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terça-feira, maio 26, 2009

Ainda o PS Loulé e a Secção de Quarteira

A opinião de João Lopes - Jurista e ex-militante PS:

Boas caros leitores
Administrador deste interessante blogue

Já que como foi referido aí em cima, não me foi permitido efectuar mais comentários sobre a notícia publicada no designado blogue Calçadão de Quarteira, não sei porquê, quando a selecção da publicação dos comentários é sempre da responsabilidade dos administradores, aqui vos deixo o meu parecer sobre o tema.

Como jurista e ex-militante do Partido Socialista da secção de Santarém, e actualmente a residir em Quarteira, gostaria de deixar junto de vós algumas considerações sobre esta decisão jurídica por parte da Federação PS Algarve.

Tal decisão compreende-se, partindo do princípio de que, a alegada reclamação por parte do PS Quarteira terá sido feita com base no artigo 91 ponto 1 alínea a) e não verificação do ponto 2 do referido artigo, dos estatutos do partido Socialista. É perfeitamente normal que a decisão tenha sido a que agora foi estipulada.

No entanto, tal não significa que a escolha do candidato do PS para Quarteira irá ser efectuada segundo a alínea a) anteriormente referida, ou seja, através da Assembleia Geral da secção do PS Quarteira.

Esta situação actual, verifica-se na medida em que a Comissão Política de Concelhia do PS, terá negligenciado numa primeira fase, do ponto de vista jurídico uma "resolução fundamentada, aprovada por maioria de 2/3 dos membros presentes".

Bastará novamente à Comissão Política de Concelhia voltar a convocar os seus membros para a eleição do candidato para Quarteira, fundamentando devidamente a sua decisão e obtendo a tal maioria de 2/3, para que o candidato (ou qualquer outro candidato para outra qualquer Assembleia de Freguesia do concelho) seja oficialmente o candidato do PS à Assembleia de Freguesia.

A ideia defendida pelo secretariado do PS Quarteira, de ser a secção base de residência a decidir o seu candidato, só poderá verificar-se, quando por parte da Comissão Política de Concelhia existir a intenção e vontade para que tal assim suceda. Simplesmente porque estatutariamente a CPC, pode sempre superar nesta matéria de escolha de candidatos qualquer secção base existente.

São estas as "regras" do jogo. São estes os Estatutos existentes.

A ideia que fico, perante esta situação, é a de que:

1º A CPC, foi ingénua do ponto de vista formal num primeiro momento, contribuindo também para que esta situação se verifica-se;

2º A secção do PS de Quarteira, entrou definitivamente em ruptura com a sua CPC, o que não é muito positivo para o Partido em geral no Concelho e para a própria secção em termos futuros;

3º O candidato inicialmente apontado pela CPC, o sr. Ezequiel Tomás, será no fim deste processo o candidato do PS (a menos que o próprio decida obviamente desistir ), tal como inicialmente apontado;

4º Políticamente, quem melhor sairá de todo este processo será o próprio candidato, o sr. Ezequiel Tomás e os adversários políticos PSD no caso.

Falha a CPC numa primeira rectificação de candidatura, a qual só é emendada à posteriori.

Falha a Secção do PS Quarteira, porque iniciou uma luta sem medir todos os desenvolvimentos da mesma e ao declarar uma guerra com a sua CPC, coloca-se a si mesmo e ao PS Loulé numa situação não muito positiva em termos de imagem para o exterior.

Grato pela atenção que queiram dispensar, mas não resisti a desmontar todo o cenário que nos é colocado pela frente.

A continuação de um bom trabalho de intervenção cívica!

João Lopes

10 comentários:

