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sábado, fevereiro 28, 2009

Mais do Mesmo ou Mudança de Fundo?

O PS apresentou o seu candidato à Câmara Municipal de Loulé, o ex-presidente da Câmara, Joaquim Vairinhos.

A primeira coisa que me oferece dizer é que aparentemente se trata de um regresso ao passado. Não quer isto dizer que não estamos perante uma pessoa competente para a gestão da coisa pública, pois a experiência pode ser sempre um factor importante a ter em conta, mas há que reconhecer que isso é também um sinal claro de falta de vitalidade do PS Loulé. O partido adormeceu e não renovou os seus quadros à altura de ter gente jovem em quantidade e qualidade para fazer face aos desafios que a política e a sociedade atravessam nos dias de hoje.

No contexto da política das Terras de Loulé, Joaquim Vairinhos foi a menos má das escolhas. Talvez ele seja dos candidatos actuais aquele que mais condições reunisse para fazer face ao actual estado de coisas a que chegou a governação de Seruca Emídio. Não que seja o meu candidato preferido, pois esse seria Vitor Aleixo, mas certamente será o que tem algumas hipóteses de conquistar a autarquia Louletana.

Na conferência de imprensa de apresentação de candidatura dada em Loulé, no conhecido restaurante "O Pescador", Vairinhos teceu e bem, duras críticas à gestão do actual edil Seruca Emídio, salientando a falta de "habitos democráticos que parece não haver", de resto uma crítica que pode ser apontada ao PS Nacional, e "medo das pessoas manifestarem a sua opinião", crítica que também se enquadra bem no partido em que se insere Vairinhos à escala nacional. Se isto significar uma ruptura com a governação do engenheiro Sócrates é um bom sinal e sinal de esperança, se isto significar apenas estratégia eleitoral de conquista de poder, é discurso para inglês ver.

Depois Vairinhos foi também dizendo que "primeiro, ouvir as pessoas", opção com a qual estamos completamente de acordo, o que faz falta efectivamente, é ouvir a malta. Mas disse mais, disse das pessoas que já ouviu que "as pessoas necessitam de uma alternativa". Pela parte que me toca, sim. Enquadro-me naqueles que acham que Loulé precisa de uma alternativa. Mas essa alternativa não pode ser mais do mesmo. Porque a ser assim, mais vale ficar com aquilo que já temos.

Vale a pena dizer ainda que aquilo que os partidos devem fazer não deve ser apenas "ouvir" as pessoas, ou, fazer de conta que se as ouve, para legitimar as suas estratégias de conquista de poder. Vale a pena dizer que o que os políticos e os partidos têm que fazer é "escutar" as pessoas e sentir as suas preocupações e necessidades da vida quotidiana. "Ouvir" as pessoas, será mais a função do padre e do psicólogo, aos políticos exige-se mais. Exige-se que se tenha a capacidade de as envolver na resolução dos seus problemas e dos problemas da vida da cidade. Participação, envolvimento e transparência da vida democrática é portanto aquilo que se deseja. Democratizar a democracia.

Depois, Vairinhos foi duro nas críticas, com a dureza que a conquista do poder democrático exige, mas ao fazê-lo foi também de certa forma injusto. Ao dizer que o concelho de Loulé teve nos últimos anos um "retrocesso generalizado" não está com certeza a falar verdade aos Louletanos. Loulé cresceu neste últimos anos, desenvolveu-se, embora de forma pouco sustentável e com certeza que a qualidade de vida dos Louletanos em muitos aspectos melhorou. Alguns destes aspectos, o mérito será do executivo autárquico, a maior parte do que de bom se fez em Loulé deve-se concerteza aos cidadãos louletanos. Felizmente para todos nós que a política não determina todos os aspectos da vida social.

Mas Vairinhos tem toda a razão quanto fala que não houve efectivamente "desenvolvimento sustentado" e que o que tivemos foi "uma gestão de políticas avulsas, políticas de ocasião". Esse foi o maior problema de Loulé nos últimos oito anos. Não ouve estratégia, o desenvolvimento foi confundido com crescimento, a política do "betão" foi claramente a prioridade e ouve certamente muitas situações de "incompetência política" de que a desastrosa intervenção na Avenida José da Costa Mealha, as filas de espera ao longo de dias e noites à porta das creches e infantários ou o facto "menor" da "proibição" da exposição de dois quadros numa exposição de pintura numa galeria Louletana são bem reveladoras. Em resumo, o que faz falta é a elaboração de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para todo o concelho, mas sobre isso voltaremos a falar em post futuro.

Depois, Vairinhos falou ainda, das políticas de habitação social que criam "guetos" o que pode significar que está atento a este importante fenómeno (esperemos pelas soluções apresentadas) e falou também das fortes "manchas de pobreza", numa autarquia com um dos maiores orçamentos do país e lembrou também e bem, a ausência de parques de estacionamento onde pouco ou nada se fez nos últimos anos.

No geral esteve bem na sua intervenção. Onde Vairinhos borrou a opa foi no discurso sobre a "insegurança". Ao invocar a "insegurança nas ruas", promove um discurso político que provavelmente lhe trará mais votos (pelo menos assim acreditam os políticos) mas faz inevitavelmente fugir o meu. Já assim foi com Vitor Aleixo candidato que até reunia a minha simpatia há quatro anos atrás.

É certo que numa cidade que vai crescendo todos os anos e complexificando o seu tecido social a "segurança" das populações é com certeza uma preocupação fundamental. Mas Loulé é uma cidade segura, não vivemos felizmente no Rio de Janeiro e todos os dados estatísticos nacionais e internacionais confirmam que vivemos num país relativamente seguro. Sempre me causou um profundo incómodo a exploração da "insegurança das populações" e do clamar por mais "ordem" e "segurança" sobretudo vindo este discurso dos partidos ditos de esquerda. É claro que a segurança deve ser assegurada, é claro que nada melhor que o policiamento de proximidade para tranquilizar as populações, mas agitar os fantasmas da "insegurança" em época eleitoral é um erro político brutal.

