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sábado, agosto 29, 2009

É Pelos Movimentos Que Vamos!

A gente conhece-os à distância. Pela forma como a manga da camisa é dobrada. Pela barba aprumadinha. Pelo hexis corporal que induz para uma postura certinha. Por um discurso politicamente correcto que nunca deve arreliar ninguém. Por uma obediência incondicional às normas e regras de bem viver em sociedade. Por um conformismo e uma obediência directamente proporcional às vantagens que podem auferir dos serviços prestados ao partido. O PS e O PSD no Algarve estão cheios deles. Põem incondicionalmente a vida partidária e a sua carreira política à frente dos interesses da região do Algarve e dos algarvios. Têm sido os principais responsáveis por esta obediência secular da região ao centralismo de Lisboa. Através do partido ocupam toda a estrutura de poder estatal existente na região em que vivem. A condição é só uma. Não pôr em causa os interesses do poder central e do centralismo partidário que nos comanda.

Acabo de ler a entrevista do Presidente da Distrital do PS Algarve no jornal O Algarve. Fiquei arrepiado. Para Miguel Freitas (o candidato algarvio que foi preterido por João Soares), o candidato de Lisboa que veio de férias ao Algarve e que vai representar os algarvios nas próximas eleições legislativas é o candidato certo para os algarvios: "O PS escolheu um bom cabeça de lista para o Algarve".

O doutor Miguel Freitas deve pensar prestar assim um grande serviço aos algarvios. O que revela, afinal, na sua entrevista, é, mais uma vez, a mais detestável deferência ao partido que lhe dá existência. Mas o grande líder do PS Algarve não se fica por aqui. Porque defende os interesses do Algarve, diz ainda, referindo-se ao "Movimento, Regiões Sim" que não é com movimentos que a regionalização lá vai: "Isto não se resolve com movimentos. Sou um dirigente partidário, portanto dou a cara dentro do meu partido." O doutor Miguel Freitas vive na pré-história. Ainda não se apercebeu do colapso dos partidos e da quebra de relação de confiança entre estes e os cidadãos. Se alguma coisa mudou na sociedade portuguesa dos últimos anos, e muito mudou para melhor, agradeça-se à "sociedade civil" organizada. Os partidos, esses, tal como os políticos que neles habitam, têm tido, o efeito, de uma brutal inércia.

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