Pelo endividamento, os Estados abdicam da sua soberania; pela fome que daí resulta, os povos agonizam e renunciam à liberdade. Mas quem são estes cosmocratas? – como lhes chama Jean Ziegler. São senhores que, pouco a pouco, tudo privatizam, inclusive a própria água que depois os povos terão de lhes pagar. Este livro segue a pista dos seus métodos mais dissimulados: aqui regista-se a patente da vida, ali quebram-se as resistências sindicais, além impõe-se pela força a cultura dos OGM (organismos geneticamente modificados). Sim, o império da vergonha instalou-se sub-repticiamente no planeta. Mas foi precisamente a vergonha que serviu de suporte ao impulso revolucionário de 1789. E a nova revolução está em marcha: insurreições das consciências aqui, insurreições da fome acolá. Só ela pode conduzir à refundação do direito à felicidade, uma velha questão do século XVIII.
Via: http://www.asa.pt/produtos/produto.php?id_produto=427010
Requiem Pela Camila
A Camila partiu. A blogoesfera louletana ficou mais pobre. Loulé fica mais amorfo. Aumenta a indiferença civíca louletana. O poder fica mais confortável. Ganha também a sociedade do respeitinho. Que descanse em paz.
Ver aqui: http://quiosquedacamila.blogspot.com/
quinta-feira, outubro 15, 2009
Crime Contra a Humanidade
Dispara a fome no mundo:
"É mais um número, desta vez redondo: mil milhões de pessoas no planeta têm fome, mais nove por cento do que no ano passado. Visto em perspectiva, quase um sexto da população mundial. Resultado da crise? Sim, sem dúvida. Mas não só. É sobretudo resultado do fracasso das intenções mil vezes anunciadas, mas que falham por nunca alcançarem o terreno e resolverem o básico - erguer ou reerguer a agricultura em inúmeras partes do mundo.
A contabilidade era esperada. Segundo o relatório sobre a insegurança alimentar mundial, da Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), 1,02 mil milhões de pessoas têm fome em 2009. A curva tem sido ascendente nos últimos dez anos, depois de ter decrescido na década de 80 e princípio da de 90. Já se ultrapassou, em termos absolutos, os números da fome de 1970, quando as campainhas soaram e se deu a chamada "revolução verde" que pôs a agricultura no centro das soluções."
Ver mais aqui: http://jornal.publico.clix.pt/noticia/15-10-2009/mundo-passou-o-limiar-dos-mil-milhoes-de-esfomeados-18020610.htm
quarta-feira, outubro 14, 2009
Da Mercadorização da Vida Humana
"Um trabalhador da France Telecom suicidou-se ontem devido a problemas de trabalho, elevando para 24 o número de funcionários da empresa que nos últimos 18 meses colocaram fim à própria vida. Casado e pai de dois filhos, o homem de 51 anos deixou uma carta à família afirmando que o ambiente infernal que se vivia na empresa esteve na causa do seu suicídio. A France Telecom confirmou o suicídio do funcionário e o presidente da empresa, Didier Lombard, viajou imediatamente para Annecy, indicou o grupo. Com este suicídio sobe para 24 o número de funcionários da empresa que colocaram fim à própria vida desde Fevereiro de 2008, um comportamento que os sindicatos atribuem ao stress causado pela gestão empresarial e pelas condições de trabalho.
No início de Setembro, Lombard afirmou que a sua preocupação era acabar com a "espiral de suicídios" dentro da empresa. O presidente da France Telecom considerou necessário "sair desta situação de contágio" e com este objectivo anunciou uma série de medidas.
Entre as medidas estão o aumento do número de médicos na empresa e das equipes de recursos humanos, além da disponibilização aos funcionários de psicólogos externos, negociações com os sindicatos sobre o contrato social e uma formação profissional mais intensa para a evolução tecnológica. A France Telecom tem 100.000 funcionários em França. O Estado controla 26,7% do capital da empresa, que em 2008 registou um lucro líquido superior a quatro mil milhões de euros."