Um verdadeiro partido de esquerda tem que ter incorporado ideologicamente (sim, ideologicamente) o combate às desigualdades sociais, à "exclusão" social e à pobreza. Deve apostar verdadeiramente na educação, na saúde (sim, na saúde), no apoio à terceira idade, na cultura e no ambiente. Deve orientar-se pelo aprofundamento da democracia e pelo aprofundar da participação democrática. Deve caminhar para um desenvolvimento sustentável que respeite efectivamente o trinómio ambiente, sociedade e economia, de forma equilibrada, entre estas três dimensões fundamentais da sustentabilidade (como devem ter reparado inverti a ordem).

Ao orientar-se por estes princípios ideológicos e ao preocupar-se em levá-los à prática o PS Loulé já não fazia pouca coisa. Não precisamos de mais do mesmo. Precisamos de mudanças de fundo. Obama continua a ser um exemplo a seguir.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Não falem verdade à população e depois queixem-se...

Isto começa bem...

...começa assim...

"O desgaste provocado na gestão PSD e no seu líder Seruca Emídio pelos vereadores do PS, ao longo destes anos (vão para 8)(...)" leia o resto aqui
http://concelhodeloule.blogspot.com/

Isto promete...

Crime e Castigo

Há dias lia no blogue Calcadão de Quarteira isto "Noticiava hoje o semanário «Região Sul» que ”a GNR deteve em flagrante delito um homem de 71 anos pela prática de caça ilegal de aves cinegéticas e não cinegéticas com armadilhas artesanais (esparrelas). O homem tinha na sua posse 58 armadilhas e diversas aves capturadas.” e indignava-se e bem o Lourenço Anes do disparate da "pena", uma vez que o idoso de 71 anos ficava sujeito a termo de identidade e residência. Ver aqui http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2009/02/idoso-detido-por-usar-esparrelas.html.

Dias depois "indignava-se" (está na moda) o presidente da Caixa Geral de Depósitos com a acusação de lesa pátria de 92 milhões de Euros devido à compra das acções da Cimpor acima do preço de mercado. Ver aqui http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1149648.

Como é hábito em Portugal, o presidente da CGD já disse que vai fazer o que sempre fez. O Ministro das Finanças assobiou para o lado e o rosto do Socialismo Democrático, José Sócrates, disse desconhecer o negócio. O que não é aconselhável no nosso país, é mesmo, armar aos pássaros. Previna-se...

PS (post scriptum): Viva o Socialismo, viva Portugal!

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Novos Olhares Sobre Quarteira

Olhar o social a partir do Hip Hop



Os jovens, o presente e o futuro...novos olhares sobre Quarteira...

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Do Ambiente na Cidade

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Juro-vos que ouvi Seruca Emídio, na Terça-Feira de Carnaval, na RTP do governo, dizer que o ambiente é uma prioridade do Concelho. Devia ser brincadeira de carnaval...

Debaixo do Betão a Praia!

Petição com mais de 1500 assinaturas vai ser entregue hoje em Quarteira ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé pelo Movimento de cidadãos Gostar de Quarteira.

O macloulé solidariza-se desde já com o movimento.

Aqui fica a petição:

Atenção Quarteirenses!
Esta não é uma boa Prenda de Natal.

A Câmara Municipal de Loulé tem pronto para aprovar um grande projecto imobiliário para a construção de oito blocos para habitação e
comércio e um Centro Cultural com uma sala com a capacidade de 180 lugares, no terreno do Mercado das quartas-feiras das Frutas e
Legumes, na Avenida Sá Carneiro.
Uma das marcas mais negativas da cidade de Quarteira é a grande concentração de prédios onde quase não existem espaços verdes para convívio e lazer e onde praticamente é impossível a circulação e estacionamento automóvel nos meses de verão quando milhares de turistas nos visitam. Dessa Quarteira já temos que chegue. Mais não! Obrigado. Se gostas da tua cidade e acreditas, como nós acreditamos, que ela pode ser mais bonita, mais confortável e mais agradável então junta-te a nós e vamos exigir à CML que negoceie a compra daquele terreno e ofereça à cidade de Quarteira aquilo que ela merece e necessita: espaços públicos de convívio e lazer e um equipamento cultural à dimensão das necessidades dos Quarteirenses. Este assunto diz-te respeito.Tens o direito de reclamar e exigir o melhor para a tua cidade. Mais tarde, pode ser demasiado tarde. Vamos fazer ver aos responsáveis da Câmara de Loulé que devem ponderar os interesses da cidade e dos seus residentes e projectar para o último espaço disponível no coração da cidade algo de que nos possamos orgulhar. Vamos convencer a Câmara de Loulé que a opção de comprar o terreno e disponibilizá-lo a Quarteira e aos Quarteirenses é mais vantajosa para a cidade do que a de mais e mais blocos de apartamentos e espaços comerciais.

Movimento Gostar de Quarteira

Quarteira, Dezembro 2007

Tomámos conhecimento da petição aqui no Quiosque

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Os Fantasmas de Salazar

A Criação do Mundo

Gustave Courbert


A PSP de Braga, apreendeu ontem, numa feira em Braga, alguns exemplares de um livro sobre pintura, por considerar que a capa, com a obra "A Criação do Mundo" de Courbert, era de cariz pornográfico.

Parece que estou a ver o filme. Gente de "bem" passou na feira e viu "uma gaja de pernas abertas" a pedir que "lhe saltassem para cima" e nem pensou duas vezes, toca fazer a denúncia, para a PSP apreender a "pouca vergonha".

O mais triste desta estória é que ela se assemelha à apreensão das "gajas" do computador Magalhães em Torres Vedras, das massagens proibidas o ano passado na praia de Faro, ou ainda ao caso dos quadros censurados pela Câmara de Loulé numa exposição de arte, no ano que passou.

Tristes semelhanças, num país com uma democracia de baixa intensidade. Os fantasmas de Salazar ainda andam por aí.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Imagens do Carnaval de Loulé

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Alegria, Natureza e Carnaval...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Alegria, Natureza e Carnaval...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Alegria, Carnaval e Estrago da Natureza...

O Carnaval estava bem organizado, a natureza foi divulgada, as práticas ambientais é que continuam a deixar a desejar...

Quanto continua a custar aos contribuintes esta desastrosa intervenção autárquica na Avenida José da Costa Mealha?

