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sábado, janeiro 31, 2009

Das Árvores da Cidade: Descubra as Diferenças

Loulé, Junho de 2008

Clique em cima da imagem para ampliação.

Loulé, Janeiro de 2009

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A intervenção na Avenida José da Costa Mealha continua a custar cara aos contribuintes. Depois do abate arbóreo desastroso sem fundamentação aparente, parece que agora, as flores da cor do símbolo LC, não querem colaborar com a política ambiental do governo da cidade.

Ficam as perguntas: Quanto custa tudo isto? Era esta obra prioritária no contexto da grave crise económica e social que atravessamos?

Tomei Conhecimento

Nota: Clique em cima da imagem para leitura da carta camarária.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

A Carta

DN online de 30 de Janeiro de 2009

http://dn.sapo.pt/2009/01/30/nacional/ingleses_baseiam_carta_dados_forneci.html

"Pessoas a ser investigadas:

A Serious Fraud Office e a Polícia da Cidade de Londres estão a fazer uma investigação por suspeita de crimes. Esta investigação está relacionada com uma outra feita pelas autoridades portuguesas sob suspeita de suborno e corrupção relacionadas com o Freeport de Alcochete.

Os cidadãos do Reino Unido que se sabe terem ligações ao caso e que estão por isso a ser investigados são os seguintes:

1- Sean Collidge

2- Garry Russel

3- Jonathan Rawnsley

4- Rick Dattani

5 - Charles Smith

6 - William (Billy) Mc Kinney Jr

Há razões para acreditar que estas pessoas tenham cometido crimes de suborno e corrupção violando as leis de Inglaterra e do País de Gales. (...)

Os cidadãos indicados em baixo, que não são do Reino Unido, são considerados sob investigação por terem solicitado, recebido ou facilitado pagamentos que constituam os crimes indicados no anexo 1 (referência a todos os crimes que podem estar em causa)

7. José Sócrates

8. José Marques

9. João Cabral

10. Manuel Pedro

Resumo de factos e alegações (...) A investigação relaciona-se com as circunstâncias seguintes:A investigação centra-se no desenvolvimento comercial de um local onde estava localizada a antiga fábrica da 'Firestone', perto de Alcochete, junto da zona de protecção ambiental contígua à Ponte Vasco da Gama.

Em 1999, a empresa do Reino Unido R J McKinney conseguiu a pré-aprovação do projecto; o funcionário respectivo é William McKinney Jr. Uma empresa com sede em Portugal, a Smith&Pedro, foi usada como agente local para tornar mais fácil a concessão desta aprovação. Os líderes da Smith&Pedro eram Charles Smith e Manuel Pedro, e o empregado João Cabral.

As circunstâncias que levaram à concessão da aprovação estão a ser investigadas. Esta concessão acabou por ser concedida por José Marques, na altura o vice-presidente do Instituto de Conservação (da Natureza). A Polícia Judiciária de Portugal disse à SFO e à Polícia da Cidade de Londres que o facto de a aprovação ter sido concedida tendo em conta a existência de uma zona de protecção ambiental levanta uma forte suspeita de corrupção no procedimento de aprovação.

No ano 2000, a parte da RJ McKinney foi vendida a outra empresa do Reino Unido, a Freeport PLC. A Freeport tentou obter uma aprovada Avaliação de Impacto Ambiental, necessária para o desenvolvimento de um espaço comercial de comércio multifunções, que seria chamado Freeport.

Os representantes da Freeport para o desenvolvimento deste projecto na zona da Firestone eram Sean Collidge (Presidente do Conselho de Administração), Gary Russel (Director Comercial), Jonathan Rawnsley (Director de empreendimentos), Rick Dattani (assistente em Portugal de Jonathan Rawnsley).

A Freeport contratou a Smith&Pedro para ajudar a obter as licenças e aprovações, incluindo a Avaliação de Impacto Ambiental.

O primeiro e o segundo requerimento para a Avaliação de Impacto Ambiental foram reprovados pelo Ministério do Ambiente português no ano 2000. Charles Smith alegou, num interrogatório feito pela Polícia de Londres que a Smith&Pedro foi abordada entre estes dois requerimentos para o pagamento de um suborno considerável para que a aprovação fosse assegurada.

No dia 17 de Janeiro de 2002, os representantes da Smith&Pedro e da Freeport tiveram uma reunião com as entidades portuguesas, incluindo o ministro do Ambiente à época, José Sócrates, para discutir uma terceira apresentação da avaliação de impacto ambiental. Participaram nesta reunião Sean Collidge, Charles Smith, Gary Russel, Manuel Pedro, José Sócrates e outros funcionários públicos e municipais portugueses.

Foram discutidas nesta reunião as dificuldades com a Avaliação de Impacto Ambiental apresentada.

Alegadamente, neste mesmo dia, o ministro do Ambiente, José Sócrates, reuniu depois com Sean Collidge, Charles Smith, Gary Russel e Manuel Pedro. Nesta outra reunião, José Sócrates terá alegadamente feito um pedido equivalente a um suborno para assegurar que a Avaliação de Impacto Ambiental fosse aprovada favoravelmente.

Alegadamente, ter-se-á chegado a um acordo no qual a Freeport faria, por intermédio de Smith&Pedro, pagamentos a terceiros relacionados com José Sócrates.

Estas alegações são extraídas da Carta Rogatória da Procuradoria Geral da República do Montijo, de 12 de Agosto de 2005, suportada por uma série de emails retirados de computadores apreendidos nos escritórios da Smith&Pedro pela Polícia Judiciária portuguesa. Esta lista foi depois fornecida pela polícia judiciária à polícia de Londres.

(...) Estas alegações também foram feitas por Charles Smith numa reunião com Alan Perkins (ex-funcionário da Freeport) e com João Cabral no escritório da Freeport em Portugal no dia 3 de Março de 2006.

Alan Perkins gravou um vídeo da reunião sem o conhecimento de Charles Smith. Este vídeo encontra-se em anexo a um depoimento recolhido pela polícia de Londres, que foi divulgado às autoridades portuguesas (...).

Charles Smith negou mais tarde as alegações específicas de corrupção num interrogatório feito sob aviso no dia 17 de Julho de 2007 pela polícia de Londres.

Nas semanas depois do dia 17 de Janeiro de 2002, o ministério do Ambiente aprovou uma lei que alterava os limites da reserva natural que tinham impacto sobre o local do Freeport e o ministro do Ambiente apresentou um relatório favorável sobre a Avaliação de Impacto Ambiental. A terceira Avaliação de Impacto Ambiental foi aprovada a 17 de Março de 2002, dia das eleições das quais resultou que esse ministro tivesse perdido o lugar.

Mais tarde, a Freeport fez três ou quatro pagamentos em parcelas de 50 mil libras à Smith&Pedro. No vídeo de 3 de Março de 2006, Charles Smith alega que são pagamentos de subornos com o objectivo de satisfazer o acordo de 17 de Janeiro de 2002, a partir dos quais fez uma série de pagamentos em dinheiro a um primo de José Sócrates.

A SFO e a polícia de Londres foram informadas pela Polícia Judiciária na reunião no dia 9 de julho de 2008 de que tinham sido obtidas provas de uma série de saques em numerário que se julga estarem relacionados com esta alegação.

Foram feitas algumas alegações menos específicas de que teriam sido pagos montantes maiores - até 5 milhões de libras - a uma empresa de advogados em Portugal ligada a José Sócrates, e pagamentos de subornos a partir do Reino Unido. A SFO e a polícia de Londres foram informadas destas alegações na reunião de 9 de Julho de 2008.

A polícia de Londres e a SFO já deram informações às autoridades portuguesas através da assistência judiciária mútua, seguindo uma Carta Rogatória datada de 12 de Agosto de 2005 da Procuradoria Geral da República do Montijo.