Rita Paz - Diário Económico, 29/09/09 12:30
Via http://boasociedade.blogspot.com/
terça-feira, outubro 13, 2009
Árvores de Portugal
Pode visitar o blogue da Associação Árvores de Portugal aqui: http://www.arvoresdeportugal.net/
PS: Peço desculpa desde já ao Pedro, por ainda não ter colaborado com nenhum texto. Mas a responsabilidade do convite é tal e tenho tido tão pouca disponibilidade que ainda não o consegui fazer. Prometo fazê-lo em breve. Um grande abraço daqui de Loulé e muitas felicidades para o futuro da Árvores de Portugal.
Autárquicas 2009: Entre a obra e a transparência
Isaltino - 5 Democracia: -0
Democracia - 5 Fátima Felgueiras -0
Avelino Ferreira Torres - 0 Democracia - 5
Valentim Loureiro - 5 Democracia - 0
Nota: Daqui a quatro anos teremos o desempate por grandes penalidades.
segunda-feira, outubro 12, 2009
Autárquicas Loulé: Impressões Digitais
Ver aqui os resultados: http://www.autarquicas2009.mj.pt/#none
domingo, outubro 11, 2009
Finis Terra
Nota: Foto de Fevereiro de 2009
Intitulei pomposamente o título deste post de Finis Terra mas devia talvez ter usado a designação pós-moderna de Fim do Mundo. Contigências da vida fazem-me voltar a ir a Lisboa com frequência. Esta tarde fui à estação de Loulé com o intuito de comprar bilhetes de comboio de ida e volta. Surpresa minha. De comboio, só bilhetes de ida. Como o que vou fazer à capital começa às 18 horas e termina às 20 horas, para regressar ao Algarve só de autocarro ou de automóvel. O comboio é mais sustentável ecologicamente, mais económico e podemos sempre aproveitar o tempo para ler, trabalhar no portátil ou até dormir, coisa que o autocarro e o dispendioso carro não permitem (o autocarro poderá permitir dormir, mas ler e trabalhar, nem por isso). Como não arranjei bilhete de comboio, porque não há comboios depois das 20 horas, fui à rodoviária a Loulé para comprar bilhete de autocarro. Fechado. Só abre Segunda-feira. Lá fui comprar um bilhete de autocarro a Faro. Voltando à conversa da estação de Loulé, é visivel a olho nú que a importância que lhe tem sido atribuida pela Câmara Municipal de Loulé é directamente proporcional ao seu estado de degradação. Nem um mísera caixa de multibanco. Cartazes das campanhas dos partidos ainda vi por lá alguns. Condições dignas para os passageiros da principal estação de comboios do Loulé Concelho é que nada. Não havendo dinheiro para pagar bilhete e havendo problemas com o pagamento em rede, parece-me que aos passageiros só lhes resta ficar em terra. Aqui fica uma proposta no âmbito da democracia participativa que qualquer dia vai chegar à nossa querida Finis Terra: - Fazer chegar o comboio, não só há estação de Loulé, mas também a Loulé e a Quarteira. E apostar bem forte na ferrovia do Algarve. O seu estado é miserável. Típico de um lugar de fim do mundo. O que não dirão os turistas.
sábado, outubro 10, 2009
Elevar o Gosto
Um óptimo fim de semana para todos! Lindo dia de Sol no maravilhoso Algarve...