Isto será merecedor de ser discutido em Assembleia Municipal?

Imagens do Carnaval de Loulé

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Alegria, Carnaval e Estrago da Natureza...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Rui Costa com a contratação do ano...

Yes we can...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Fumando um cigarrinho...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Suspendendo a democracia por seis meses...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Muito colorido e com muita alegria...

domingo, fevereiro 22, 2009

Imagens do Carnaval de Loulé

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Dançando ao som do Brasil... sem censura...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Sempre Prontos...desde há muitos anos...

Imagens do Carnaval de Loulé

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O Quiosque...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Mudando de género...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Sambando na Avenida...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Vampirizando o povo...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Assumindo as dependências...

Imagens do Carnaval de Loulé

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Domingo, 22 de Fevereiro de 2009. Céu limpo, sol a brilhar, temperatura amena, caras bonitas, carros muito coloridos, música alegre, boa organização. Está de parabéns a organização do Carnaval de Loulé. Aqui ficam algumas imagens do mais famoso Carnaval a Sul do país.

Loulé 2009: Ortografia Carnavalesca

Carnaval de Loulé

À entrada para a Avenida das Árvores Abatidas


Nota: Clique em cima da imagem para ampliar.

Em Loulé não há acordo ortográfico luso-brasileiro que resista. É isso mesmo, quem não persebe sertas piadas é escuzado vir ao Carnaval de Loulé.

sábado, fevereiro 21, 2009

O Estado de Coisas

Na Madrugada de 25 de Abril de 74, na parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, dizia o grande capitão Salgueiro Maia:
"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos."

Foi assim que Salgueiro Maia mobilizou as tropas para acabar com o regime ditaturial do Estado Novo e com um regime que cultivou a tortura, a perseguição, a censura, o obscurantismo, a ignorância das massas e a castração de um povo, com reflexos até aos dias de hoje.

Em Loulé, Seruca Emídio e o PSD dizem estar em "condições de propor um programa autárquico renovado e de forte ideário para o próximo ciclo eleitoral, capaz de enfrentar «o estado de coisas» que se vêm verificando no principal partido da oposição".

Não é o Partido Socialista que se propõe a acabar com o "estado de coisas" que se vêm verificando no partido do Poder. É Seruca Emídio que se propõe acabar com o "estado de coisas" da oposição.

Também Bush quando chegou ao poder inventou inimigos fictícios a quem combater.

Para quando um PS Loulé que inverta este "estado de coisas" e para quando uma noite solene em que se acabe com o estado a que chegámos?

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Ser Homossexual: Normal ou Patológico?

Homosexuality in Animals



Émile Durkheim, sociólogo Francês da segunda metade do século XIX, princípio do século XX, um dos principais fundadores da ciência social, a Sociologia, estabeleceu os conceitos de normal e de patológico para compreender como se construía o tecido social da sua época. Para Durkheim, normal seria um fenómeno social com uma ocorrência regular na sociedade e patológico seria um fenómeno raro e que constituiria uma excepção. Seguindo esta tipologia de análise do social, o crime seria um fenómeno "normal" em todas as sociedades pois que ocorre com relativa frequência em todas elas, o que seria patológico e constituiria excepção, seria uma sociedade onde não existisse crime.

Podemos então dizer, seguindo Durkheim, que o bispo do Porto D. José Saraiva Martins não tem razão alguma quando diz que “A homossexualidade não é normal”. Se a homossexualidade existe com frequência na maior parte das sociedades conhecidas ao longo da História, pode-se deduzir que esta é um fenómeno normalíssimo. O que seria "anormal", patológico e constituiria excepção, seria uma sociedade em que não existissem homossexuais, isto sim, seria um fenómeno "anormal".


E não vale a pena também. vir com a falsa "teoria", de ser a homossexualidade um fenómeno "contranatura", pois uma coisa é a procriação e reprodução das espécies, outra coisa completamente diferente, as orientações e as preferências sexuais de cada um.

Se alguém dúvida disso, vejamos o exemplo da homossexualidade animal, para ver se o argumento colhe ou não colhe.

Depois de verem o video, leiam lá então esta notícia, por favor:

"A homossexualidade é praticada por 1.500 espécies de animais, em muitos casos para resolver conflitos, indica uma exposição patente até ao próximo Verão no Museu de História Natural Norueguês, ligado à Universidade de Oslo.
Sendo o seu título uma interrogação, «Contra Natura?», a primeira exposição no mundo sobre este tema pretende questionar a premissa geralmente aceite de que a homossexualidade não é natural, explica um dos organizadores.

Para Peter Boeckmam, consultor académico da exposição, «essa premissa é errada», já que «a homossexualidade é não só comum como altamente essencial nas vidas de numerosas espécies».
«Pensamos que, enquanto instituição científica, podíamos contestar o argumento de que o modo de vida das pessoas homossexuais é contrário aos princípios da natureza», explicou Geir Soeli, responsável pela mostra.
Desafiando preconceitos e tabus, a exposição recorre a fotografias e reconstituições para dar exemplos de comportamentos homossexuais, num género ou noutro, entre uma enorme diversidade de espécies, desde girafas a baleias, de escaravelhos a cisnes, e até leões.
«O comportamento homossexual foi observado em 1.500 espécies animais. Estamos a falar de tudo, desde mamíferos a caranguejos e vermes. Esse comportamento pode ser raro nalguns animais e apenas numa parte da vida, mas outros praticam-no durante toda a vida», diz Peter Boeckman.

Entre estes está o chimpanzé-anão, o animal homossexual mais conhecido. A espécie, que partilha com o homem 99 por cento do seu património genético, é toda ela bissexual e usa o sexo para reduzir a agressividade e resolver conflitos.
Muito comum também é a homossexualidade entre golfinhos e baleias assassinas. Sendo efémera ligação entre machos e fêmeas nestas espécies, pode durar anos entre machos, indica a exposição.