Resumindo este foi o material fornecido:

1- Material bancário das contas do Freeport no Barclays;

2 - Material bancário da conta de Francesca Smith no HSBC;

3- Depoimento de Alan Perkins e documentos associados;

4- Transcrições de inquirições sob aviso de Jonathan Rawnsley e Charles Smith.

O autor desta carta pode dar mais pormenores sobre o material fornecido e alegações adicionais sobre a investigação no Reino Unido.

Assistência pedida

1. Lista de inquiridos

Podem, por favor, fornecer um índice ou uma lista de todos os indivíduos interrogados na investigação da Freeport PLC e RJ McKinney e outros. Queiram confirmar se existe uma transcrição ou outro registo do interrogatório de cada um dos indivíduos se encontra disponível

2. Buscas

Queira confirmar as moradas nas quais foram feitas buscas ou a quem (com excepção dos bancos) foram formalmente entregues mandados judiciais obrigando a apresentar material relacionado com a investigação Freeport PLC e RJ McKinney e outros.Queira confirmar as datas das buscas ou da entrega formal dos mandados de apresentação.

3. Índice do Material

Queira fornecer um índice ou uma lista do material, de computadores e de outro material digital (que não seja dos bancos) resultado de buscas, dos mandados de apresentação ou de outro modo relacionados com esta investigação na investigação do Freeport PLC e da RJ McKinney e outros

4.Material bancário

Forneçam, por favor, um índice ou lista de material bancário recolhido na investigação do Freeport PLC e da RJ McKinney e outros.

5. Material das vigilâncias

Queiram fornecer uma lista das escutas telefónicas ou outras vigilâncias realizadas nesta investigação na investigação do Freeport PLC e da RJ McKinney e outros.

6. Provas principais

Queiram fornecer uma colecção de documentos de prova centrais identificados que seriam usados para interrogatórios ou para a preparação de interrogatórios a serem feitos pela polícia de Londres e pela SFO na investigação do Freeport PLC e da RJ McKinney e outros.

7. Acesso a material e a testemunhas

No seguimento do pedido 6, para facilitar a investigação no futuro, queira por favor dar autorização para que os representantes da polícia de Londres e da SFO tenham acesso futuro ao conjunto completo de depoimentos de testemunhas e do material a que se referem estes pedidos, devendo ser isto acordado numa data futura.

8. Assistência pendente do Reino Unido

Queiram fornecer dados dos bancos, das contas bancárias e dos códigos de agência das contas bancárias de RJ Mckinney no Reino Unido que seriam solicitados por Portugal através da Assistência Judicial Mútua.

9.Material Bancário e de planeamento ainda pendente

Queiram por favor dar esclarecimentos actualizados sobre quais os dados bancários, para além daqueles do Reino Unido, que é considerado necessário para completar qualquer cadeia de provas relativas a quaisquer transacções que possam ter indícios de corrupção. Queiram por favor dar esclarecimentos actualizados sobre qual o material de planeamento que é identificado como necessário para completar qualquer cadeia de provas relativas a quaisquer procedimentos que possam ser corruptos.

10. Material na posse da Decherts

Está no anexo 2 um índice de material na posse da Decherts Solicitors (empresa de advogados) no Reino Unido. Além disso, a Decherts Solicitors tem imagens digitais do servidor da Freeport PLC. A SFO tentará obter a entrega deste material de forma voluntária ou por mandado judicial. Queira identificar os artigos que constam do índice de materiais dos quais Portugal procuraria obter acesso por meio de assistência judicial mútua. Queira indicar uma lista de termos de busca que Portugal mandaria aplicar ao material digital através da Assistência Judicial Mútua, ou se é solicitada cópia completa da imagem".

DN Online de 30 de Janeiro de 2009

Nota do Macloulé: Rejeitando totalmente a versão oficial da teoria da cabala e de uma "conspiração" contra Sócrates, não deixa de ser incrível que eu tenha a possibilidade de transcrever esta carta neste blogue. Algo vai podre no reino da Dinamarca.

Da Corrupção

Os males do poder local

Ajuste directo ou estímulo à corrupção?

"É conhecido o sentimento generalizado de que o nosso poder local é – e parece sê-lo cada vez mais – uma instância sob suspeição. Surpresa foi ver surgir num recente programa televisivo, em directo (SIC-Noticias, 8/01/2009), denúncias graves de corrupção, em especial a daquele senhor de Ermesinde, que foi director comercial de uma grande empresa e que, segundo o próprio, teve como principal função “convencer” e aliciar os presidentes de Câmara (pelos vistos com grande sucesso) a contratarem com essa empresa, oferecendo em troca diversos “presentes” e benesses...

Todos estamos cientes da grande promiscuidade que caracteriza as relações entre os responsáveis do poder local e os interesses privados e imobiliários. Se é verdade que o fenómeno da corrupção não pode ser generalizado, também é verdade que são conhecidos demasiados casos (com e sem intervenção judicial) para que o mesmo possa ser ignorado. O favorecimento pessoal e os diversos tipos de compadrio minam o funcionamento das instituições um pouco por todo o lado e ostensivamente impedem, ou pelo menos retraem, a sua transparência.

Poderemos ter que aguardar que o Simplex chegue a todas as câmaras e serviços públicos e acreditar que isso traga mais eficácia e clareza de processos. Mas, quer a lentidão com que o Decreto-Lei 18/2008 está a ser aplicado quer a enxurrada de concursos nos dias que antecederam a sua entrada em vigor, indiciam o pior. Sabemos que é uma questão de cultura e de mentalidade e, como tal, demora sempre muito a ser corrigida. Porém, mesmo demorando, seria bom que se notassem progressos nesse sentido, o que não é o caso. Pelo contrário, temos a sensação de que retrocedemos, em vez de progredir. Se ainda recentemente foi criada uma medida de celeridade nos concursos públicos, não se percebe porquê querer suspendê-la passados seis meses.

Em suma, o pano de fundo de tudo isto é o mesmo tantas vezes denunciado: não só nas instituições municipais mas também nas do Estado central, imperam os interesses pessoais e os jogos de poder, seja na ânsia de protagonismo político-partidário seja na defesa de vantagens materiais particulares, em prejuízo do interesse público e da transparência de processos. Ao contrário de outros países, onde o poder municipal é marcado pela primazia do sentido empresarial (Reino Unido) ou pela ética republicana (França), vigora ainda em Portugal a primazia dos laços de sangue e de afinidade, lado a lado com a tradição paroquial e clientelar, que impregnam fortemente o poder local e lhe subtraem o necessário sentido institucional e de dever cívico.

Para mal da nossa democracia, os principais agentes que alimentam tais processos estão instalados nos partidos políticos – em todos eles – com responsabilidades no governo das autarquias. Como se diz, não podemos generalizar (porque também há bons exemplos de dedicação e competência), mas as diferenças entre os bons e os maus autarcas, sobretudo em questões de ética e de honra, não se medem pelas opções ideológicas de cada um ou pelas diferentes filiações partidárias.

O compadrio é transpartidário e não é só entre as ditas forças do “bloco central”. O que os une é a preservação do poder e do privilégio (do pequeno ao grande). O que os distingue é mera retórica e propaganda, porque os comportamentos cúmplices e a defesa do status quo tornaram-se uma inevitabilidade. Ou seja, estes “profissionais” da vida partidária têm como principal obrigação servir os seus “donos”, uma vez que não possuem qualquer outra qualificação digna de relevo e, portanto, não teriam qualquer futuro ou emprego fora desse círculo."