Hope
Esta semana marcou simbolicamente a História da Humanidade. Obama foi agraciado, a 9 de Outubro de 2009, com o Prémio Nobel da Paz. Sendo o Presidente em exercício da ainda maior potência mundial, os EUA, Obama foi, justamente distinguido. Obama simboliza a esperança na política, no sentido em que é um claro defensor das mais nobres causas da humanidade. Chegou ao poder e como prometeu, começou, desde logo, a tratar de acabar com as indignas práticas de tortura levadas a cabo pelo seu maléfico antecessor. Em vez de um discurso guerreiro, introduziu um discurso de paz e de tolerância entre os povos. Apelou ao multilateralismo entre os Estados e Nações do globo terrestre, nas relações internacionais, para acabar de vez com a agressão unilateralista levada a cabo por George W. Bush na cena do palco mundial. Defende acerrimamente a necessidade de um acordo mundial para mitigar o grave problema das alterações climáticas. Defende a necessidade de acordos à escala internacional para caminhar no sentido do desarmamento nuclear. Defende um modelo social democrata de sociedade, que procura levar em conta as necessidades dos mais necessitados, que nos Estados Unidos, face ao neoliberalismo selvagem e à frágil intervenção do Estado estão entregues a si próprios. Procura fazer uma reforma da Saúde em benefício dos que não têm quaisquer direitos aos cuidados de saúde, contra uma larga parte da América conservadora, que só consegue ver, a partir do seu nariz, o seu pequeno umbigo. É um simbolo de esperança da caminhada no sentido de uma maior igualização de oportunidades sociais na questão étnica e racial. Tem o problema do Afeganistão à perna, em nome da luta ao terrorismo de que defende a necessidade, e bem, de não ignorar. Obama é um exemplo a seguir pelos políticos do lado de cá do continente. Tem uma das maiores crises de sempre para resolver dentro e fora de portas. Mas um homem só nunca poderia salvar o mundo. A instituição que atribuiu o Nobel da Paz, sai do dia de hoje, também, mais reforçada na sua credibilidade. A América de Obama abandonou o Hard Power exageradamente utilizado por Geoge W. Bush e entrou na Era do Soft Power. Dominados e dominantes haverá sempre na História da Humanidade. Mas essa dominação ganha condições para ser agora mais legitima.
sexta-feira, outubro 09, 2009
O Debate
Para ouvir o debate procurar aqui: http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=3715
quinta-feira, outubro 08, 2009
Pacific Octupus
Não sei porquê, mas a taxa de reeleição dos presidentes das Câmaras Municipais fez-me lembrar um Pacific Octupus...
Ver aqui a análise científica da coisa: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1492.pdf
quarta-feira, outubro 07, 2009
11 de Outubro - Eleições Autárquicas
Ver aqui as opções do Bloco para o futuro do Concelho de Loulé: http://loule2009.blogspot.com/
11 de Outubro - Eleições Autárquicas
e pode ver aqui um dos videos produzidos no âmbito da campanha eleitoral:
Da Ética e da Moral em Política ou da Falta Dela
terça-feira, outubro 06, 2009
Ciclistas e Votos na Autarquia Louletana
Fonte: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2009/10/autarquicas-presidente-perdeu-o-decoro.html
Elevar o Gosto
Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio dos luceros que cuando los abro
perfecto distingo lo negro del blanco
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
me ha dado el oido que en todo su ancho
graba noche y dia grillos y canarios
martillos, turbinas, ladridos, chubascos
y la voz tan tierna de mi bien amado.
Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado el sonido y el abedecedario
con él las palabras que pienso y declaro
madre amigo hermano y luz alumbrando,
la ruta del alma del que estoy amando.
Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la marcha de mis pies cansados
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos montañas y llanos
y la casa tuya, tu calle y tu patio.
Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano,
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.
Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
asi yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto.
Gracias a la Vida
Gracias a la Vida
Gracias a la Vida
Gracias a la Vida
11 de Outubro - Eleições Autárquicas
É a vez da apresentação neste espaço do candidato do CDS/PP.
Via: http://www.regiao-sul.pt/fichaentrevista.php?refentrevista=137
Francisco Contreiras - Empresário da Construção Civil
Francisco Contreiras nasceu na freguesia de Querença/Concelho de Loulé, em 1948. Desde 1973 que mantém a sua actividade empresarial como empresário de materiais para a construção civil (armazenista/importador) no Algarve. No plano académico, Francisco Contreiras possui o 4º ano da frequência do curso de Direito da Faculdade de Lisboa, à qual se junta ainda a frequência do curso de construção civil. No plano associativo desportivo, o candidato foi presidente da direcção do Louletano Desportos Clube, vice-presidente do Quarteira Sport Clube e ainda presidente do Concelho Técnico da Associação de Futebol do Algarve. No plano associativo empresarial foi dirigente da ACRAL, Delegação de Loulé.
Questão: - Quais as principais linhas que destaca do seu programa eleitoral?
