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sexta-feira, maio 01, 2009

A Miséria da Política

Tenho por convicção que os políticos que temos em Portugal não são parvos, nem ignorantes, nem hipócritas, muito menos ingénuos e que se andam na política é por causa do interesse na causa pública, o mesmo é dizer, de uma causa mais elevada e honrada que ultrapassa os meros interesses centrados na grandeza dos seus umbigos.

Mas há alturas em que esta minha convicção se esboroa na totalidade e converto-me àqueles que fazem parte do "nós" e que repudiam o "eles", esses mesmos que vivem num mundo outro, o da intriga partidária, da busca do melhor lugar, vulgo "tacho", da luta do poder pelo poder e que fazem dessa mesquinhez o paradigma dominante da vida político-partidária portuguesa.

É que "eles", mesmo em situação de depressão económica e a caminho da progressiva miséria dos povos, não querem nada fazer, nem por si e pela sua denegrida imagem, nem tão pouco pelos povos que governam ou pretendem governar, que sem se reverem "neles", tanto deles infelizmente (?) precisam.

E esta minha crença nos políticos e nos partidos cai por terra, precisamente em momentos como os actuais, em que nos espantamos que ninguém se espante quando o aumento de dinheiro "vivo" para financiamento dos partidos é aprovado por unanimidade na Assembleia da República ou ainda quando nos espantamos que ninguém se espante com a dimuinição das multas ambientais às empresas que cometam crimes de carácter ambiental em nome da economia e como mágica solução para a crise económica.

Não há remédio, porque não há carácter e porque não há carácter, não há remédio.

Da mesma maneira que ficaram os nossos políticos atónitos pela hecatombe económica provocada politicamente pela sua demissão política face há acção dos grandes poderes económicos, poderão vir a ficar atónicos quando a actual crise de legitimidade do regime democrático bater no fundo. Já faltou mais. O fundo do poço está vista. Depois não se espantem. Nem se armem em vítimas.


3 comentários:

  1. Neste 1º de Maio o politico Cavaco Silva é aqui lembrado quando era 1º Ministro:Declarações de Cavaco Silva, transmitidas ao Conselho Nacional do PSD, em 1991, depois de ter renovado a maioria absoluta:

    "Ficou provado que é possível ganhar as eleições contra os jornais, desde que o Governo tenha obra feita e a apresente aos eleitores, que o primeiro-ministro goze de elevada credibilidade e o partido que o apoia aja com inteligência".*

    Dois anos depois destas declarações e das celebrações, em Maio de 1993, perante (mais) uma recessão económica, desta vez sem influência estrangeira, Cavaco Silva dizia ao jornal "Expresso":

    "Esta recessão tem sido muito diferente das outras pela incerteza do seu fim. Seria ousadia da minha parte dar garantias sobre a recuperação". *

    *Citações retiradas do livro "O meu tempo com Cavaco Silva" de Fernando Lima. - Correio Preto

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  2. Gosto do que escreve.
    Passo sempre por aqui,só é pena que a maioria dos Louletanos não o possam fazer.
    Obrigada pela simplicidade da sua escrita, mas que qualquer um compreende.
    Boa noite, e continue assim.
    maria.

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  3. Olá Maria. Obrigado pelas visitas e pelo incentivo. Bom resto de fim de semana!
    João

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