Post escrito por Elísio Estanque em 21 de janeiro de 2009

in http://boasociedade.blogspot.com/

Elísio Estanque é Professor da Universidade de Coimbra e Investigador do CES.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Os Poderes Ocultos: Da Cabala da Teoria da Cabala

Tudo isto é Fado, tudo isto é Triste

Tudo isto é uma Cabala. O Freeport é uma invenção de Manuela Ferreira Leite. Sócrates afinal não tem tio nenhum. O Tejo nem sequer tem estuário. Em Portugal não há Zonas de Protecção Especial. Como disse o Ricardo Costa na SIC Notícias, o irmão de António Costa, afinal de contas isto é normal em todas as Câmaras Municipais do país e portanto, até não há problema nenhum. O Público, o Sol, O Diário de Notícias, o Expresso, o Correio da Manhã e agora a Visão e a Sábado, aliaram-se com a polícia inglesa para construir uma conspiração contra Sócrates. Se fosse nos dias de hoje o Freeport era um PIN. O governo de Sócrates é muito bom. Sócrates é o Herói da Patria e o ídolo PS. O ministro Lino afinal é Pino. Os partidos políticos coordenaram-se cabalamente na serenidade expectante e no não aproveitamento político da “matéria”. Não há Marketing na China. Na China não podem entrar portugueses e…Ah… já me esquecia, o Aeroporto Jamais, o tal da Margem Sul, foi uma cabala contra o ministro Mário Lino.

Cumprimentos a todos
João Martins

18:07: País Mediático Suspenso

País Mediático suspenso na sala de imprensa do Palácio de São Bento.

Ou sai bomba, ou teoria da cabala...

Esclarecimento da CML sobre Queima de Resíduos pela Cimpor

Esclarecimento sobre aprovação da construção de armazém para queima de resíduos de biomassa vegetal

No âmbito do processo de queima de resíduos levado a cabo pela CIMPOR - Indústria de Cimentos S.A., iniciado em Janeiro de 2008, a Câmara Municipal esclarece que:

O projecto aprovado por esta Autarquia, em reunião de Câmara de 2008/04/02,reporta-se exclusivamente à construção de um armazém para instalação de recepção, armazenagem, extracção, dosagem, transporte e queima de resíduos de biomassa vegetal, nomeadamente os resíduos verdes provenientes de jardins e espaços adjacentes, e não de resíduos perigosos como é referido;

O pedido da CIMPOR indeferido por esta Autarquia em 2006/12/20 é distinto deste, uma vez que nessa altura estavam em causa dois projectos distintos: um de queima de biomassa animais e outro respeitante a biomassa vegetal.

Após análise deste segundo pedido da CIMPOR, verificou-se que o mesmo indicava apenas estruturas para "biomassa vegetal" e que foi retirado o equipamento referido como "silo de farinha animal".O termo de responsabilidade do autor do projecto de arquitectura apresentado refere igualmente a "construção de um armazém e sala eléctrica para a instalação de queima de resíduos de biomassa vegetal no pré-calcionador do forno existente". Do ponto de vista técnico, o presente processo não possui elementos que estabeleçam qualquer oposição ao definido pela Revisão do PDM de Loulé, ou que aponte no sentido da implantação de um processo de co-incineração de resíduos perigosos no Concelho de Loulé;

Em situação alguma esta aprovação teve em vista a construção de uma infra-estrutura para co-incineração de resíduos perigosos;

Tal como em 2006, o executivo da Câmara Municipal de Loulé mantém a mesma postura de repúdio pela questão da co-incineração de resíduos que possam prejudicar a saúde pública, o ambiente, a qualidade de vida das populações e o desenvolvimento sustentável do Concelho de Loulé, e desta forma, continuará a chumbar qualquer pedido de licenciamento que vá nesse sentido.

Loulé, 26 de Janeiro de 2009

O PRESIDENTE DA CÂMARA
Sebastião Francisco Seruca Emídio

Este esclarecimento do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loulé pode ser visto aqui:
http://www.cm-loule.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=3499&Itemid=1

terça-feira, janeiro 27, 2009

Co-Incineração na Cimpor em Loulé: Cidadãos de Loulé agradecem esclarecimentos

Esclarecimentos que se impõem sobre a Queima de Resíduos na Cimpor:

1. É ou não fundada, a notícia do Correio da Manhã do dia 24 de Janeiro de 2009, de que o Algarve abre a porta à co-incineração de Resíduos Indústriais Perigosos com a aprovação pelo Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Seruca Emídio, da construção e do licenciamento do silo na fábrica de cimento Cimpor?

2. Que tipo de resíduos cabem na definição de queima de "combustíveis alternativos" já autorizados na Fábrica de Cimento da Cimpor?

3. Porque põe Seruca Emídio esta decisão tão prejudicial ao concelho de Loulé, na mão de terceiros, neste caso, nas mãos da Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério da Economia, sabendo que o governo de Sócrates é altamente favorável à Co-incineração de Resíduos Indústriais Perigosos? Fica bem o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé com a sua consciência?

4. É a queima de resíduos verdes, através da dita "mera" combustão de restos de árvores e jardins existentes na região, seguindo as palavras do senhor presidente da CML, viável economicamente para a Cimpor? Esta resposta não é de somenos importância. Não haveria alternativas de política ambiental a esta decisão?

5. Sabe o dr. Seruca Emídio que também a Secil, em plena Serra da Arrábida, em Janeiro de 2005, garantiu que nunca avançaria com a co-incineração e ficaria pela "mera" queima de resíduos verdes e, no entanto, a queima de resíduos industriais perigosos é hoje uma realidade na Serra da Arrábida? Que garantias dá o dr. Seruca Emídio que isto não vai acontecer em Loulé?

6. Que dados novos tem o dr. Seruca Emídio, em relação à decisão de Novembro de 2006, que lhe permitiram decidir agora pela aprovação da queima de resíduos?

Os cidadãos de Loulé agradecem os esclarecimentos.

Pode saber mais sobre este assunto pode ler aqui
"http://ssebastiao.wordpress.com/

Aqui http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=30048

E aqui "http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentID=6D45A91F-5F99-419D-9B23-5BB20A70319C&channelID=00000010-0000-0000-0000-000000000010">

Co-Incineração na Cimpor Loulé: Exija ser Esclarecido

O blogue Macloulé, pela importância de que o assunto se reveste para a cidade de Loulé, desafia desde já, todos os blogues e cidadãos do concelho, à elaboração de uma petição, que solicite ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé, a suspenção do arranque da queima de resíduos pela empresa Cimpor de Loulé, até que sejam devidamente avaliados, por um organismo independente, os riscos para o Ambiente e para a Saúde Pública das populações do concelho .

É urgente que se proceda a um Estudo de Impacte Ambiental (EIA). É urgente que se envolvam as populações directamente afectadas e é urgente que a cimenteira Cimpor, torne o processo claro e transparente, fornecendo toda a informação necessária para esclarecer os cidadãos de Loulé.

Fica desde já o desafio. Espero esperançosamente que maturem sobre esta possibilidade.

Cumprimentos a todos!
João Martins

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loulé: Aguardam-se esclarecimentos


Loulé: Queima de resíduos verdes arranca em Maio

Algarve abre porta à co-incineração

É "uma porta aberta para a futura queima de resíduos perigosos, a decisão da Câmara Municipal de Loulé de autorizar a queima de combustíveis alternativos" na fábrica de cimento local, cujas instalações estarão aptas a funcionar a partir de Maio, disse ao CM, o advogado Castanheira Barros.

O presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, recusa, no entanto, a afirmação de que a decisão autárquica abre a possibilidade para a queima de resíduos perigosos num futuro próximo no Algarve.
"O que a Câmara aprovou foi a construção de um silo para a queima de resíduos verdes, devido aos restos de árvores e jardins existentes na região", defende Seruca Emídio.