Resposta: - O nosso programa incide em cinco grandes áreas. Educação, Segurança, Solidariedade, Saúde e Voluntariado. Concretizando cada um destes sectores vectores de actuação tenho a referir-lhe que no que respeita à educação, apostamos em mais infantários e creches públicas e apoiaremos todos os projectos privados que surgirem neste domínio, isentando-os das respectivas taxas municipais. No que respeita à segurança, a polícia municipal, que desde 2000 se encontra por operacionalizar, será uma realidade. A videovigilância será instalada nas zonas identificadas como críticas do concelho e haverá uma melhor articulação entre a câmara municipal e as autoridades policiais. No domínio da solidariedade, os mais velhos não serão esquecidos. Haverão mais lares. Mais centros de dia. Mais e melhor colaboração com as IPSS’s e Misericórdias. No plano da saúde, garantiremos que os centros de saúde funcionaram melhor. Haverá mais médicos pois criaremos as condições para fixação destes no concelho, nomeadamente apoiando-os no arrendamento e disponibilizando habitações. No que respeita ao voluntariado, iremos apoiar as associações sedeadas no concelho em função do mérito da sua gestão e das propostas que nos apresentem. Criaremos, que não existem, regras para a atribuição de subsídios e cedência de instalações, assim como avaliaremos a correcta aplicação dos apoios concedidos.
Questão: - Não sendo esta a primeira vez que se apresenta como candidato à presidência da Câmara de Loulé, quais são as razões que o levam a acreditar que os cidadãos o vão eleger desta vez?
Resposta: - Candidato-me por um dever de cidadania. Num momento particularmente difícil para os cidadãos e para as empresas, senti que era importante colocar a minha experiência ao serviço do concelho. Os louletanos sabem que possuo vida para além da política e que não preciso desta para viver. As pessoas estão cansadas das maiorias absolutas, sejam do PSD ou do PS, que têm alternado no governo deste concelho nos últimos 30 anos. As pessoas sabem que é preciso uma voz que faça a diferença. Por isso acredito que, desta vez, serei eleito vereador da câmara municipal de Loulé.
Questão: - Como analisa o trabalho de Seruca Emídio e do seu executivo à frente da autarquia louletana?
Resposta: - Foram dois mandatos perfeitamente distintos. Um primeiro, 2002-2005, em que se notou um esforço para colocar a câmara municipal em ordem no plano financeiro, mas onde faltou planeamento. E este segundo mandato, 2005-2009, que é aquele que verdadeiramente será escrutinado pelos cidadãos, em que o executivo liderado por Seruca Emídio ficou claramente aquém das expectativas criadas aquando da sua eleição em 2001. É notória a falta de projectos e de ideias deste executivo municipal. E a prova disso é que durante o mandato que agora termina, no final de cada ano sobraram sempre milhões de euros. No final do ano de 2008 sobrou à Câmara Municipal, imagine-se, mais de 22 milhões de euros. Milhões que se tivessem sido devidamente utilizados, nomeadamente para a construção de infraestruturas rodoviárias, habitação social, infantários e parques empresariais, teriam tornado o concelho de Loulé mais competitivo e mais solidário, e estivesse hoje melhor preparado para enfrentar a crise.
Questão: - A desertificação do interior é um dos principais problemas do concelho de Loulé. Como pensa inverter esta situação?
Resposta: - É necessário avançar para o desenvolvimento das zonas industriais e de serviços previstas no PDM para as diferentes sedes de freguesia. É uma utopia pensar que é possível fixar as populações no interior sem que haja a criação de emprego. E o emprego é criado pelas empresas, pelo sector privado. A desertificação não se combate só com a baixa do IMI ou do IMT, ainda que seja uma medida importante. É preciso investir no apoio à criação de emprego. O desemprego, neste momento, deve ser a maior prioridade do próximo executivo municipal. O desemprego no concelho de Loulé atingiu os níveis mais elevados de que há memória e é o mais elevado em todo o Algarve.
Questão: - Qual é, para si, a grande obra que ainda falta a Loulé, essencial para o desenvolvimento do concelho?