As primeiras observações escritas da homossexualidade animal remontam a Aristóteles, o filósofo grego que, mais de três séculos antes de Cristo, ficou intrigado com o relacionamento entre hienas machos. O assunto foi depois ignorado durante séculos, com os casos de acasalamentos homossexuais a serem em geral pudicamente considerados como rituais de combate entre machos.
«Não eram descritos como actividade homossexual, como pulsão de desejo», diz Geir Soeli. «Mas os animais têm instintos muito fortes e talvez acasalem simplesmente por ser agradável».Embora as crianças percorram sem estranheza a sala do Museu de História Natural, a exposição faz franzir o sobrolho nos círculos cristãos conservadores.

Um pastor da Igreja Luterana desejou que os responsáveis pela mostra «ardessem no fogo do inferno». Outro, da Igreja Pentecostal, disse que o dinheiro dos contribuintes seria melhor gasto a ajudar os animais a corrigir «as suas perversões e desvios» ".
Diário Digital / Lusa
in
http://sexualidadefeminina.blogspot.com/2006/10/animais-homossexuais.html

Nota: O texto está datado de 27/10/2006.

Convencidos?

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Foi você que pediu um Freeport?

Já há arguidos no caso Freeport...

...Augusto Santos Silva, o Maquiavel do PS, diz que isso não tem nada a ver com o PS e que a alteração da Zona de Protecção Especial do estuário do Tejo é uma questão à parte...

Separou a cabala e a campanha negra do caso juridíco...

...afinal o caso Freeport existe, a carta e os e-mails são de verdade e o sobrinho do tio continua na China...

Sócrates ou Pinócrates?

Parabéns à JSD...



José Sócrates acredita poder controlar a sociedade como controla o partido. Mas a sociedade é demasiado complexa para ser controlada totalmente pelo poder político e já é por si só admirável como consegue domesticar tanta gente pensante dentro das estruturas do partido.

A internet é um veículo maravilhoso que transformou completamente o mundo. Transformou a forma como vivemos, como trabalhamos, como viajamos, como casamos, como nos divorciamos, como namoramos, como estudamos, como mentimos e mais do que tudo, a forma como comunicamos uns com os outros. A internet mudou a sociedade, a cultura, a economia, o jornalismo e claro está, a política.

Com meia dúzia de palavras e dois ou três cliques de rato, tenho o debate televisivo entre Santana Lopes e José Sócrates na campanha eleitoral de 2005 onde Sócrates era um acérrimo defensor da não subida de impostos. Com meia dúzia de palavras e dois ou três cliques de rato, tenho o discurso de José Sócrates logo após as eleições de 2005 a defender a imprescindibilidade da subida de impostos.

Poderia fazer o mesmo para inúmeras "inverdades" mas fiquemos por relembrar apenas a "promessa" de referendar o Tratado de Lisboa que afinal era "impossível" de referendar.

O vídeo montado pela JSD é a todos os títulos notável. E é um belo exemplo ilustrativo de que a sociedade mudou, a política também, a maior parte dos políticos ainda não. Verdade ou Mentira?

PS (post scriptum): Delicioso o comentário do Professor Marcelo, brilhante a intervenção do líder da JSD.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Ainda a Co-Incineração na Cimpor em Loulé

O vereador Graça, vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé afirmou, taxativamente, ao jornal O Louletano, a propósito da possibilidade futura da Cimpor vir a queimar resíduos industriais perigosos, que "os moradores podem ficar cem por cento descansados porque não haverá queima de resíduos perigosos". Nem Deus Nosso Senhor lá no alto, se atreveria a avançar com uma afirmação tão cheia de absoluto, nos dias que hoje correm. Reforçando o comunicado emitido pela CML há dias atrás, na sequência da exigência de esclarecimentos de alguns cidadãos locais, lembrou o jornal em causa, que "o projecto abranje, exclusivamente, construção de um armazem para instalação de recepção, extracção, dosagem, transporte e queima de resíduos de biomassa vegetal, nomeadamente os resíduos verdes provenientes de jardins e espaços adjacentes, e não de resíduos perigosos".

Mais à frente, na mesma entrevista, começam a surgir as zonas de sombra. Segundo o mesmo vereador "em relação à fiscalização, esta será da responsabilidade da Direcção Geral da Economia", pois "A Câmara não fiscaliza unidades industriais". Há poucos dias atrás, Mendes Bota, Deputado da Nação e líder do PSD Algarve dava alento às dúvidas pertinentes levantadas pelo advogado Castanheira de Barros. Dizia o ilustre deputado da nossa região em declarações ao jornal A Carteia "Como pode a Câmara ficar descansada que não há abuso?" e acrescentou “As cimenteiras têm um curriculo de abuso ambiental pouco recomendável, não oferecendo quaisquer garantias de que, no início entram de mansinho com queima de biomassa vegetal, e não acabem a queimar resíduos perigosos." para culminar o seu racíocinio com uma proposta absurda (melhor que a da Câmara, que é nenhuma, em todo o caso) de contactar a ASAE para fiscalizar a cimenteira.

O blogue Ssebastião, do Professor António Almeida, independente eleito pelo PS, na freguesia de São Sebastião, tem colocado as questões de forma séria e tocado nos pontos essenciais. Desde logo, é preciso saber porque não houve audição e debate público numa questão tão sensível que afecta directamente as populações moradoras e levanta sempre a suspeição da possibilidade da ocorrência de riscos ambientais e riscos para a saúde pública. Depois é preciso saber porque não se constitui uma comissão independente de acompanhamento e monitorização de todo o processo de queima de resíduos (perigosos ou não) de forma assegurar a qualidade de vida das populações e fazer funcionar o princípio da precaução. Depois ainda, é necessário fiscalizar a sério todo o processo para que não surjam dúvidas ou falsas suspeições sobre os tipos de resíduos que anda a Cimpor a queimar.


É preciso também garantir que não vamos evoluir para a co-incineração de resíduos industriais perigosos, e isto deveria competir à Cimpor, quebrando o silêncio (?) (sempre mau conselheiro nestas situações) e fazer uma declaração à vereador Graça, garantindo 100% que as populações podem ficar descansadas, pois não vai haver queima de resíduos perigosos nesta unidade indústrial.

O Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loulé, dr. Seruca Emídio, já garantiu que não vai haver licenciamentos para a queima de resíduos perigosos. O que não pode garantir é que a Agência Portuguesa do Ambiente e o Ministério da Economia não a aprovem, e a haver pedido de licenciamento nesse sentido o Governo PS só não a aprovará se as populações o impedirem. A História da co-incineração em Portugal autoriza-nos receios fundados neste sentido e por muito que nos venham a acusar alguns fieis encartados de alimentar demagogias, o passado histórico continua a ser um dos melhores conselheiros. O Partido Socialista de Loulé deve andar a pensar no assunto.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

A Globalização Dentro de Casa

Loulé, Janeiro de 2009

Sábado de manhã


Turistas Espanhóis visitam Loulé ao Sábado de manhã. Este é o dia em que Loulé, já há vários anos, se transforma num "melting pot" de culturas.

O mercado é a principal atracção e os turistas procuram concerteza aquilo que de mais "tradicional" lhes temos para oferecer.

O figo, a laranja, o queijo da serra, o licor de alfarroba, a amendoa, o amendoim, os doces tradicionais da região, o artesanato local, o peixe fresco, as gentes que fazem a vida do mercado. Esta é uma das maiores riquezas a preservar na comunidade concelhia. Atrás disso virá concerteza o património, o ambiente, o clima, os modos de vida.

A riqueza de uma localidade em época de globalização hegemónica mede-se pela sua capacidade em preservar a diversidade cultural. A homogeneização e a estandartização uniformizadora destrói a vitalidade dos tecidos sociais locais.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Prémio "Olha Que Blogue Maneiro"

Entrámos neste desafio pela mão do nossos amigos Ricardo Tomás, Carlos Carmo e Herder G. do blog Opinion Shakers, a quem gostaríamos de endereçar daqui os nossos sinceros agradecimentos por esta simpática distinção. Desta feita, e tal como mandam as regras, gostaríamos de indicar os 10 blogs de entre os muitos que visitamos regularmente e aos quais gostaríamos de distinguir, na mesma medida, este prémio.

Os distinguidos são:

Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho




Estrago da Nação

Ssebastião




As regras para participar deste selo são:

1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar!

2- Poste o link do blog que te indicou.

3- Indique 10 blogs de sua preferência.

4- Avise seus indicados.

5- Publique as regras.

6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.

7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com, juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras correctamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B ...!

PS: Não é que eu aprecie muito distinções uma vez que isso é o que já fazemos a toda a hora nas nossas vidas, mas estes prémios são uma excelente oportunidade de divulgar os bons blogues.

Protocolo de Quioto Faz Hoje Quatro Anos

O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciados com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992).

Constitui-se no protocolo um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causas antropogênicas do aquecimento global.
Discutido e negociado em
Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55% dos países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.

Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
As metas de redução não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.

A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades económicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:

- Reformar os sectores de energia e transportes;
- Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
- Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
- Limitar as emissões de
metano na gestão de resíduos e dos sistemas energéticos;
- Proteger florestas e outros sumidouros de
carbono.

Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto

A nova administração Americana de Barack Obama trouxe consigo elevadas expectativas em relação a futuros desenvolvimentos positivos das metas traçadas em Quioto. A actual crise económica de escala planetária é uma sombra que paira sobre as prioridades a dar às grandes questões ambientais. A falácia da escolha entre economia e ambiente não passa disso mesmo, uma falácia. Toda a economia que não é ecologicamente sustentável, a médio, longo prazo, não será uma economia sustentável.

domingo, fevereiro 15, 2009

Memória e Esquecimento

Costuma-se dizer que a memória é a alma de um povo. Povo sem memória é como peixe sem água, carteira sem dinheiro ou mesmo comboio sem linha de ferro. Memória e esquecimento são um par de conceitos que não vivem um sem o outro. Sem memória mais não resta que o esquecimento. Com o esquecimento é a memória que se foi à vida.

É assim que se decide preservar o património arquitectónico de uma cidade pois este faz parte da "memória da colectividade". É assim que se apela à "memória histórica" para recordar os valores fundamentais de uma dada sociedade ou cultura. É assim que nos insurgimos contra a destruição da "memória", quando consideramos que ao cair no esquecimento, é uma parte de "nós", comunidade, que corre o risco de desaparecer.

Mas a memória é também fulcral na nossa existência como indivíduos. O nosso bilhete de identidade está aí para nos recordar persistentemente do nome que nos dá existência. Apontamos na agenda as datas de aniversário dos nossos "entes queridos" para não corrermos o risco de nos "esquecermos" deles. Fazemos o curriculo vitae para nos apresentarmos e apresentarmos o que somos capazes de fazer e é bom que não nos esqueçamos de nada pois todo o nosso passado "meritório" pode fazer a diferença. O resto, o melhor é fazer por esquecer.

A memória é também extremamente egoísta e selectiva. Lembramo-nos mais daquilo que nos dá jeito lembrarmo-nos e esquecemo-nos rapidamente daquilo que não é conveniente memorizar. Há coisas na memória que caiem no esquecimento para sempre. Há outras que ficam arquivadas no baú e que vêm ao de cima com um cheiro, um sabor, um acontecimento. E há esquecimentos que são isso mesmo, esquecimentos, e que nunca mais vêm à memória.

Não me lembro de certeza do que almocei há uma semana exactamente atrás mas lembrar-me-ei com precisão do dia em que nasceu o meu primeiro filho. Não me lembro do dia em que fiz a primeira comunhão mas lembro-me de certeza do dia 11 de Setembro de 2001, dia, em que a memória, rebentou, com o esquecimento.

Memória e esquecimento são pares complexos, indissociáveis e que se excluem mutuamente. Quando não há memória, há esquecimento. Quando há esquecimento é porque se foi a memória.

No caso Freeport, ganhou o esquecimento à memória. No caso BPN, a memória perdeu para o esquecimento. A memória e o esquecimento também dão muito jeito sempre que o homem quer. Por vezes a memória empurra o esquecimento e por vezes o esquecimento empurra a memória. E você, caro leitor, lembra-se do que almoçou na semana passada?

sábado, fevereiro 14, 2009

Tribunal suspende co-incineração em Souselas

http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=387911&tema=37

Por ordem do tribunal, foi ordenada a suspensão da co-incineração de resíduos industriais perigosos na cimenteira de Souselas.

O Ministério do Ambiente vai recorrer da decisão.

in http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=387911&tema=37

Da História da Co-Incineração em Portugal

Na Arrábida foi assim...