Castanheira Barros, membro do grupo de cidadãos de Coimbra contra a co-incineração na Cimpor de Souselas e advogado das Câmaras de Sesimbra, Setúbal e Palmela num processo que visa o fim da co-incineração na Serra da Arrábida considera que "uma vez autorizada a construção do silo agora é fácil para a Cimpor avançar com a co-incineração".

O advogado refere que "o Decreto-Lei 178 de Setembro de 2006 retirou às câmaras o parecer vinculativo na área de gestão de resíduos", pelo que autorizada a construção do silo, a decisão da co-incineração é agora exclusiva da Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério da Economia.

Castanheira Barros recorda que "também a Secil, na Arrábida, em Janeiro de 2005 garantiu que nunca avançaria com a co-incineração e ficaria pela queima de resíduos verdes e, no entanto, a queima de resíduos perigosos é uma realidade". Segundo o advogado "já está em marcha a criação de um movimento de cidadãos, para abrir uma nova frente de combate contra a co-incineração".
in http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentID=6D45A91F-5F99-419D-9B23-5BB20A70319C&channelID=00000010-0000-0000-0000-000000000010

PS: O blogue macloulé vai iniciar aqui uma luta sem tréguas para que toda a informação e transparência seja a marca que subjaz a esta decisão camarária que reforça a política de co-incineração do poder central. O processo já está a nascer enquinado, porque nasceu à sucapa e à margem das populações principais interessadas. Esta vai ser uma luta de todos nós nos próximos meses.


Acompanhe também este processo da co-incineração aqui:
http://ssebastiao.wordpress.com/

domingo, janeiro 25, 2009

Loulé Concelho: Os Jornais Locais e Os Partidos da Oposição

Terminou há poucos dias atrás, o ritual já anual, de inscrição para vaga na educação de infância das crianças louletanas, à porta da Casa da Primeira Infância.

Quase sete dias e sete noites estiveram os pais das crianças, ao frio, ao relento e à chuva, à volta de fogo improvisado, na esperança de Deus lhes proporcionar a sorte de serem os eleitos, à entrada das suas crianças na primeira educação de infância.

Nos jornais locais, o jornal que não tem director e outros que tais que por cá existem, nem uma linha se escreveu sobre este dramático assunto para as populações louletanas. As más notícias, neste Concelho, não são notícias e só as boas notícias, fazem com que os acontecimentos, se transformem em notícias. Em Loulé, o homem que mordeu o cão nunca é notícia, pois o que está a dar são as notícias em que o cão mordeu o homem.

Dos partidos da oposição, nem um discurso, um comunicado, uma indignação, uma proposta alternativa, nada. Zero de existência social.

O principal partido da oposição é de uma nulidade absoluta, preocupado provavelmente, nesta altura, com listas, candidatos, distribuição de lugares, intrigas internas e intestinais, está decidido em dizer umas coisinhas em véspera de eleições, não percebendo ainda que nas sociedades transparentes e mediatizadas de hoje, o que não aparece, não existe socialmente e que os problemas das populações existem todos os dias.

Remetido nos últimos anos a uma quase total inexistência política, o PS local, continua virado para o seu umbiguismo, para as tricas de amiguismo, para a conquista do poder interno, remetido ao silêncio que não prejudica as carreiras políticas internas e à espera que a alternância política aconteça por obra e graça do Espírito Santo.

O partido, à semelhança do poder central, está desligado da sociedade, não reflete sobre os problemas das populações, vive ensimesmado e a olhar para o seu umbigo, limitando-se a estar contente com "estar onde se está".

Os media locais, esses, por sua vez, é evidente que adoram o culto da "bondade" do dr. Seruca Emídio.

Restam os blogues. Mas esses são "coisa nenhuma".

João Martins



Era Uma Vez...

Era uma vez um país a brincar...

Neste país a brincar, os meios de comunicação social a brincar, fazem de conta que a violação de normas legais de brincar, para alteração de zonas de protecção especial de brincar, é apenas um "pequeno" "ilícito penal" de brincar.

Neste país a brincar, o facto destes "ilicitos penais" de brincar, serem prática corrente de brincar, segundo dizem, "normais", nas Câmaras Municipais de brincar e de se fazerem um pouco por "todo esse país fora" a brincar, faz com que isso seja "coisa nenhuma" de brincar.

Grave, grave, a brincar, segundo comentadores e media de massa de brincar, desse país de brincar, é se tivesse havido "luvas" de brincar e por isso, o que é preciso é brincar, a "seguir o rasto do dinheiro" de brincar, nas "offshores de brincar", desse país ou de outro, de brincar.

Neste país de brincar, existem "cabalas" de brincar, os jornais de brincar, "conspiram" a brincar, com a polícía britânica de brincar e os partidos da oposição de brincar, contra um primeiro ministro de brincar.

Neste país de brincar, o primeiro ministro de brincar, não tem tios de brincar, mas só sobrinhos de brincar, filhos de tios de brincar, e uma memória cerebral de brincar.

Neste país de brincar, os rios não têm estuários de brincar, a União Europeia é pura imaginação de brincar, as Associações Ambientais são organizações de brincar e as Zonas de Protecção Especial são brinquedos de brincar.

Neste país de brincar, o povo é de brincar, a justiça é de brincar, o governo é de brincar e os deputados são de brincar.

Neste país de brincar, nunca se fazem coisas a sério a brincar, porque tudo é brincadeira de brincar...

Para onde vais Alice?

sábado, janeiro 24, 2009

PIN!

Do Estacionamento Na Cidade de Loulé

Loulé, Sábado de Manhã
24 de Janeiro de 2009

Bloqueamento 1

Bloqueamento 2

Bloqueamento 3


Bloqueamento 4


Bloqueamento 5


Bloqueamento em Série

E no mesmo dia, sensivelmente à mesma hora

E no mesmo dia, sensivelmente à mesma hora

E no mesmo dia, sensivelmente à mesma hora


Qual é afinal o critério de selecção dos cidadãos com direito a multa?

Tive um professor de Antropologia na Universidade (um sábio), já de idade bem avançada, que quando tentava estacionar o seu carro à porta da Faculdade, era um fartote de rir para nós, seus alunos. Parava o carro, fazia marcha-atrás, batia no carro atrás estacionado, avançava o carro e batia no da frente e ia batendo consecutivamente na viatura de trás e da frente até conseguir um lugar para estacionar. Depois chegava à aula e desabafava "já até onde é proibido não se arranja lugar para estacionar".

Cada vez que percorro a cidade de Loulé ao Sábado de manhã lembro-me deste brilhante professor. Dou voltas e voltas aos quarteirões do centro da cidade na esperança quase milagrosa de um lugar para estacionar o automóvel.

Faz o meu ethos de cidadão cumpridor que nunca procure violar a lei, mas desespero a tentar cumpri-la. Toda esta parafrenália de palavras para dizer que em Loulé estamos perante um grave problema de estacionamento que tem vindo a ser persistentemente ignorado pelo governo da autarquia que nos (des)governa(?).

Dizia-me um amigo meu de longa data, funcionário público da autarquia, na discussão sobre este assunto, hoje de manhã, que a cidade até está bem servida de parques de estacionamento, as pessoas é que não os procuram. Depois alegou-me que era "só um euro" e que isso não era coisa nenhuma. Ainda tentei pô-lo a fazer contas de somar e multiplicar para ver se ele me dizia quanto é 1 euro vezes trinta dias do mês. Parece que a malta anda afortunada e eu é que sou mesmo um miserável.

Entretando a pressão populacional e urbanista vai crescendo e as respostas ao nível do ordenamento da cidade vão sendo adiadas. Para quando parques públicos de qualidade que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos?

Nota final: Zelar desta maneira pela aplicação da lei ao Sábado de Manhã quando não estão garantidas condições aceitáveis de estacionamento por parte da autarquia é de uma clara falta de bom senso.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Free...