Resposta: - Uma só não posso. É muito pouco para um concelho como este. Aponto-lhe 5 obras. Três físicas e duas imateriais. Relativamente às físicas, aponto-lhe a necessidade de se negociar com o próximo Governo um “polis” para Quarteira. Requalificar a marginal de Quarteira entre o “Jazz Bar” e a “Rosa Branca” e concluir o passeio marginal até Vilamoura, criando aqui uma área de animação. Acabar com o que resta do “bairro da lata” e construir um novo mercado, que integre o actual da fruta e o do peixe, pois a cidade da Quarteira merece isso, e muito mais. Um novo edifício dos “Paços do Concelho”, para acolher todos os serviços municipais, para que deixem de estar espalhados por toda a cidade. E fazer a circular sul de Loulé, ligando a rotunda junto as Bombeiros Municipais à rotunda da Goncinha. Quanto às obras “imateriais” é decisivo concluir-se a revisão do PDM antes de 2013 e o cadastro do concelho de Loulé. Como é possível gerir um município se a câmara municipal não sabe quem são os proprietários rústicos e urbanos do concelho?
Ciclistas e Votos na Autarquia Louletana
Ver aqui a notícia: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=98625
e aqui o ciclo-circo eleitoral: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2009/10/autarquicas-presidente-perdeu-o-decoro.html
Querida, encolhi a cidade
Ver aqui: http://quiosquedacamila.blogspot.com/2009/10/o-topografo.html
e aqui: http://ssebastiao.wordpress.com/2009/10/05/nao-digam-que-fomos-nos-que-escrevemos/
segunda-feira, outubro 05, 2009
Nada é mais permanente do que a mudança
Para todos, aqueles que ainda o conseguem manter, uma boa semana de trabalho!
Via: http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/
Da Progressiva Feminização da Política
A lei da paridade mudou o género na AR. Sem ela, dizem os cálculos das Nações Unidas, esta conquista levaria 70 anos a concretizar-se
A 27 de Setembro, foram eleitas mais 14 mulheres como deputadas à Assembleia da República do que em 20 de Fevereiro de 2005, o que representa uma subida de seis por cento do universo feminino no total de deputados.
Nesta legislatura, há já 62 deputadas eleitas, isto sem estarem apurados os círculos eleitorais da Europa e de Fora da Europa, que elegem mais quatro deputados. Há quatro anos e meio foram eleitas 48 mulheres. Ou seja, a percentagem de mulheres no total de deputados ascende agora aos 26,95 por cento, contra os 20,86 por cento que se registavam em 2005.
Esta subida do número de mulheres é provocada pela entrada em vigor da lei da paridade, que introduz nas listas eleitorais a obrigatoriedade de uma quota mínima de 33 por cento de representatividade para cada sexo. A lei também impõe que a distribuição na lista seja na relação de um elemento de um sexo e dois de outro em cada três nomes, o que faz com que de três em três nomes surja pelo menos uma mulher.
O peso das mulheres no Parlamento deverá aumentar agora não só por força dos resultados dos círculos da emigração, mas também com as substituições que vão ocorrer na bancada do PS a propósito da formação do Governo e de outras nomeações para organismos de Estado cujos cargos são de nomeação governamental."
Ver mais aqui: http://jornal.publico.clix.pt/noticia/05-10-2009/o-novo-parlamento-esta-mais-igualitario-e-um-em-cada-quatro-deputados-ja-sao-mulheres-17955599.htm
Ciclistas e Votos na Autarquia Louletana
Ver aqui a fonte: http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2009/10/autarquicas-presidente-perdeu-o-decoro.html
5 de Outubro de 1910
5 de Outubro de 1910. O rei morreu. Viva o rei. Um golpe militar apoiado pela organização revolucionária, a Carbonária Portuguesa, e pelo povo adepto do ideário repúblicano, põe fim à Monarquia. O Soberano passa a ser o povo. A 1º Republica, inspirada nos ideais do positivismo e da Revolução Francesa. Patriótica e anticlerical, viria a ser um dos períodos mais conturbados da nossa História Política. Dezenas de governos caiem ao sabor dos interesses e de conflitualidades partidárias extremadas e sedentas de poder. No final deste período de intensa instabilidade política chegaram os anseios populares generalizados de "ordem e disciplina". Os partidos deixaram de ser percepcionados como factor de progresso e desenvolvimento, para passarem a ser percepcionados, como factor obstaculizante ao desenvolvimento do país. Em 1926, instaurava-se em Portugal a Ditadura Militar. Deste período conturbado ficou a marca indelevel da valorização dos ideais de liberdade, de igualdade e de fraternidade, o que será um legado histórico inalianável. Hoje, 5 de Outubro de 2009, o Presidente da República, Aníbal Cavaco e Silva, não discursará à nação portuguesa, no sítio tradicional onde ela é oficialmente comemorada, invocando motivos políticos, devido à proximidade das eleições autárquicas. Não percebo a dificuldade em produzir um discurso de homenagem à República, que passe por cima das querelas partidárias que estão em jogo nas eleições autárquicas. Os silêncios e os não ditos de Cavaco e Silva, são quase sempre tão ou mais significativos do que as poucas palavras que saiem da sua boca. Fosse, Cavaco e Silva, historiador de formação, em vez de ilustre economista, e saberia que era impossível não se dirigir ao país, numa data com esta importância, no lugar dos Paços do Concelho. Mas a democracia, há muito, mas há muito tempo, que anda a reboque, da economia. Da parte da República, esta, é hoje, maioritariamente consensual, entre os portugueses.
