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domingo, maio 20, 2007

Curiosidades da democracia portuguesa na Era Socrática

João Cravinho elaborou um projecto de combate à corrupção em Portugal. O partido instalado no governo desconfiou, recusou a proposta e enviou Cravinho a viajar pelo mundo fora.

A corrupção venceu e os corruptos agradecem. Perdeu a democracia portuguesa.

Apareceu depois por aí um manual de boas receitas, ou de boas maneiras, como diria a Paula Bobone, a explicar como devemos agir face aos corruptos. Aos funcionários da administração pública é-lhes "sugerido" que denunciem os seus pares "corruptos". Um qualquer governo totalitário de esquerda ou de direita não faria melhor.

Um professor foi "suspenso" da sua actividade por ter "falado mal" do "patrão" Sócrates. Foi acusado de "injuria" ao primeiro ministro a quem deve ser devido o total respeito, em nome da ordem e da autoridade. A partir de agora ficamos a saber que a maledicência política pode prejudicar a carreira profissional de cada um de nós.

Foi suspenso o professor, perdeu a democracia portuguesa.

Um juiz saí de um alto cargo da magistratura portuguesa mês e meio após ter tomado posse, para seguir viagem política para o governo instalado. Perde a imagem da magistratura, ganha a suspeita de politização da jurisprudencia, perde a credibilidade do poder judicial que deixa no ar a marca da dependência.

Ganhou-se um novo ministro, perdeu-se na transparência democrática.

Um jornalista revela as divídas do Sporting Clube de Portugal ao Estado. Divídas reais e não "virtuais" e é condenado nos tribunais portugueses. Ficaram mal os magistrados, perdeu a democracia portuguesa.

Um dos candidatos à Câmara de Lisboa para reforçar a imagem que a mesma tem dado nos últimos tempos, mesmo sendo arguido num processo, avançou com convicção para fazer face ao voto popular.

Ganhou o candidato, perde a transparência da democracia portuguesa.

A lei consagra democraticamente as candidaturas independentes. O governo civil de Lisboa decide um prazo eleitoral que impede os independentes de constituirem as suas candidaturas.

Ganharam os partidos demagógicos, perdeu a democracia participativa.

Tudo é possível sob a capa da democracia. Até Vladimir Putin veio este mês dar uma lição sobre democracia...

E é bom nunca esquecer que à porta de um dos maiores campos de concentração existentes ao longo da história mundial tinhamos a célebre frase:

"O trabalho liberta"!

Abraços e bom fim de semana.

segunda-feira, maio 07, 2007

A vitória de Sarkozy: A legitimação do Estado Penal

Sarkozy venceu as eleições presidenciais francesas. O Estado Penal venceu o Estado Social.

Os imigrantes vão ter a vida dificultada. Só os "bons" emigrantes vão ter lugar nesta "boa" França.

Os jovens dos suburbios, a "canalha", os "vádios", vão ter a vida negra. A "guerra aos pobres" e desinseridos ganhou a sua legitimação política. A guerra dos subúrbios vai dar que falar nos próximos anos.

Ganhou a França da ordem, do respeito, da autoridade, da integração sobre a forma de assimilação...Diria Salazar do fundo da sua campa...só falta "Deus" na célebre trilogia. A laicidade do Estado Francês nunca o permitiria.

Perdeu a França dos direitos sociais, da cidadania, da democracia participativa, do diálogo social, da negociação colectiva, da igualdade, da fraternidade e da liberdade.

Desde ontem, estamos perante um Estado mais autoritário, mais repressivo, menos respeitador das liberdades individuais, mais próximo de uma "democracia" musculada.

Perdeu a França, perdeu a Europa, perdeu o Mundo.

Um fantasma avança sobre a Europa...o fantasma do totalitarismo!

Nunca foi bom o autoritarismo...mesmo que legitimado pela democracia...

Abraços a todo o pessoal da blogoesfera