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sábado, junho 14, 2008

Da recusa da democracia na UE: E agora José?

Porreiro pá...



Antes de mais é sempre bom esclarecer que sou um Europeísta convicto. A tecnocracia reinante é fértil nos raciocínios maniqueístas, do género, quem não está connosco está contra nós.

A actual União Europeia mais não é do que um veículo instrumental ao serviço das políticas neoliberais e portanto de uma Europa ao serviço dos grandes negócios do capital.

Essa é a Europa que não quero, pois é injusta socialmente e não tem resolvido nenhum dos grandes problemas da vida das pessoas, contribui para a manutenção de elevados níveis de desemprego, o agravamento das desigualdades sociais, para uma concepção caritativa do social reinante em praticamente todos os países europeus, funcionando apenas de "remendo" aos estragos do capitalismo selvagem global.

Uma Europa que cola o "social" ao seu discurso apenas e só como forma de legitimar a dominação dos interesses do capital à escala global, uma Europa cujos tecnocratas insistem em não pôr à discussão com os seus povos quais os caminhos em aberto, uma Europa com um défice brutal de democracia. Esta Europa, que me desculpem os tecnocratas, não quero.

O "povo", essa entidade mística, mítica e abstracta, pronunciou-se e bem, sobre o Tratado de Lisboa. E votou democraticamente pelo não. A Irlanda, começou desde logo nos discursos da tecnocracia reinante à escala Europeia a ser diabolizada. Que "ingratos" os Irlandeses, até foram dos que mais beneficiaram dos apoios Europeus e agora pagam-nos desta forma.

Esquecem-se essas boas almas "democráticas" que a Irlanda, ao contrário de Portugal, foi dos países que melhor aproveitou os fundos comunitários e que estes foram essenciais aquela que é hoje das nações mais desenvolvidas da Europa. E não foi pelas autoestradas e pelos eventos megalómanos, não senhor, que os irlandeses foram lá.

Os vinte seis estão dispostos a tudo para a fuga em frente, ignorando a legitimidade do voto popular e da vontade dos seus cidadãos e o mais provável é alterarem as regras do jogo para seguirem em frente em nome dos "interesses gerais" da União Europeia.

Dupond e Dupont, desculpem, José e José, duas das principais marionetas ao serviço do grande capital, ficaram desiludidos e desapontados com o povo que verdadeiramente não os compreende.

A Europa construída à margem dos povos e em prole do capital, dos tecnocratas europeus e dos cargos que aos mesmos põe à disposição é uma entidade virtual que mais tarde ou mais cedo vai perder toda a sua legitimidade porque assenta em coisa nenhuma.

E você, já leu o Tratado de Lisboa? Siga o meu conselho...nem tente...

6 comentários:

  1. Tudo aponta no sentido que as regras do jogo vão ser alteradas. E pensar o quanto estes senhores falavam da hipótese de Chavez não aceitar o referendo de alterações à Constituição que fez na Venezuela. Afinal...

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  2. Caro João,

    prometo comentar este post logo que disponha de tempo. Um regalo de leitura que só o génio, (aptidão natural) do João Martins.

    Peço, por isso, o seu consentimento para prantar o mesmo noutro jardim.

    Um abraço,

    Umbelina


    PS: logo que possa, envio a foto ao autarca. Como é desejo dos meus amigos do peito.

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  3. nota: deve ler-se;

    "Um regalo de leitura do génio"

    Umbelina

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  4. Cara Umbelina,

    O seu desejo é uma ordem...como no génio da lâmpada.

    Abraços (qual a etimologia de abraços?) rsrs...
    Bom Domingo

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  5. João como diz a minha amiga Camila, o prometido é de vidro.

    Comentários meus para quê! O meu homónimo faz isso também que eu apenas o surripiei:

    12-15 de Junho: "NO to LISBON"

    1. Tenhamos calma!
    2. O referendo na Irlanda foi no dia 12.
    3. O resultado foi conhecido e confirmado no dia 13.
    4. Logo no dia 13, ontem e hoje, houve reacções... da reacção.
    5. Nem chegámos, os que estão contra o tal Tratado - temos esse direito, não? - , a festejar.
    6. Disso nos impediram as reacções da reacção, dos que não queriam que se corresse o risco de um povo "tresmalhar"... e um povo, o único que teve essa possibilidade, "tresmalhou"!
    7. Desenhou-se, logo, a "solução" a partir da responsabilização do governo irlandês (coitado!... por ter tal povo e não ter conseguido prevenir a possibilidade dele se exprimir),
    8. Chegou-se a descaros que nos fazem corar pelo destempero "à portuguesa".
    9. Tudo isto é uma vergonha, uma imposição de um caminho, de um pensamento único, uma ditadura do capital financeiro, do neo-liberalismo, do federalismo, do militarismo.
    10. Mas, atenção!, quem está com o problema são "eles"!
    11. São "eles" que têm de encontrar uma "solução", e "nós" temos a força de os impedir de fazer ainda mais batota porque os irlandeses votaram NO to LISBON.
    12. Força temos, mas muitos de nós (ainda) não o sabem
    13. "Eles" são perigosos, não recuam perante nada... mas "eles" é que estão "à rasca".
    14. E, no meio disto tudo, ainda não bebi uma Guiness!

    nota: tenho muita sorte em conhecer alguns Aladinos, quero, por isso, enlear o amigo Jão Martins.

    Umbelina

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  6. Amiga Umbelina...muitos enleios para si também.

    Boa semana!

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