domingo, outubro 04, 2009
O Príncipe
O Príncipe
Aqueles que desejam conquistar o favor de algum príncipe costumam apresentar-se-lhe com os bens que mais prezam ou com aqueles que crê em dar-lhe maior prazer. Por isso é frequente vê-los oferecer cavalos, armas, panos de ouro, pedras preciosas e ornamentos semelhantes, dignos de sua grandeza. Desejando, pois, oferecer-me a Vossa Magnificiência com qualquer prova da minha sujeição, não encontrei, entre todas as minhas bagatelas, nada que estime e ame tanto como o conhecimento das acções das grandes personagens, que adquiri pela longa experiência das coisas modernas e pela leitura constante das antigas - conhecimento em que pensei e reflecti demoradamente e com grande cuidado, a fim de o resumir num pequeno volume que envio a Vossa Magnificiência.
Regras que o Príncipe deve seguir para conquistar e manter o poder:
1. O Principe deve, mesmo não percebendo muito de futebol e nem ter uma adoração especial por este desporto, fazer de conta que o jogo da bola é fundamental para a vida da comunidade.
1.1. Se a comunidade onde está inserido tiver vários clubes, deve ter uma forte ligação ao principal clube da terra, introduzir alguns dos seus servos na estrutura directiva do mesmo e injectar o capital financeiro que permita aos fieis da colectividade em questão viver com plena satisfação.
1.1.2. Mas o Príncipe não pode descurar os clubes menores, sob pena de gerar muitos inimigos e muito descontentamento. Deve então, ser suficientemente inteligente para dar a devida importância aos clubes em ascensão, alimentando os seus vícios, sem contudo lhes dar mais importância do que ao clube que mobiliza maior número de votantes. Há que dosear as expectativas imoderadas dos fiéis dos clubes secundários. Dar-lhe a importância quanto baste, para evitar, sobretudo, descontentamentos excessivos.
1.1.3. Convém, por isso, quando as finanças dos clubes secundários e terciários andarem pelas ruas da amargura, abrir temporariamente os cordões à bolsa, para que os súbitos não se passem para o lado dos inimigos.
1.1.4. O Príncipe deve frequentar habitualmente o Estádio do Algarve e deve obrigatoriamente torcer pela vitória dos clubes da terra e simultaneamente chorar as derrotas destes face às equipas adversárias. A vitória dos clubes locais são vitórias do Príncipe, as derrotas são também derrotas do Príncipe.
2. O Príncipe deve também ter um especial fervor pela prática da religião católica.
2.1. Deve promover as iluminações natalícias, se possível rezar o terço nas missas dominicais e deve obrigatoriamente, qual pecado mortal, nunca faltar à festa da Mãe Soberana.
2.2. O Príncipe deve inclusivamente ir em romaria logo atrás da Santa, seguir em passo vigoroso atrás dos Homens do Andor e deve rejubilar com os gritos de "Viva a Mãe Soberana". O Príncipe retirará todas as vantagens de ser dos primeiros a chegar à sagrada capela e deve deixar-se fotografar em pleno esforço a subir a abençoada ladeira.
3. Um aspecto que o Príncipe nunca pode descurar é o da propaganda, ou como hoje se diz, do marketing das cidades e da política.
