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sexta-feira, junho 27, 2008

Memórias do abate de árvores na cidade

Loulé, ano de 2008

Avenida José da Costa Mealha



Árvore, cujo pomo, belo e brando

Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruito debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Luís Vaz de Camões

6 comentários:

  1. Olá João.

    Grande colecção de retratos tu tens.

    Vai colocando que eu entretanto vou juntando, tipo coleccionismo e depois preparo algo de importante.

    Aguarda.

    Abracito p'ar ti.

    Camila

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  2. Árvores


    Parece-me que nunca ninguém há-de
    Ver poema tão belo como a árvore.

    Árvore que sua boca não desferra.
    Do seio doce e liberal da terra.

    Árvore, sempre de Deus a ver imagem
    E erguendo em reza os braços de folhagem.

    Árvore que pode usar, como capelo,
    Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

    Em cujo peito a neve esteve assente;
    Que vive com a chuva intimamente.

    Os tontos, como eu, fazem poesia;
    Uma árvore, só Deus é que a faria.


    Joyce Kilmer

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  3. Bom fim de semana Camilinha, Sirva-se à vontade...

    Jorge...belo poema. Obrigado!
    Já por terras de Vera Cruz?

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  4. Desde o dia 20.
    Um abraço,

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  5. Amigo João Martins. Não tem nada que agradecer a visita. Em relação ao post anterior,possivelmente não soube exprimir-me bem, (é um dos meus grandes defeitos)no entanto vou tentar de outra maneira.Chover no molhado(para mim) não é a mesma coisa que o leite derramado. É que a chuva, eu (nem ninguém),consegue evitar que ela caia,ao passo que o leite eu (e toda a gente), podemos evitar que derrame se tomar-mos as devidas e antecipadas precauções. Olhando para esta foto é uma visão da sugestão que vos dei. Esse verde (restos da trama),podia muito bem ser as sebes no lugar desses canteiros, além de ajudarem à renovação do ar, tornariam a avenida muito mais harmoniosa. Conte sempre comigo contra os atentados à Mãe Natureza. Já agora uma pergunta...vocês aí estão organizados em comissão de moradores?...se não,um dia darei dois exemplos da importância que elas têm.Estou longe e tão perto, e o meu amigo não gosta mais da sua Cidade que eu gosto da minha. Cumprimentos.

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  6. Amigo anónimo,
    concordo plenamente consigo chover no molhado não é claramente a mesma coisa que o leite derramado. Mas como já percebi que ninguém vai conseguir impedir o derrame de mais leite vou seguir as preces divinas e tentar impedir que chova no molhado. Se tiver a amabilidade de seguir os próximos posts vai ver o que fizeram os mesmos gestores da coisa pública na praia das Três Marias, nas Dunas Douradas. E o abate de árvores na cidade de Loulé é coisa de Santo comparado com a tempestade tropical que por aquele local passou. Sem muito "barulho" e à pressa que isto dos POOC podem sempre ser uma chatisse.
    Se quiser vá acompanhando...

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