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quarta-feira, janeiro 14, 2009

Loulé Concelho: Pais esperam última noite à porta da Casa da Primeira Infância

À espera do milagre da vaga que abre o futuro...


Loulé, 14 de Janeiro de 2008. Vinte horas e trinta minutos. Passo à porta da Casa da Primeira Infância. Uma dezena de pais e mães e outros familiares continua de volta das brasas do fogo improvisado ao ar livre. Hoje, ao contrário de ontem, não choveu. Continua um frio de rachar. A espera já dura seis dias e cinco noites. Hoje é a última longa noite, do que resta da esperança no milagre de uma vaga para as suas crianças entrarem no infantário. Os últimos anos foram todos assim. Isto ultrapassa todos os limites da decência humana. Fizeram-se estádios de futebol, que dão prejuízos anuais megalómanos, endividando os contribuintes louletanos a uma escala nunca vista. Consta e parece que é verdade que a Câmara Municipal de Loulé em ano eleitoral (como é de bom tom) tem o maior orçamento de sempre da história desta autarquia. Dinheiro jorra a rodos para festas brancas, de horrores, carnavais fora de época e de contexto cultural, em doses nunca vistas. Hospitais são feitos com dinheiros públicos com participações privadas, sem se perceber bem se prevalece a supremacia do interesse público ou do interesse dos privados, pois parece que não há verbas camarárias que sustentem aquilo que seria um verdadeiro interesse público. Alguns equipamentos sociais para a educação das crianças foram anunciados, uns quase concretizados, outros ainda não sabemos bem o que são, mas todos juntos constituem uma oferta que não satisfaz a procura. Para as crianças, aquelas que já são o presente e que um dia serão o futuro, parece que nunca se arranja as verbas necessárias. Os pais, esses novos heróis dos tempos da modernidade avançada, continuam estoicamente pela noite dentro, em luta por um futuro melhor para os seus rebentos. Os jornais locais, vão brincando ao faz de conta das notícias que interessam verdadeiramente os interesses da população do concelho. Com paninhos quentes, porque a crise a todos afecta e as verbas de quem de direito são condição de sobrevivência. Vou ficar à espera para ver um jornal local questionar o senhor presidente da Câmara Municipal de Loulé, o dr. Seruca Emídio como é possível que esta situação se arraste à quatro anos. Não estou muito crente em obter uma resposta plausível e nem sequer aposto que os jornais o façam. Seria um investimento em bolsa demasiado arriscado para os tempos que correm. Certo, certo, é que os destinos sociais das nossas crianças, começa a ser adiado, logo nos primeiros anos de vida.
Até para o ano...

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