3.1. O Príncipe deve financiar como puder os principais jornais locais e deve deixar-se fotografar em tudo o que é evento local, mesmo que a sua participação nesses eventos em nada acrescente aos eventos propriamente ditos.
3.2. Se o Príncipe vai ao futebol ao fim de semana deve deixar-se fotografar a dar o pontapé de saída.
3.3. Se o Príncipe vai à Feira da Serra como convidado especial, deve deixar que a sua fotografia se sobreponha aos doces tradicionais da região.
3.4. Se o Príncipe quer desenvolver os meios de comunicação audiovisuais da sua terra amada, deve tomar providências para que se assegure que na direcção de informação de tão importante orgão de propaganda estará um súbito da sua confiança que enaltece esmeradamente as suas virtudes pessoais e morais.
3.5. O Príncipe nunca, mas nunca, deve desprezar os meios de comunicação locais. Enquanto estes se servirem das virtudes do Príncipe, o Príncipe tem a seu lado um dos meios mais importantes de ocultação das suas possíveis fraquezas e um aliado fundamental na manutenção dos poderes do principado.
4. O Príncipe para manter o poder também nunca deve deixar de dar atenção às fracções da população em claro declínio social e a quem esta regressão tanto descontentamento, rancor e raiva pode potencialmente criar em seu desfavor.
4.1. O Príncipe tem que a todo o custo minorar este dano futuro elaborando estratégias preventivas que mitiguem uma possível revolta social.
4.2. O Príncipe mesmo sabendo que não resolve todos os problemas do pequeno comércio, deve fazer de conta que tudo fará para o salvar. Contrata palhaços, acordeanistas, pinta noites de claro e escuro, organiza mercadinhos, dá música às ruas desertas, incentiva o povo para que vá até ao centro da cidade passear.
4.3. O Príncipe deve sempre perceber antecipadamente onde estão os potenciais perigos e ameaças à sua manutenção no poder e deve agir celeremente após o diagnóstico da situação, sob pena de, se deixar crescer a cangrena, já não ir a tempo de a curar.
5. Mas o Príncipe deve também ser apologista do circo para o povo. Este é um método que todos os Príncipes em todos os períodos da História utilizaram. O Príncipe seria incauto em o descurar. Deve combinar-se com as bruxas, trocar as épocas do carnaval, antecipar as datas do Natal e distribuir muitas oferendas à plebe local.
6. O Príncipe deve sobretudo seguir a máxima universal de que os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se torna amado do que outro que se torna temido, pois como se deve lembrar o Príncipe, o amor quebra-se, mas o medo mantém-se.
6.1. O Príncipe deve por isso tratar mal a oposição na Assembleia. Deve fazer-se temido pois sabe que assim será mais respeitado. Deve lembrar-se sempre o Príncipe que um líder amado é mais facilmente atraiçoado e que um líder temido é sempre mais raramente desafiado.
7. O principe deve também, apesar de ter compaixão pelos despossuídos de poder, estar sempre do lado dos poderosos.
7.1. Deve cortejá-los e respeitar as suas legítimas ambições e satisfazer ao máximo os seus desejos e aspirações.
7.2. Deve assim facilitar a construção, instituir a ponte com o mundo do futebol, aconselhar-se com os sábios da religião, elogiar o importante trabalho dos homens de opinião, ser seguidista das orientações do partido que esteve na origem da sua criação, escolher com pinças os seus secretários mais fiéis, deve cortejar com sabedoria os senhores feudais que tanto precisam do seu alimento e compaixão.
8. Por último, o Principe nunca deve esquecer, que nos Estados hereditários e habituados à estirpe do seu príncipe a dificuldade em os conservar é muito menor do que nos novos, bastando não transgredir nem violar a ordem dos antepassados e, quanto ao resto, contemporizar conforme os casos que surgirem.
Versão moderna da obra de Maquiavel, O Príncipe.
Nas Vésperas da República
A 1 de Fevereiro de 1908 o Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, foram assassinados no Terreiro do Paço. Nada mais ficaria como dantes. A seguir à queda da Monarquia vinha aí a Primeira República, um dos períodos de maior conflitualidade política da História Portuguesa e que só terminaria com a "ordem" do Estado Novo.