Os cidadãos movimentaram-se. Autarcas juntaram-se às populações. Mas o poder do Estado e os poderosos lobbies das cimenteiras levaram a melhor.

Hoje, a co-incineração de resíduos indústriais perigosos é uma realidade na Serra da Arrábida, território natural de um inestimável valor ambiental e paisagístico.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

As Horas de São Francisco: Meses Depois

Loulé, Largo de São Francisco

Meses depois...


...desacertado uma hora...como sempre...

Alguém sabe por aí quando é que mudou a Hora de Inverno?

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Mendes Bota e a Co-Incineração na Cimpor em Loulé

Como pode a Câmara ficar descansada que não há abuso?

"Contactado pelo nosso jornal, o deputado Mendes Bota, que contestou fortemente o projecto de co-incineração na CIMPOR em 2006, abordou o assunto: “As cimenteiras têm um curriculo de abuso ambiental pouco recomendável, não oferecendo quaisquer garantias de que, no início entram de mansinho com queima de biomassa vegetal, e não acabem a queimar resíduos perigosos. A Câmara Municipal de Loulé diz que se limitou a licenciar a construção de instalações para este efeito específico e que obteve um documento da CIMPOR a garantir que ali serão apenas consumidos resíduos vegetais. A pergunta que se coloca é a de saber como pode a Câmara ficar descansada que não há abuso? Não tem autoridade nem competência para ir lá fiscalizar!” Destaca, revelando: “Como deputado sei o que irei fazer. Já que a ASAE tem tantos poderes e competências para detectar infracções nas actividades económicas, irei fazer um requerimento a solicitar a sua acção inspectiva nesta actividade económica, para fiscalizar se os materiais utilizados na co-incineração respeitam as condições do licenciamento das instalações…” Sobre se esta actividade pode prejudicar o turismo no concelho, Mendes Bota refere que “a co-incineração de produtos não tóxicos e não perigosos não deve constituir um perigo para a actividade turística envolvente” mas aponta: “Agora, se houver o risco, ainda que potencial, de se vir a incinerar resíduos perigosos, só a imagem que isso daria era prejudicial. Além disso, a cratera das pedreiras da CIMPOR, aquela descarnação visível de toda a costa turística de Vilamoura, já é, por si mesma, um atentado visual e paisagístico para cuja solução se tem avançado zero”.

Mendes Bota em declarações ao jornal A Carteia.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Para mais tarde recordar: Abate de árvores em Quarteira

Quarteira, 1 de Fevereiro de 2009

Avenida Francisco Sá Carneiro

Clique em cima da imagem para ampliar.

Árvores

Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.

Joyce Kilmer

Mentes Lúcidas: Façamos de Conta

Mário Crespo num momento de lucidez extraordinário.

Está bem... façamos de conta

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=M%E1rio%20Crespo

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Porque Incomoda Tanto a Blogosfera?


Os Sonhos do Poder

Atravessamos uma das maiores crises económicas e sociais da história do capitalismo. A fome atravessa continentes e é objecto de especulação bolsista. A pobreza e a "exclusão" social alastram a dimensões incomportáveis. As desigualdades na distribuição da riqueza e dos rendimentos crescem por todo o lado. O desemprego entranha-se em massa no tecido social. O trabalho tornou-se um bem raro a preservar por todos os meios e é um antro de precariedade. O ambiente é devastado a escalas nunca vistas. O desenvolvimento dito sustentável demora a encontrar o caminho da sustentabilidade. A saúde e a educação tornam-se cada vez mais uma mercadoria que cada um deve fazer por conquistar. O direito do Estado educar passou a dever de cada um se "tornar competente". As universidades definham porque o governo as faz definhar. A justiça persiste em ser uma justiça de classe e continua a prender os pobres desgraçados e os desgraçados que são pobres. Os crimes de colarinho branco, são, em Portugal, uma categoria residual, onde o arquivamento é a solução mágica que impede que os colarinhos se sujem. Investiga-se a investigação e esquece-se de investigar o que a investigação investiga. A corrupção grassa e os denunciantes são enviados para o exílio. O medo nas organizações e nas empresas faz carta de alforria. A democracia e as práticas de participação democrática andam pelas ruas da amargura. Os impostos dos contribuintes financiam os bancos dos banqueiros que desprezam as necessidades dos contribuintes clientes dos bancos. O endividamento do país e das famílias atinge valores insustentáveis; e o senhor Manuel da Luz, Presidente da Câmara de Portimão, anda preocupado com o seu amigo que anda preocupado com o que escrevem os bloguistas. Acorde, Senhor Presidente.

Ver aqui o artigo de Manuel da Luz no CM:
http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=8245686A-634F-4A97-AE90-1CE084D60362&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Triste Democracia

Sonhar é divertido

"Pessoa amiga desabafava comigo, há dias, a sua indignação pela miserável falta de ideias e de ética de alguns bloguistas (não confundir com bloquistas!).
Retorquia eu que os custos da democracia também passam por aqui. E a presente crise pode ser uma janela de oportunidades para essa gente se redimir.
Estou a pensar que alguns desses tais indivíduos podiam criar um site na internet onde registassem as suas boas acções para ajudar a resolver problemas locais e de fácil resolução.
Aí poderiam descrever os seus planos de acção social, dar opiniões, referir frustrações e conquistas, mostrar progressos alcançados e publicar fotografias relacionadas com os resultados. Um sonho?... "

Manuel da Luz, Presidente da Câmara de Portimão

in http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=8245686A-634F-4A97-AE90-1CE084D60362&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093
Correio da Manhã
09 de Fevereiro de 2009

Mulheres Sem Nome Próprio

Caro leitor do Macloule,

Descubra lá o que é que existe de estranho na seguinte notícia de jornal.

Mulheres sociais-democratas promovem tertúlia em Tavira

Amanhã, sábado, dia 7, em Tavira, às 15h00., o secretariado distrital do Movimento das Mulheres Sociais-Democratas do Algarve (SDMMSDA), realizará a sua terceira reunião bimensal.

