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sábado, julho 19, 2008

Robin dos Bosques quando dá jeito e democracia só às vezes

Um trabalho a todos os títulos notável do governo de Angola...



O governo de Sócrates é assim. Em nome da economia, do evangelho neoliberal e da real politick, faz tábua rasa de qualquer mínimo de respeito pelos direitos humanos e revela um entusiasmo de máxima reverência face aos países e líderes acusados de barbaridades e de graves violações dos direitos humanos.

É assim que Sócrates não teve tempo, disponibilidade e interesse em receber o grande líder Tibetano, Dalai Lama. É assim que tece um rasgado elogio à útil "democracia" angolana. É assim que realça a importância da "cooperação estratégica" com a Líbia, cujo grande líder, Mohamad Kadafi, é talvez o mais célebre ditador do Médio Oriente, "antigo" terrorista de Estado e conhecido no passado recente pelo seu papel de grande financiador do terrorismo internacional.

Sócrates, com estas posições, não difere dos tristes líderes que hoje abundam um pouco por todo o mundo ocidental, que em nome dos valores do mercado, das orientações de política económica das grandes instâncias internacionais, como o FMI, a OMC e o Banco Central Europeu, mandam os direitos humanos às urtigas e servem assim, quais mordomos da grande burguesia capitalista, os interesses daqueles que não os elegeram.

O novo Robin dos Bosques, esse nome estúpido, para uma tributação que poderia ser justa, se aplicada como deveria de ser (que seria a aplicação generalizada do imposto a todos os que vivem dos lucros especulativos e não apenas a uma parte do sector dos combustíveis) decidiu "roubar" algumas migalhas ao bolo dos ricos, para distribuir pelos pobres, na busca de um efeito de ilusão de óptica.

Após a brutal contestação social das ruas, após o descontentamernto social de uma boa parte das fracções das classes trabalhadoras e de boa parte das classes médias, estas últimas em claro declínio social e, paradoxo dos paradoxos, agora que em véspera de eleições o FMI já percebeu que as reformas que "aconselha", de desmantelamento do Estado, da privatização dos serviços públicos, da mercadorização da saúde e da educação, do recúo na protecção social, não vão ser totalmente postas em prática, devido à resistência popular, vêm os principais ideólogos da cartilha neoliberal com paninhos quentes ajudar ao enterro de Sócrates.

Ouviu quem quis ouvir. A crise é sobretudo interna, na óptica do FMI, por responsabilidade do governo de Portugal que não teve capacidade de avançar com as reformas que denomina de "progressistas". Os conservadores que dominam o mundo económico actual são assim. Quando os políticos já não interessam dão-lhes um chuto no rabo. Judas não faria melhor...

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