Humor em Tempo de Eleições
Acabei de ver o Eixo do Mal na SIC Notícias e não resisti a fazer copy paste do video que finalizou o programa... aproveito para dizer que o Eixo do Mal continua a ser uma lufada de ar fresco no país do respeitinho...
Elevar o Gosto
11 de Outubro - Eleições Autárquicas
José Coelho - Candidato da CDU à Câmara Municipal de Loulé
Membro da Assembleia Municipal de Mora. José Joaquim Dias Coelho tem 56 anos e reside em Quarteira. Membro do PCP, o candidato à autarquia de Loulé foi vereador da Câmara Municipal de Mora desde 1982, sendo sucessivamente eleito vice-presidente da Câmara Municipal de Mora até 1993, altura em que assumiu as funções de presidente da autarquia desta localidade. José Coelho é actualmente membro, eleito pela CDU, na Assembleia Municipal de Mora.
Questão: - Quais as principais propostas para o concelho louletano que destaca do seu programa eleitoral?
Resposta: - Desenvolver o concelho, diminuir as assimetrias das freguesias da serra em relação às do litoral, apoiar as pequenas e médias empresas do comércio, hotelaria, restauração e serviços, apoiar a agricultura e a pesca, promover os produtos da região, em suma, desenvolver o aparelho produtivo, para responder aos problemas crescentes de desemprego no concelho, que resultam em grande parte da monoactividade do turismo e contribuindo com isso para fixar jovens e dar vida ao mundo rural do nosso concelho.
Questão: - Como analisa o trabalho efectuado por Seruca Emídio nos últimos oito anos?
Resposta: - A nossa preocupação não é avaliar o actual executivo. Estamos preocupados sim em levar às populações do concelho as propostas que resultam do nosso programa eleitoral, que estamos seguros, vão ao encontro dos anseios dos louletanos. No entanto, a política desenvolvida pelo PSD e PS, na gestão municipal, tem sido responsável por um errado desenvolvimento do concelho, nomeadamente, quando direccionam o investimento quase exclusivamente para a área do Turismo. As consequências estão à vista e por isso entendemos que é necessário uma ruptura com estas orientações e um novo rumo para o concelho.
Questão: - Das eleições autárquicas de 2001 para as de 2005, a CDU obteve em Loulé uma ligeira subida de votos. O objectivo passa por um crescimento sustentado ou acredita que existem condições para um crescimento exponencial?
Resposta: - Tendo em conta os resultados das eleições para o Parlamento Europeu e das Eleições Legislativas, recentemente realizadas, em que se verifica uma significativa subida em número de votos, da CDU, dá-nos confiança de que os louletanos irão crescentemente confiar numa força que desde sempre se colocou ao lado das populações e dos trabalhadores, e que tem um programa alternativo, que tem em conta o concelho que somos e uma forma de intervir, própria da CDU, de proximidade com as populações. O voto na CDU é para além de um voto mais consciente, um voto que conta. Para nós, trabalho, honestidade e competência é uma marca do nosso projecto colectivo, bem patente nos concelhos onde temos a responsabilidade da gestão autárquica, portanto, também no concelho de Loulé, é possível, queiram os eleitores, realizar obra com as populações.
Questão: - O concelho de Loulé tem visto acentuar ao longo dos anos a disparidade entre o litoral e o interior , com este último a sofrer uma cada vez mais acentuada desertificação. Que medidas defende para combater este problema?
Resposta: - De alguma forma a questão já foi respondida anteriormente, uma vez que das medidas que defendemos para o concelho constam algumas que vão no sentido de diminuir as assimetrias, desenvolvendo o aparelho produtivo e apoiando os pequenos e médios empresários do concelho, medidas que levam à criação de emprego e trabalho com direitos que são questões essenciais para a fixação da população; o apoio concreto às famílias com dificuldades, aos jovens e idosos; e um novo estímulo ao mundo rural, parte integrante do concelho de Loulé. A CDU, ao contrário de outros, vê o concelho de Loulé como um todo, onde litoral e serra não se opõem mas se complementam, e ambos têm condições para assegurar o futuro do concelho, um futuro equilibrado, sustentado e harmonioso.
http://www.regiao-sul.pt/fichaentrevista.php?refentrevista=136