...Port



É do interesse nacional que o Sr. Primeiro Ministro esclareça os portugueses, em nome da transparência da vida democrática, como é que a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo deixou de ser especial. Sócrates já declarou nada ter a ver com o licenciamento do Freeport, mas o que não esclareceu é como é que uma zona protegida ambientalmente deixa de o ser através de um passo de mágica. É que sem a alteração desta Zona de Proteccão Especial não havia empreendimento Freeport para ninguém.

Esperemos serenamente que a justiça seja transparente e célere, em nome da transparência da vida portuguesa, para que não tenhamos um julgamento mediático tipo licenciatura na Universidade Independente que em nada favorece as instituições democráticas.

Esperemos pelas explicações do senhor Primeiro Ministro.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Abate de Árvores no Largo de São Francisco: Descubra as Diferenças

Antes:

Loulé, Largo de São Francisco
Julho de 2008


Depois:

Loulé, Largo de São Francisco
Janeiro de 2009

Nota: A fotografia das árvores com data de Julho, foi tirada como efeito "preventivo" do que se imaginou poder vir a acontecer nos tempos próximos, como infelizmente se veio a verificar.

Continua o Bullying Ambiental em Loulé

Loulé, Janeiro de 2009

Largo de São Francisco


Nota:Fotografia copiada do blogue Ssebastião

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé. Gostaria de saber, através de vossa excelência, porque razão se continuam a maltratar as árvores da nossa cidade. Como muito bem escreveu um funcionário do seu partido, no Jornal a Carteia, numa das últimas edições e penso que o senhor leva muito em consideração o que o nosso conterrâneo escreve, a cidade de Loulé pertence a todos os seus residentes. Todos, aqueles que o desejassem, deveriam ser ouvidos a dar contributos para o desenvolvimento que se quer sustentável da nossa região. As árvores da nossa cidade, estará certamente de acordo comigo, são um bem precioso para a qualidade do espaço público em que todos nós vivemos.

Uma parte significativa dos habitantes do concelho de Loulé já demonstrou o seu desagrado com os progressivos abates que se têm verificado este último ano, em especial na Avenida José da Costa Mealha, mas não só. Porque não trava o senhor presidente de uma vez por todas aquilo que não faz sentido algum aos olhos do cidadão comum? Ou pelo menos, porque não nos esclarece das razões eventualmente legítimas para tais abates? Poderemos ter direito a uma explicação para tais práticas algum dia? Seremos dignos da atenção de vossa excelência no sentido de percebermos as lógicas que sustentam as suas decisões e que à vida de todos nós dizem respeito? Na expectativa de ter uma resposta por parte de vossa excelência.

Os meus melhores cumprimentos

João Martins

Tive conhecimento da poda da árvore de São Francisco aqui:

http://ssebastiao.wordpress.com


quarta-feira, janeiro 21, 2009

As Novas Fronteiras São Uma Missa

João Cravinho Sobre o Partido Popular Democratico Socialista Moderado



João Cravinho lança violentas críticas a José Sócrates. O antigo ministro socialista diz que os órgãos do partido não funcionam e que as novas fronteiras são uma missa, ainda por cima já esgotada. Cravinho refere mesmo que quem levanta a voz no partido é considerado um indivíduo perigoso.

João Cravinho não poupa Sócrates nem a moção que este vai apresentar ao Congresso. No espaço de comentário que inaugurou na «Rádio Renascença», o ex-ministro socialista deixa um retrato negro do partido socialista dirigido por Sócrates.

Cravinho diz mesmo que a moção que o secretário-geral vai levar ao Congresso do PS nem sequer se refere às questões de fundo do ponto de vista interno do partido. Tom violento de João Cravinho que esclarece já que não é subscritor de qualquer moção, mas que prefere não revelar ainda se vai ou não ao Congresso do PS no próximo mês.
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=1034527

“O que eu vejo é que, de facto, parece que quem levanta a voz para chamar à atenção para isto ou para aquilo é, de certo modo, considerado um indivíduo estranho, perigoso, que não merece confiança. Isto é o contrário da vida democrática interna ou externa”
João Cravinho

Bom... agora não é o macloulé que o diz...

E o que vão dizer os socretinos? Se Cravinho está mal que saia do partido...quem está mal que se mude...aposto um jantar bem regado...

Ver por exemplo aqui:
http://xarouco.blogspot.com/search/label/Manuel%20Alegre onde a "incompreensão" face às posições de Manuel Alegre é claramente esclarecedora do que pode ser a opinião divergente dentro do partido, que se diz socialista, moderno e "democrático".

Da Democracia Na América: Mudar de Paradigma

Dia Histórico



Arrisco-me a dizer que a tomada de posse de Barack Obama marca o início de uma nova era da História da Humanidade. Sim, sei que as esperanças e as expectativas são demasiadas para os graves problemas que enfrenta a América e o Mundo. Sim, sei que estes optimismos entusiastas enviezam as nossas percepções da realidade. Sim, sei que podemos estar a atravessar uma das mais graves crises económicas e sociais do ultimo século da História Ocidental. Sim, sei que a Islândia, o país que estava em primeiro lugar no ranking do índice de desenvolvimento humano entrou em bancarrota. Sim, sei que o petróleo, recurso principal no qual assenta toda a civilização industrial prevê-se esgotável nas próximas décadas. Sim, sei que o planeta ultrapassou a sua capacidade de carga e que as alterações climáticas vão agravar os problemas ambientais e as desigualdades económicas e sociais à escala global. Sim, sei que as desigualdades sociais e o fosso entre ricos e pobres dispararam nos últimos anos em proporções nunca vistas. Sim, sei que a luta pelos recursos escassos não permitirá reduzir significativamente as tensões sociais, os conflitos e as guerras entre as nações. Sim, sei que a humanidade enfrenta desafios inesgotáveis e que acreditar que uma só pessoa pode mudar ou solucionar tudo isto é pura ilusão de óptica. Mas, sim, também sei, é preciso dizê-lo, que um negro a liderar o maior país do mundo é só por si um motivo de celebração. E sim, é preciso dizê-lo, Obama representa um capital de esperança para todo o planeta agora em crise e recessão. E sim, é preciso dizê-lo, Obama não é um político vulgar. E sim, é preciso dizê-lo, Obama mudou radicalmente o discurso político da terra da liberdade. Sim, é preciso dizê-lo, no seu discurso de tomada de posse refere claramente a necessidade de acabar com a política do terror e do medo e de mudar para uma política de compromisso e do caminhar junto com o mundo muçulmano. E sim, é preciso dizê-lo, assumiu claramente como prioritário o combate às alterações climáticas e ao aquecimento global. Sim, é preciso dizê-lo, que o seu discurso tem sempre presente os valores da justiça, da igualdade de oportunidades e da protecção dos mais desfavorecidos. Sim, é preciso dizê-lo, que o seu discurso é uma lufada de ar fresco em relação às políticas económicas neoliberais. Sim, é preciso dizê-lo, Obama não foge aos problemas e fala frontalmente aos Americanos. Sim, é preciso dizê-lo, Obama parece ser inteligente o suficiente para saber que não pode desperdiçar o capital de esperança que a maior parte dos americanos e dos cidadãos do mundo depositam nele. Sim, é possível que daqui a alguns dias esteja aqui no macloulé a criticar as práticas a as decisões políticas da administração de Obama. Sim, arrisco-me a dizer, que com Obama, o Mundo e a América entraram numa nova fase da sua vida.