No final da reunião, as mulheres membros daquele secretariado, oriundas dos vários municípios do Algarve, terão oportunidade de participar na inauguração da exposição – “Tavira Património do Mar”, seguida de visita guiada ao Palácio da Galeria.

O dia terminará com um jantar convívio no restaurante do empreendimento Pedras del Rey, a partir das 20h00, onde participarão os presidentes das comissões políticas distrital e de secção, bem como o presidente daquela autarquia, respectivamente, Mendes Bota, Rui Horta e Macário Correia.

No final do jantar o grupo de apoio jurídico do SDMMSDA irá promover uma pequena tertúlia subordinada ao tema: “A Lei da Paridade e os desafios eleitorais”.
http://www.jornaldoalgarve.pt/artigos.aspx?id=9445

Medo No PS: Das Ovelhas Que Vão Fugindo do Rebanho

Henrique Neto:

"(...) De facto, as sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela incapacidade de compreender que um partido político moderno é mais de que a arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade ou medo deixaram de ter ideias e vontade próprias."
"Há de facto medo no PS e na sociedade portuguesa, pelos mais variados motivos. Têm medo os empresários, de que não lhes sejam permitidos os apoios, ou os financiamentos dados a outros; têm medo os funcionários públicos, relativamente aos chefes de nomeação política; têm medo os professores, da avaliação e do ministério, avaliação necessária mas imposta; e têm medo muitos militantes socialistas de perderem os seus lugares, ou o acesso aos benefícios pessoais que retiram da actividade política. Lugares e benefícios que há muito deixaram de ser decididos pela razão do mérito e que agora são o resultado da fidelidade ao chefe."
"(...) O PS, como partido político da liberdade e do debate político e das novas ideias para Portugal, já não existe e o que há são sedes sem vida, militantes que olham a competição e a concorrência com medo, a quem permanentemente é incutida a ideia de que divergir e criticar é traição ao PS e benção para os adversários políticos. "Quem se mete com o PS leva", fez escola no PS."

PÚBLICO, 7.02.2009

domingo, fevereiro 08, 2009

Freeport e outros assuntos

Dois excelentes blogues para acompanhar o caso Freeport, o Estado da Nação e o Estrago da Nação.

Consulte aqui o blogue do professor António Balbino Caldeira
http://doportugalprofundo.blogspot.com/

e sobre o Estrago da Nação o blogue do Pedro Almeida Vieira
aqui http://www.estragodanacao.blogspot.com/

Leituras...

"Um desempregado, hoje em dia, já não é vítima de uma marginalização provisória, ocasional, visando apenas alguns sectores; passa a estar a braços com uma implosão geral, com um fenómeno comparável ao desses maremotos, ciclones ou tornados que não visam ninguém e aos quais ninguém consegue resistir. Fica sujeito a uma lógica planetária que pressupõe a supressão daquilo a que se chama trabalho, isto é, empregos.
Mas - e essa deslocação tem efeitos cruéis - assume-se que o social e o económico continuam comandados pelas mutações verificadas a partir do trabalho, quando este último desapareceu. Os desempregados, vitímas de tal desaparecimento, são tratados e julgados em função dos mesmos critérios do tempo em que o emprego abundava. São portanto culpabilizados pelo facto de não o terem e enganados e adormecidos por promessas falaciosas anunciando o reestabelecimento para breve dessa abundância e a rectificação iminente das conjunturas tornadas adversas por meros contratempos. Daí resulta a marginalização impiedosa e passiva do número imenso, cada vez mais alargado, de "candidatos a emprego" que, por ironia, pelo próprio facto de terem adquirido esse estatuto, foram ao encontro, por outro lado, de uma norma contemporânea; norma que não é admitida como tal, mesmo pelos excluídos do trabalho, ao ponto de serem os primeiros (há quem se encarregue disso) a tornar-se incompatíveis com uma sociedade de que, no entanto, são os produtos mais naturais. São levados a considerar-se indignos dela e sobretudo responsáveis pela sua própria situação, que assumem como degradante (visto que degradada) e até repreensível. Acusam-se daquilo que os vitimou. Julgam-se na óptica dos que os julgam, óptica que adoptam, que os vê como culpados e que em seguida os faz interrogar-se sobre que incapacidades, que aptidões desperdiçadas, que má vontade, que erros os terão conduzido a essa situação. Espreita-os a reprovação geral, apesar do absurdo das acusações. Recriminam-se - como os recriminam - por viverem na iminência de viver uma vida de miséria. Uma vida que muitas vezes passa a ser "assistida" (de resto, abaixo de um patamar tolerável).
Essas censuras de que são alvo e que se fazem a si próprios baseiam-se nas nossas percepções desajustadas da conjuntura, em velhas opiniões há muito infundamentadas, hoje redundantes e ainda mais pesadas, mais absurdas; sem ligação alguma com o presente. Tudo isso - que não tem nada de inocente - os encaminha para essa vergonha, esse sentimento de indignidade, que leva a todas as submissões. A ignomínia desencoraja qualquer reacção da sua parte que não seja uma resignação dolorida.
Porque nada enfraquece ou paralisa mais do que a vergonha. Ela altera radicalmente, deixa sem recurso, permite qualquer subjugação, reduz os que dela sofrem à condição de presas. Daí o interesse dos poderes em servir-se dela e impô-la; permite legislar sem oposição e transgredir a lei sem receio de protestos. É ela que cria o embaraço, impede qualquer resistência, faz renunciar a todas as clarificações, a todas as desmistificações, a qualquer confronto da situação. Desvia de tudo o que possibilitaria a recusa da ignomínia e a exigência de uma responsabilização política do presente. É ela que permite também a exploração dessa resignação, assim como a do pânico virulento para cuja criação contribui.
A vergonha devia ter cotação na Bolsa; é um elemento importante do lucro."

Viviane Forrester, L'Horreur Économique, Fayard, paris, 1996, pag. 12-13.

sábado, fevereiro 07, 2009

Mentes Lúcidas: Sobre a Falácia Neoliberal

Contra argumentos não há factos?

por
Sandra Monteiro in
http://pt.mondediplo.com/spip.php?article443

Durante anos, os defensores do neoliberalismo responderam a todas as críticas fazendo um apelo a que se abandonassem as ficções socializadoras e estatizantes que a história, sobretudo após a queda do Muro de Berlim, mostrava estarem ultrapassadas. Ao contrário do que acontecia com o pensamento neoliberal, cuja difusão a nível global era visível, as ideias dos que advertiam para os impactos socioeconómicos, políticos ou ambientais muito negativos da exclusiva regulação pelo mercado pecavam por não resistirem ao teste da realidade. E, insistiam os neoliberais, contra factos não há argumentos.