  1. Não será por estarem tão descredibilizados a política e os partidos políticos que vamos aceitar "tomadas de assalto" e imposições aos orgãos eleitos para tomarem as decisões políticas tão sensíveis como a escolha dos candidatos!
    A estratégia, que agora teve este triste episódio, está a ser construída há anos e teve o seu ponto fulcral na candidatura à Direcção da Secção de Quarteira que destronaria Ezequiel Tomás dessas funções. A acção demagógica de tipo assistencialista, com entrega de roupas e outros bens a carenciados, mais se assemelhou a iniciativas de Paróquia que às próprias de um Partido Político. Na reunião da CPC (orgão a quem estatutariamente compete a aprovação das candidaturas) que se realizou em Loulé os dois candidatos (e o outro que fingiu ser) apresentaram-se e quem tinha direito de voto votou, sendo o resultado claríssimo. Logo nessa noite fiquei sabendo da intenção de enviar recurso para o Conselho de Jurisdição Nacional pela boca da própria candidata que após a sua intervenção se ausentou da sala à qual regressou muito depois, retardando assim a comunicação dos resultados da votação.
    As intervenções foram muito diferentes: uma centrada em Quarteira e no conhecimento que o candidato disse ter das suas necessidades; A outra no trabalho realizado para conquistar a secção e no estado de marasmo em que a encontrou. O terceiro candidato apenas disse que o seu apoio ia para a candidata (sic!). Foi aquilo que vi naquela noite que me desagradou pelos comportamentos desrespeitosos evidenciados, não a decisão que entendi justa e sensata, igual àquela que eu tomaria se esteve em posição de o fazer!
    Quero dizer aqui em primeira mão que se Ezequiel Tomás não for confirmado como candidato à Freguesia de Quarteira pelo PS eu não aceitarei integrar qualquer lugar em listas desse partido à Freguesia de S. Sebastião!
    Estando o dano provocado, resta travar a "ambição oportunista" e desse modo evitar danos maiores.
    Sendos os Partidos formados por pessoas, vê-se que há pessoas ainda piores que os piores exemplos que os Partidos dão!
    Com isto disso demais e havia dito não quer falar, mas tudo isto declaro,por minha honra, ser verdade e tê-lo feito em nome da cidadania esclarecida que deve saber distinguir o trigo do joio.

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  2. Não será por estarem tão descredibilizados a política e os partidos políticos que vamos aceitar "tomadas de assalto" e imposições aos orgãos eleitos para tomarem as decisões políticas tão sensíveis como a escolha dos candidatos!
    A estratégia, que agora teve este triste episódio, está a ser construída há anos e teve o seu ponto fulcral na candidatura à Direcção da Secção de Quarteira que destronaria Ezequiel Tomás dessas funções. A acção demagógica de tipo assistencialista, com entrega de roupas e outros bens a carenciados, mais se assemelhou a iniciativas de Paróquia que às próprias de um Partido Político. Na reunião da CPC (orgão a quem estatutariamente compete a aprovação das candidaturas) que se realizou em Loulé os dois candidatos (e o outro que fingiu ser) apresentaram-se e quem tinha direito de voto votou, sendo o resultado claríssimo. Logo nessa noite fiquei sabendo da intenção de enviar recurso para o Conselho de Jurisdição Nacional pela boca da própria candidata que após a sua intervenção se ausentou da sala à qual regressou muito depois, retardando assim a comunicação dos resultados da votação.
    As intervenções foram muito diferentes: uma centrada em Quarteira e no conhecimento que o candidato disse ter das suas necessidades; A outra no trabalho realizado para conquistar a secção e no estado de marasmo em que a encontrou. O terceiro candidato apenas disse que o seu apoio ia para a candidata (sic!). Foi aquilo que vi naquela noite que me desagradou pelos comportamentos desrespeitosos evidenciados, não a decisão que entendi justa e sensata, igual àquela que eu tomaria se esteve em posição de o fazer!
    Quero dizer aqui em primeira mão que se Ezequiel Tomás não for confirmado como candidato à Freguesia de Quarteira pelo PS eu não aceitarei integrar qualquer lugar em listas desse partido à Freguesia de S. Sebastião!
    Estando o dano provocado, resta travar a "ambição oportunista" e desse modo evitar danos maiores.
    Sendos os Partidos formados por pessoas, vê-se que há pessoas ainda piores que os piores exemplos que os Partidos dão!
    Com isto digo demais(!) e havia dito não quer falar, mas tudo isto declaro, por minha honra, ser verdade e tê-lo feito em nome da cidadania esclarecida que deve saber distinguir o trigo do joio.

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  3. Os meus Parabéns ao autor do post, pelo modo prático como demonstra e desmonta toda a situação.
    E também de louvar o testemunho aqui deixado pelo ssebastião, que fornece dados novos que ajudam a entender agora melhor esta guerra interna dentro do PS no concelho de Loulé.
    Politicamente não consigo entender, como é que uma líder de secção (a sra. Hortense)apela tanto aos estatutos do partido e no fim será pelos ditos estatutos que ela irá perder esta guerra, completamente desnecessária para o partido. Muito mal acompanhada está esta sra. do ponto de vista jurídico, para não falar da sua inabilidade para entender os estatutos do Partido Socialista. Será que a mesma não entende que, não é por saber que se irá marcar um golo que isso significará uma vitória no jogo?
    Isto mais parece um «Harakiri político» do que outra coisa!