* A tomada de posse de Barack Obama foi no dia 20 de Janeiro de 2009.

terça-feira, janeiro 20, 2009

PS: Governar ao Sabor das Sondagens

Se quiser saber a razão do partido que se diz socialista, de Sócrates, ter substituído o enfoque no discurso da "competitividade" para o das "desigualdades". Se quiser saber as razões pelo qual o partido que se diz socialista, de Sócrates, substituiu o "optimismo irrealista" pelo reconhecimento da "grave crise". Se quiser saber as razões pelo qual o partido que se diz socialista, de Sócrates, deu uma volta de 360 graus, em relação ao casamento dos homossexuais, passando da férrea disciplina de voto contra, para a ideia do combate às descriminações baseadas na identidade de género (antes vergonhosamente recusadas). Se quiser saber as razões desta quadratura do círculo, visite o site Margem de Erro de Pedro Magalhães. Clique aqui http://margensdeerro.blogspot.com/

Sondagem que indica as seguintes tendências de voto:

Se o PS está ainda longe da maioria absoluta, a esperança em alcançá-la é relativamente forte. Com a CDU e o Bloco a somarem juntos 17,2% dos votos e segundo o politólogo Pedro Magalhães podendo ser expectável chegarem juntos a valores para além dos 20%, é óbvio que a estratégia do PS é deslocar-se para a esquerda para roubar votos sobretudo ao Bloco de Esquerda. Como Sócrates quer sempre o melhor dos mundos, vai focar-se, segundo o "magnífico" António Vitorino, na última entrevista a Judite de Sousa na RTP do governo, em "temas" da "esquerda", mas também em "temas" do "centro". Governar para as sondagens, é assim governar por "temas". A táctica e a estratégia política desligou-se das necessidades dos portugueses para se conectar à "ciência" das sondagens. São os tempos que correm. É o vazio da política.

Mentes Lúcidas


QUEM ABRE A PORTA AO POPULISMO?

A política em Portugal está a afastar-se das pessoas, a cortar as pontes com a realidade e a entrar numa crise complicada... E isso pode tornar-se grave. Muito grave, mesmo. Até porque abre as portas ao populismo e oferece avenidas largas para a passagem de aventuras populistas, de esquerda ou de direita. Aventuras que sabemos como começam mas nunca se sabe como acabam... Embora já se saiba que o preço a pagar será muito alto! Os partidos, por exemplo, afastam-se cada vez mais dos cidadãos e dos eleitores. Fechados em jogos internos, fazem prova de sofrerem da doença do autismo... Não se admirem, depois, que os eleitores não lhes dêem grande confiança. É que, com este comportamento que têm, muita paciência têm as pessoas que ainda os vão ouvindo e ainda vão votando, embora com crescentes taxas de abstenção...O PS Algarve, por exemplo, fez há dias um congresso... Mas desse congresso - que é sempre um acontecimento importante por aquilo que faz ou mesmo pelo que não faz - ninguém soube grande coisa. Ninguém – a não ser as escassas dezenas de participantes, uns quantos militantes empenhados nos jogos e tricas internas – ninguém mais se preocupou com isso. Esta maneira de se fechar, esta cultura política de grupo fechado, é um péssimo sinal que o PS Algarve manda à sociedade civil. E é também um sinal de isolamento e de grande autismo. E ainda um sinal de falta de iniciativa política e de abandono do terreno ao adversário. Ora, o PS nunca foi isto... O PS sempre esteve aberto à participação, atento aos anseios da sociedade civil e, por isso, tinha o apoio da maioria do eleitorado e era o partido maioritário no Algarve: tinha a maioria das câmaras e a maioria dos deputados...Agora, poderá eleger em congresso a sua direcção sem qualquer oposição, a sua direcção pode ser eleita com percentagens de fazer inveja a Kim il Sung e a Fidel Castro, mas está, perigosamente, a tornar-se um partido que o eleitorado não sente... Ora, acontecer isto em vésperas de um ano com três eleições e uma crise económica é um... péssimo sinal para os socialistas e para o Algarve! Depois, esta gente que abre a porta aos populismos que não venha queixar-se dos... populismos, a que abriram a porta!

Por José Mateus Cavaco Silva
Post publicado em 24 de Novembro de 2008.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Da Miséria do Mundo e dos Contrastes Sociais

Vidas lixadas...



Em pleno século XXI, num contexto de globalização neoliberal, em muitos lugares do globo terrestre, os pobres dos mais pobres vivem cada vez mais miseravelmente, enquanto os mais ricos aumentam exponencialmente as suas fortunas. O planeta está muito longe de ser plano e a globalização muito longe de trazer vantagens para todos.

Uma globalização outra precisa-se. Mais justa, mais igualitária e que proporcione maior dignidade à vida da maior parte dos habitantes da pequena aldeia global em que o mundo se transformou.

domingo, janeiro 18, 2009

As Mentiras de Sócrates

A mentira como estratégia política de manipulação das massas



Acabei de ver e ouvir o discurso de Sócrates. A viragem à esquerda com o objectivo de esvaziar o discurso do Bloco de Esquerda e tentar desesperadamente recuperar o eleitorado que já fugiu para a esquerda do PS não pode deixar de ser enquadrado pelo video acima visionado. Depois de três anos a governar à direita, esta súbita e aparente viragem à esquerda, ao nível do discurso, não pode deixar de ser vista como um embuste. A política deve ser feita de convicções. Não pode ser feita ao sabor das conveniências.

PS (post scriptum): Alguém se recorda qual foi o líder partidário que há meia dúzia de dias obrigou o rebanho à disciplina de voto para não votar a favor do casamento dos homossexuais? Não há uma pinga de vergonha.

Socialismo de Rosto Pragmático

O Governo GPS

Nota: Clique em cima da imagem para ampliação.

"Moção ao congresso do PS de Sócrates anuncia viragem à esquerda."
Público, 17 de Janeiro de 2009.

Para os eleitores mais esclarecidos, o anúncio da viragem à esquerda, presente na moção do grande líder do partido popular da esquerda moderada democrática, é o reconhecimento oficial de que se andou nos últimos anos a governar à direita. Tem razão Manuel Alegre. Mais importante que os discursos, são as práticas políticas e essas vão no sentido de mudar qualquer coisinha para que tudo fique na mesma.

sábado, janeiro 17, 2009

Leituras

Ensaio Sobre a Lucidez

Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%.
Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de ruptura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.

Em Ensaio sobre a Lucidez, José Saramago constitui uma representação realista e dramática da grande questão das democracias no mundo de hoje: serão elas verdadeiramente democráticas? Representarão nelas os cidadãos, os eleitores, um papel real, e não apenas meramente formal?

Texto retirado do link:
http://html.editorial-caminho.pt/show_produto__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_--_3D36106__q236__q30__q41__q5.htm

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Aleixo Iluminado


Há festas p'ra toda a gente.
P'ra nós não há coisas destas,
Porque p'ra quem 'stá doente
Só há mágoas não há festas.

António Aleixo

Concurso Macloulé

1. O macloulé oferece um pai natal de chocolate a quem souber o nome do/a ministro/a da cultura do Governo de Portugal.

O/A Ministro/a da Cultura é __________________________________.

2. O macloulé oferece também uma borla de berlim sem recheio a quem acertar no nome do/a Secretário/a de Estado da Cultura do Governo de Portugal.

O/A Secretário/a de Estado da Cultura é __________________________.

3. O macloulé oferece ainda um pacote de papas de aveia a quem acertar numa das medidas para a cultura levada a cabo pelo governo de Sócrates nos últimos três anos.

Uma medida política para a cultura foi ____________________________.

Obrigado pela sua participação.



quinta-feira, janeiro 15, 2009

Entorses Democráticas: Post Repetido

Depois dos PIN, essa magnífica invenção do engenheiro Sócrates, que tem servido para o capital saquear o território nacional, transformando alquimicamente RAN e REN em PIN, chegaram em 2009, as medidas excepcionais que anulam os concursos públicos para contratos com valor até 5 150 000 euros.