Tudo à sua volta eram argumentos ideológicos, contrários à organização «natural» e ao impulso para a livre troca – de mercadorias, bem entendido. A denúncia desse carácter ideológico, além de favorecer uma conveniente fuga a discussões menos simplistas sobre os ditos «factos», cimentou a própria ideologia neoliberal e eximiu-a do ónus da prova da sua própria adequação a um contrato social em que as sociedades, democraticamente, se revejam.

É mais fácil liberalizar, desregulamentar e flexibilizar, mesmo quando tais medidas são acompanhadas de pesadas consequências para as sociedades e o planeta, se se incutir a ideia de que ninguém tem propostas alternativas, porque outras formas de organização social até já foram tentadas e não resultaram. A falta de alternativas é um poderoso mecanismo disciplinador.

Dizer que ninguém previu a crise que hoje se instalou na economia global, com o seu cortejo de devastações sociais, faz parte desta mesma narrativa neoliberal. Contribui para a invisibilidade de perspectivas diferentes e diminui a pressão sobre a mudança, na esperança de que tudo, ou quase tudo, possa ficar na mesma.

Há muito que vem sendo analisado o carácter cíclico de crises cada vez mais graves, o facto de os «acidentes» serem afinal sistémicos, de a instabilidade e o risco estarem instalados no âmago do próprio modelo liberal [1]. Evocar a falência deste modelo não significa, note-se, qualquer convencimento de que ele esteja prestes a desaparecer. Significa antes uma opção por recentrar o debate sobre o nosso futuro comum na procura, certamente conflitual, de um modelo que coloque os seres humanos e o planeta no centro de um novo contrato social.

O disfuncionamento sistémico hoje observável na esfera financeira, que se inicia com a crise no crédito hipotecário subprime e o sobreendividamento das famílias, contagiando-se à economia real, apanha o cidadão comum numa armadilha montada ao longo de décadas e que não deixa de ser perversa. Após os «trinta anos gloriosos» de crescimento económico (1945-1973) em que vigorou o «consenso keynesiano», assistiu-se a uma conjugação de medidas que liberalizaram as trocas comerciais e os mercados financeiros, introduziram a disciplina orçamental e reformas fiscais regressivas, desmantelaram o sector empresarial do Estado e desregulamentaram o «mercado de trabalho».

Este período do «consenso de Washington», com a liberalização dos anos 80 e 90 e a crescente financeirização da economia, ilustra bem, como assinala o economista João Rodrigues para o exemplo dos Estados Unidos, «a conjugação de medíocre crescimento dos rendimentos e de injustiça social, indissociáveis da configuração de capitalismo sob hegemonia da finança de mercado» [2]. Como lembra o economista Frédéric Lordon [3], as «lógicas puras da finança de mercado» alimentam bolhas especulativas sem se preocuparem com o «risco global», desde que consigam «monitorizar o risco individual» e alcançar a «máxima rendibilidade financeira».

São essas lógicas que acabam por expor «directamente os assalariados à instabilidade da finança, tentando torná-los solidários» com o mesmo sistema que aumenta as desigualdades.
Esta armadilha dos baixos rendimentos e do sobreendividamento em que se vêem muitos cidadãos começa justamente no mundo do trabalho. Como mostrou Carlos Farinha Rodrigues para o caso de Portugal, que aliás é um dos países mais desiguais da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) [
4], os salários e os ordenados são «a componente de rendimento monetário que mais contribui para a desigualdade total» [5].

Num contexto potenciado pela globalização financeira, essas desigualdades têm também impactos negativos sobre o conjunto da economia e da sociedade (instabilidade macroeconómica, fraudes, corrupção, criminalidade, diminuição das condições de saúde e da esperança de vida, etc.), como mostra um recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) [6].

Algo vai mal num contrato social em que é justamente a estes cidadãos que depois se pede para compreenderem a necessidade de salvar o sistema financeiro. Sobretudo quando foram adoptadas medidas públicas de salvamento de bancos, mas parecem mais difíceis de concretizar medidas eficazes de regulação do sector (eliminação de offshores, criação de taxas de juro diferenciadas para investimentos especulativos e produtivos, etc.).

E também porque continua a insistir-se no regresso do Estado ao papel de bombeiro (depois de socializadas as perdas, volta-se aos lucros privados?), no dogma do comércio livre e na pressão para reduzir salários (mas nunca, por exemplo, para actuar ao nível da redistribuição, aumentando a justiça fiscal).

Os que entenderem que, como sociedade, de facto podemos fazer melhor, apostarão na regulação da esfera financeira, na justiça salarial e fiscal, no combate ao desemprego e às desigualdades, no investimento público, no reforço do Estado social e no desenvolvimento sustentável. Empenhar-se-ão num novo contrato social orientado para o interesse público e que exija uma maior participação cidadã na vida pública, desenvolvendo formas múltiplas de cooperação que contrariem a mercadorização do viver comum.

Quanto aos defensores do neoliberalismo, se puderem reagirão à crise dizendo, desta vez, que contra argumentos não há factos.

segunda-feira 2 de Fevereiro de 2009

Notas
[
1] Ver Frédéric Lordon, «O mundo refém do poder financeiro», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Setembro de 2007.
[
2] Ver dados em João Rodrigues, «Lições da crise: A história não acabou», Jornal de Negócios, 30 de Setembro de 2008.
[
3] Cf. «Crises financeiras: não tirar qualquer lição…», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Março de 2008.
[
4] A par dos Estados Unidos, o México e a Turquia –
www.oecd.org/document/53/0,3343,en_2649_33933
_41460917_1_1_1_1,00.html.
[
5] «Desigualdade económica em Portugal», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Setembro de 2008.
[
6] www.ilo.org/public/english/bureau/inst/download/world08.pdf.