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sábado, dezembro 13, 2008

Loulé 2008: A Política da Desumanidade

Realojamentos à Loulé Concelho



Eles são os mais pobres dos pobres. Vivem abaixo da dignidade da pessoa humana e estão excluídos socialmente dos mais básicos direitos sociais. Vivem em barracas, não têm condições sanitárias dignas desse nome, não têm acesso à saúde, à educação e a qualquer tipo de segurança social. Não apenas sobrevivem, eles deambulam, num mundo de exclusão, vivendo cada hora sem qualquer esperança de futuro.

Alguns e algumas são doentes contaminados com HIV. Outras, vendem o corpo para se manterem dentro da sua miserável condição desumana. Outras ainda, vendem os últimos restos de dignidade para arranjar dinheiro para o vício da droga. Todos, têm em comum a condição de serem seres humanos. Agora escorraçados, num acto da maior desumanidade e da mais repugnante prática de higienismo social levado a cabo pela autarquia que gere as gentes do Concelho de Loulé.

Não, isto não é forma de fazer realojamento. Isto é um acto bárbaro de desumanidade de quem não tem qualquer noção do que é a democracia e os direitos mais básicos consagrados pela Constituição da República. Dir-me-ão os actuais pseudo-tecnocratas que circulam nos corredores do poder: - "Mas isto é tudo legal e feito dentro dos cânones das leis da República". Sim, respondo eu, mas é altamente imoral e ilegitimo e diz tudo sobre o espírito de quem nos governa.

Soube desta barbaridade não directamente pelos media. Soube indirectamente pelo blogue da Camila. Ainda bem que os blogues existem. É o que vai restando do marasmo em que caiu a imprensa "independente". Visite aqui
http://quiosquedacamila.blogspot.com/

1 comentário:

  1. Pois é, desumanização.
    Essa sente-se por toda a parte e em todas as profissões, nestes tempos em que se comparam as diferenças de estatuto profissional apenas porque se não consegue assegurar a dignidade mínima para todos.
    Oportunidades precisam-se!
    Preconceitos ancestrais devem ser extintos para que as oportunidades surjam, mas balizas claras devem ser definidas a ser respeitadas pela iniciativa individual de afirmação do próprio emprego.
    Aqui, em Loulé, não é possível afirmar diversidade e alternativa por serem fracos os rins de quem, por enquanto, governa.

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