Se a burocracia nacional é lenta, ineficaz, e emperra o desenvolvimento económico, o milagre socratino, para acabar de vez com a crise, é acabar também de vez com os concursos para as empreitadas de obras públicas até 5 150 000 euros .

Se o bebé faz xixi nas fraldas, o que deve fazer a baby sitter? Jogar fora o bébé com a água do banho.

Abre-se assim a porta ainda mais ao clientelismo, ao favoritismo, ao partidarismo da vida económica e social e lentamente enterra-se de vez a credibilidade das instituições públicas e a transparência da vida democrática.

Max Weber, sociólogo alemão de finais do século XIX, a grande referência nas ciências sociais do estudo da burocracia, chamava a atenção para a burocracia como o garante da previsibilidade, da racionalidade, da confiança no funcionamento organizacional e reconhecia ser esta a melhor forma de combater os nepotismos e os servilismos típicos das dependências das sociedades feudais. Só com regras e critérios aceites universalmente por todos e a todos aplicáveis, se poderia encontrar um mínimo de legitimidade e de aceitabilidade social na aplicação dessas mesmas regras. Não era o livre arbítrio de cada senhor todo poderoso, mas o respeito pela regras legais, aquilo que trazia legitimidade aos processos de dominação das sociedades ocidentais modernas.

A partir de agora, as influências partidárias; os lobbies mais poderosos; os agentes económicos menos contestátarios dos poderes instítuidos e os mais servilistas, aqueles que mais jeito derem aos interesses governativos, são aqueles a quem vão ser atríbuidas as obras públicas. A corrupção que grassa, vai grassar ainda mais e os interesses de Estado, cada vez mais, serão confundidos com os interesses do partido.

A partir de 2009, a cor dos olhos, a qualidade da roupa vestida, a marca dos sapatos calçada ou o clube de futebol preferido, podem ser critérios que decidem da atribuição das obras públicas. A aferição do mérito foi substituida pelo facto de se ser mais ou menos engraçado. E o mais engraçado é aquele que achar que sou eu o que tem mais graça.

Tem carradas de razão o senhor Presidente da República, são os interesses partidários sempre acima dos interesses da nação. Não há cura.

Nota final: Este post pela importância de que se reveste o assunto em causa para a vida democrática portuguesa será aqui repetido ao longo dos próximos tempos.

O post foi originalmente escrito em 02/01/2009.

Entrevista a Alvin Toffler

Parte 1



Parte 2



Autor de obras como Choque do Futuro, A Terceira Vaga e Os Novos Poderes. A leitura das obras de Toffler mudam a nossa visão do mundo e da vida. Se bem que marcada por uma visão teleológica e um evolucionismo marcadamente etnocentrista a partir da análise da sociedade americana a leitura da obra de Toffler nunca mais nos deixará na mesma.

Descobri esta entrevista Via Opinion Shakers. Consulte aqui
http://opinionshakers.blogspot.com/

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Loulé Concelho: Pais esperam última noite à porta da Casa da Primeira Infância

À espera do milagre da vaga que abre o futuro...


Loulé, 14 de Janeiro de 2008. Vinte horas e trinta minutos. Passo à porta da Casa da Primeira Infância. Uma dezena de pais e mães e outros familiares continua de volta das brasas do fogo improvisado ao ar livre. Hoje, ao contrário de ontem, não choveu. Continua um frio de rachar. A espera já dura seis dias e cinco noites. Hoje é a última longa noite, do que resta da esperança no milagre de uma vaga para as suas crianças entrarem no infantário. Os últimos anos foram todos assim. Isto ultrapassa todos os limites da decência humana. Fizeram-se estádios de futebol, que dão prejuízos anuais megalómanos, endividando os contribuintes louletanos a uma escala nunca vista. Consta e parece que é verdade que a Câmara Municipal de Loulé em ano eleitoral (como é de bom tom) tem o maior orçamento de sempre da história desta autarquia. Dinheiro jorra a rodos para festas brancas, de horrores, carnavais fora de época e de contexto cultural, em doses nunca vistas. Hospitais são feitos com dinheiros públicos com participações privadas, sem se perceber bem se prevalece a supremacia do interesse público ou do interesse dos privados, pois parece que não há verbas camarárias que sustentem aquilo que seria um verdadeiro interesse público. Alguns equipamentos sociais para a educação das crianças foram anunciados, uns quase concretizados, outros ainda não sabemos bem o que são, mas todos juntos constituem uma oferta que não satisfaz a procura. Para as crianças, aquelas que já são o presente e que um dia serão o futuro, parece que nunca se arranja as verbas necessárias. Os pais, esses novos heróis dos tempos da modernidade avançada, continuam estoicamente pela noite dentro, em luta por um futuro melhor para os seus rebentos. Os jornais locais, vão brincando ao faz de conta das notícias que interessam verdadeiramente os interesses da população do concelho. Com paninhos quentes, porque a crise a todos afecta e as verbas de quem de direito são condição de sobrevivência. Vou ficar à espera para ver um jornal local questionar o senhor presidente da Câmara Municipal de Loulé, o dr. Seruca Emídio como é possível que esta situação se arraste à quatro anos. Não estou muito crente em obter uma resposta plausível e nem sequer aposto que os jornais o façam. Seria um investimento em bolsa demasiado arriscado para os tempos que correm. Certo, certo, é que os destinos sociais das nossas crianças, começa a ser adiado, logo nos primeiros anos de vida.
Até para o ano...

terça-feira, janeiro 13, 2009

Loulé Concelho: Pais esperam há dias à porta da Casa da Primeira Infância



Dia 13 de Janeiro de 2009. Saio de casa para o trabalho às sete horas da manhã. Chove nos céus de Loulé. O frio continua a fazer das suas. Surge-me na mente a imagem dos pais e mães em redor do fogo à porta da Casa da Primeira Infância. Com a chuva foi o círculo em redor do fogo que se foi. A chuva não simpatiza com o fogo. Provavelmente a solução é recolher aos automóveis. O dia vai ser longo para quem espera. Pais, mães e outros familiares continuam a revesar-se de forma ordeira. Passo à porta da esperança às 21h30m da noite. Já não chove. Continua um frio de rachar. O fogo continua aceso. Perto de sete a oito pessoas aquecem-se junto às brasas. A abertura das inscrições disseram-me ser dia 15 de Janeiro. Ainda falta um dia e uma noite de resiliência longa. Deus lhes dê saúde e sorte, que a vontade dos homens não está virada para a solidária resolução dos problemas das populações. Aos políticos resta-nos pedir que façam com que os nossos votos valham a pena. E há pelo menos quatro anos que me lembro destas filas à espera da felicidade das nossas crianças. O tempo já vai longo.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Loulé 2009: Pais fazem fila há dias à porta da Casa da Primeira Infância

Porque não nascem mais crianças em Portugal?



Dia 12 de Janeiro de 2009, vinte e três horas e cinquenta minutos. Pais e mães e quem sabe familiares e amigos, continuam em redor de uma fogueira ao relento. Temperaturas abaixo dos dois digitos. Outros pais e mães dormitam nos seus automóveis. O espectáculo continua. O sonho de uma possível vaga para os seus filhos não os faz arredar pé. Parece que a prova sacrificial ainda vai durar umas longas horas até ao dia de abertura das inscrições. Digno de um país terceiro mundista.