    Os meus parabéns ao blog e ao seu criador - João Martins, o qual recentemente tive o prazer de encontrar através de uma recomendação de amigos.

    Carlos Soares

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  4. Olá Carlos. Obrigado pela visita.

    Se me permite uma pinião em relação ao seu comentário, os estatutos resolverão concerteza a questão da legalidade, não resolve de certeza o problema da legitimidade. Sou um acérrimo defensor da voz às bases dos partidos. Mas isso já estravasa a discussão deste caso. O meu post sobre o assunto também deve ser lido a parrtira desta perspetiva.

    Abraço
    João Martins

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  5. Concordo plenamente consigo João! Agora o problema nessa nobre perspectiva é quando as ditas bases (que a este nível são muito reduzidas), já se encontram «domesticadas» por quem as chefia, e as mesmas não passam de «marionetas» ao serviço de outros fins. Não digo que isso ocorra na situação em questão, poderá não ser o caso mas o contrário também é uma possibilidade relevante a ter em conta. Para isso nada melhor do que quem está por dentro da situação, e como testemunha aquimesmo o amigo ssebastião, existem fortes razões para termos isso mesmo em atenção.
    A terminar, diria que muitas vezes em Democracia aquilo que parece não é!

    O seu post é perfeitamente compreendido a partir dessa perspectiva e pertinente.

    Abraço

    Carlos Soares

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  6. Ora se um líder de secção partidária alega, estar a ser alvo de injustiça à luz dos estatutos do seu partido, e segundo o que aqui é dito, serão os próprios a contradizer a sua argumentação, então à dita senhora não restará outra opção do que abandonar o partido no qual milita por este ao nível dos estatutos a ter deixado ficar mal no fim da história. Ou então admitir o seu amadorismo ao não conseguir perceber que a arma com a qual pretendia vencer este combate político (os Estatutos do PS), será aquela que no fundo a vencerá.
    Isto é interessante. É a aquela velha máxima, "Virou-se o feitiço contra o próprio feitiçeiro"!

    Fernando

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  7. Ihhhhhh! Tanto doutor de estatutos!

    Não há dúvidas que o futebol e a politica estão ao mesmo nível: o da discussão da mesa de café de treinadores de bancada!
    O´João Martins, deixe os homens espernear nos prós e contras do golo off-side...
    A multidão precisa de escapes e pelos vistos Loulé gosta de discutir Quarteira, como gosta de discutir as piadas do Pinto da Costa.
    Tempestades em copos de água são assim mesmo. Depois, basta pedir a chicotada psicológica e a mudança do treinador.

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  8. Amigo anónimo, são comentários como o seu que em nada dignificam a democracia. O direito de opinião é um direito democraticamente constituido. Se os cidadãos não são meros contribuintes é lógico que têm todo o direito de opinar sobre a vida social de que fazem parte. Ou não será assim?
    Os senhores estão é mal habituados. Mas é melhor que se habituem. Se pago os bilhetes de entrada para o futebol acha que temos que ver o jogo em silêncio?
    Cumprimentos
    João Martins

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  9. Antunes Lagartixa11:29 da tarde

    Os estatutos do Ps são cristalinos, logo para os entendidos politicologos aqui vai,

    Moce, oque desseste nã abona
    Ó tás maluque ó gasiado
    Ó nã bates bêim da mona
    Ó tas bêbedo ou escarado

    entretanto uma vez que isto tem a ver com Quarteira os quarteirenses militantes do ps, chega o poeta dos pescadores o Pardal,

    " Era esse o meu prazer,
    se ainda chegasse a ver
    A minha obra publicada.
    Tenho fé que há-de ser:
    Faço-a para o povo ler
    e por muitos ser cantada. »

    Então se são cristalinos o que é que estão há espera.

    A razão a quem a tem, um voto de confiança nos militantes do secretariado do ps em Quarteira.

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  10. e assim se revela quem é quem, nesta trapalhada do PS local. nomeadamente em Quarteira.

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