Investimento no Pré-escolar e Desigualdades Sociais

Texto de Novembro de 2005

Pré-escolar pode combater desigualdade


O investimento na educação nos primeiros anos de vida é o que mais dá retorno à sociedade, em termos do desempenho futuro no mercado de trabalho, além de evitar a entrada no crime, a gravidez na adolescência, o abandono da escola, entre outros. Esta visão foi apresentada ontem, no Rio de Janeiro, por James Heckman, prémio Nobel de Economia, durante o seminário sobre a Educação na Primeira Infância, no Hotel Glória, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A maioria dos países está subinvestindo em educação infantil", disse Heckman. Ele detalhou diversos estudos que, nos Estados Unidos, dão suporte à idéia de que a pré-escola é um dos mais poderosos instrumentos para combater a pobreza e a desigualdade. O economista apresentou números mostrando que a maior parte das defasagens entre o desempenho de ricos e pobres em testes de matemática, por exemplo, já existe aos seis anos de idade, antes da 1ª série do ensino fundamental. As diferenças dos resultados entre ricos e pobres em testes aplicados mais tarde revelam apenas um pequena pioria em relação às diferenças que já existiam em testes adaptados a uma criança de seis anos. "O principal fator da pobreza, e tenho certeza de que isto deve ser ainda mais verdadeiro no caso do Brasil, são as diferenças nos ambientes familiares e a influência disto no desempenho educacional", disse Heckman. De acordo com ele, de formas sutis e nem sempre óbvias, esta influência não só se manifesta desde os primeiros meses de vida, como é até mais poderosa nesta fase. O caminho para reduzir a desigualdade derivada do ambiente familiar no início da vida, portanto, seria investir em pré-escola, começando antes mesmo da criança completar um ano. Uma das pesquisas apresentadas pelo Nobel, o chamado Estudo Pré-Escolar de Perry (o nome de uma escola fundamental no estado de Michigan), acompanhou ao longo de várias décadas um grupo de alunos negros de baixos rendimentos que recebeu, entre 3 e 7 (ou 8) anos, uma intensiva assistência educacional fora da escola, incluindo visitas às famílias. Décadas mais tarde, as crianças deste programa, comparadas com um grupo com mesmas características, mas que não teve aquela assistência, apresentava melhor resultado em diversos indicadores educacionais, sociais e económicos. Por exemplo, 29% ganhavam mais do que US$ 2 mil por mês e 36% tinham casa própria, comparado com 7% e 13%, respectivamente, para as que não tiveram acesso ao programa. Praticamente metade do grupo do programa colocou-se entre os 10% com melhor desempenho na escola aos 14 anos, comparado com apenas 15% no grupo sem programa. E a probabilidade de ir para prisão do grupo que participou do projeto foi metade daquela do que ficou de fora. Um outro programa ainda mais radical de intervenção, o chamado Abecedarian, no qual as crianças entraram com 4 meses de idade, levou inclusive a um aumento do QI, o que não se verificou no caso de Perry. Para interpretar estes resultados, Heckman fez uma distinção entre dois tipos de faculdade mental. A cognitiva é basicamente a inteligência, medida pelo QI. A não cognitiva são fatores como disciplina, persistência, motivação etc. O que as pesquisas sociais e neurológicas têm mostrado, segundo o prémio Nobel, é que, tanto em um caso como no outro, a capacidade de se moldar aquelas faculdades é muito maior nos primeiros anos de vida do que posteriormente, e que elas dão toda a base para o desenvolvimento educacional, profissional e social posterior da pessoa. A faculdade cognitiva é menos moldável que a não-cognitiva, mas ainda assim ela pode ser positivamente influenciada bem no início da vida, a partir dos primeiros meses, como mostra o programa Abecedarian. As faculdades não-cognitivas, por outro lado, são muito influenciáveis pelo ambiente social até os 20 anos, mas esta maleabilidade é muito maior nos primeiros anos de vida.

domingo, janeiro 11, 2009

Em Loulé: Famílias já fazem fila à porta da Casa da Primeira Infância

O que será preciso fazer?



Domingo dia 11 de Janeiro de 2009, 19h30m. Sou informado por um familiar próximo que já começaram as filas de espera para inscrever as crianças recém-nascidas na Casa da Primeira Infância.

Desloco-me ao local e vejo, estupefacto, algumas pessoas concentradas à volta de uma fogueira, junto de um camião que me parece servir de apoio logístico, numa tarefa hérculea de resistência a um frio de rachar, que tudo diz da dignidade dos novos papas, que assim desde cedo, lutam por um futuro melhor para os seus filhos.

Paro o carro, aproximo-me dos papas e mamas e pergunto:

- Desculpem incomodar, podem-me dizer se esta fila é para a Casa da Primeira Infância?

- Resposta pronta: É sim. Nós estamos aqui desde Quinta-feira passada. Vamo-nos revezando. Não ficamos aqui a noite inteira mas fazemos chamadas de três em três horas. Vamos dormindo aos poucos nos carros também.

- Pergunto novamente: - Mas as inscrições são só dia 15 de Janeiro, não são? É que também me vai nascer um bébé dentro de pouco tempo.

- Resposta: Então é melhor inscrever-se e vir para a fila.

- Agradeço o conselho, mas já desisti por antecipação. De toda a maneira muito obrigado e desejo-vos boa sorte.

Voltei para casa a pensar um dia agradecer aos dignissímos políticos que nos governam. Se estas necessidades básicas das famílias não são satisfeitas, para que raio votamos nós afinal?

Entorses Democráticas: Post Repetido

Depois dos PIN, essa magnífica invenção do engenheiro Sócrates, que tem servido para o capital saquear o território nacional, transformando alquimicamente RAN e REN em PIN, chegaram em 2009, as medidas excepcionais que anulam os concursos públicos para contratos com valor até 5 150 000 euros.

Se a burocracia nacional é lenta, ineficaz, e emperra o desenvolvimento económico, o milagre socratino, para acabar de vez com a crise, é acabar também de vez com os concursos para as empreitadas de obras públicas até 5 150 000 euros .
Se o bebé faz xixi nas fraldas, o que deve fazer a baby sitter? Jogar fora o bébé com a água do banho.
Abre-se assim a porta ainda mais ao clientelismo, ao favoritismo, ao partidarismo da vida económica e social e lentamente enterra-se de vez a credibilidade das instituições públicas e a transparência da vida democrática.

Max Weber, sociólogo alemão de finais do século XIX, a grande referência nas ciências sociais do estudo da burocracia, chamava a atenção para a burocracia como o garante da previsibilidade, da racionalidade, da confiança no funcionamento organizacional e reconhecia ser esta a melhor forma de combater os nepotismos e os servilismos típicos das dependências das sociedades feudais. Só com regras e critérios aceites universalmente por todos e a todos aplicáveis, se poderia encontrar um mínimo de legitimidade e de aceitabilidade social na aplicação dessas mesmas regras. Não era o livre arbítrio de cada senhor todo poderoso, mas o respeito pela regras legais, aquilo que trazia legitimidade aos processos de dominação das sociedades ocidentais modernas.

A partir de agora, as influências partidárias; os lobbies mais poderosos; os agentes económicos menos contestátarios dos poderes instítuidos e os mais servilistas, aqueles que mais jeito derem aos interesses governativos, são aqueles a quem vão ser atríbuidas as obras públicas. A corrupção que grassa, vai grassar ainda mais e os interesses de Estado, cada vez mais, serão confundidos com os interesses do partido.
A partir de 2009, a cor dos olhos, a qualidade da roupa vestida, a marca dos sapatos calçada ou o clube de futebol preferido, podem ser critérios que decidem da atribuição das obras públicas. A aferição do mérito foi substituida pelo facto de se ser mais ou menos engraçado. E o mais engraçado é aquele que achar que sou eu o que tem mais graça.

Tem carradas de razão o senhor Presidente da República, são os interesses partidários sempre acima dos interesses da nação. Não há cura.

Nota final: Este post pela importância de que se reveste o assunto em causa para a vida democrática portuguesa será aqui repetido ao longo dos próximos tempos. O post foi originalmente escrito em 02/01/2009.